Uma prática que se tornou comum no aplicativo WhatsApp vem gerando muita
polêmica e está dividindo opiniões: o que era para ser usado para o bem, acaba
beneficiando o crime. Grupos que tem a finalidade principal de avisar sobre os
locais onde há policiamento ostensivo e blitz, estão sendo criados a revelia e
sem qualquer tipo de fiscalização. Mas, o que muita gente não sabe, é que
alertar sobre pontos de fiscalização é crime previsto no Código Penal e existe
punição.
Em março de 2016, um jovem
de 21 anos foi preso em Venda Nova do Imigrante, região serrana do
Espírito Santo, por informar pelo WhatsApp a localização de
radiopatrulha da Polícia Militar nas ruas do município. O auxiliar de
manutenção de torres foi detido em flagrante, por um policial do serviço
reservado infiltrado no grupo do aplicativo, logo após o jovem ter
publicado uma foto de uma viatura da PM realizando patrulhamento. Ele
foi acusado de atentado à segurança pública por divulgar informações
sobre blitz por meio de aplicativo de smartphone – que prevê de um a
cinco anos de prisão.
Mas hoje as redes sociais
se tornaram a principal ferramenta para esse tipo de irregularidade. “É
importante destacar que quando você informa o ponto de blitz não está só
informando às pessoas de bem, mas pode estar avisando alguém que está
portando uma arma ilegal, drogas, enfim, um criminoso”, ressaltou um
representante da Polícia Militar.
Quando se avisa de uma
blitz, se presta um desserviço à população. E utilizar as redes sociais
para esse fim é crime previsto em lei. Quem avisar sobre blitz pode ser
enquadrado por atentado contra a segurança ou ao funcionamento de
serviços de utilidade pública. O crime está previsto no artigo 265 do
Código Penal. O condutor pode ser multado e ainda perder quatro pontos
na carteira.
Vale ressaltar, que essa
atitude pode se voltar contra a própria pessoa. Aquele criminoso ou
foragido que conseguiu escapar de uma blitz por uma informação no
WhatsApp pode cometer crimes de roubo, furto e assalto contra a mesma
pessoa que passou a informação pelas redes sociais.
“Em vez de criarem grupos
em Redes Sociais para avisar sobre onde policiais estão realizado as
chamadas “Blitz” ou Rondas Policiais, porque os administradores não usam
a inteligência e criam grupo para orientação e educação no trânsito?
Afinal nada teme quem anda certo!", disse o militar.
*Colaborou:
Osni Martins (Fotos: Mário Zambelli)
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