acontecendo. Estão fazendo
o trabalho deles, mas estão com um pouco de dificuldade e estão
fazendo buscas. Chegam telefonemas, denúncias e estão investigando, mas
até agora nada certo ainda”, afirma.
Paes afirma que está
angustiado em saber que Guilherme está foragido e estuda novas maneiras
de trazer o caso de volta às mídias para localizar o acusado. O pai de
Joaquim disse ainda que chegou a pedir às autoridades para colocarem uma
tornozeleira eletrônica em Longo e antê-lo sob vigilância, mas seu
pedido foi negado.
"Vim saber com estão as
investigações, se estão, ou não, procurando o Guilherme. Eu preciso de
uma resposta. Ele está foragido há quatro meses, ninguém sabe onde ele
está. Teoricamente estão investigando, mas nada concreto ainda", diz.
Paes afirma que
ainda não se conformou com a liberdade concedida ao padrasto do
filho pelas autoridades. Paes também voltou a declarar que sua
ex-mulher,
a mãe de Joaquim, teve uma parcela de responsabilidade pela
morte do menino.
“É revoltante saber
que um assassino confesso está livre, na praia, não sei onde. É
revoltante saber que um cara que matou uma criança de 3 anos
está livre e eu, que sou o pai, tenho que correr atrás da
investigação, publicar outdoor, fazer campanha em rede social”,
conclui.
O advogado de
Arthur, Alexandre Durante, também participou das conversas com a
equipe de investigação da DIG de Ribeirão e afirmou que a
polícia está se empenhando nas buscas por Longo e tem seguido
pistas que chegam até ele. "No segundo momento,
fomos informados das providências que estão sendo tomadas pela polícia
para tentar localizar o Guilherme, sendo que algumas o delegado já nos
adiantou”, explica Durante. |
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DESAPARECIDO DESDE
SETEMBRO DO ANO PASSADO
- Guilherme Longo, acusado de matar o enteado, o menino Joaquim Pontes
Marques, está desaparecido deste o dia 23 de setembro de 2016. Ele
respondia o processo em liberdade, mas não podia se afastar de casa
depois das 22h e nem aos fins de semana sem a autorização da Justiça.
O desparecimento causou
espanto no advogado de Guilherme e também nos pais do acusado, que desde
o desaparecimento afirmam não saberem o paradeiro do filho. Antes da
fuga, Guilherme se encontrou com uma equipe de reportagem da TV Record
[leia abaixo a
transcrição de parte da entrevista],
em um motel de Ribeirão preto, onde gravou um vídeo confessando a
autoria do crime e dando detalhes de como teria matado Joaquim.
Para a família,
Guilherme teria deixado uma carta onde disse que fugiria para uma cidade
pequena do interior onde teria pessoas conhecidas que poderiam ajudá-lo
a recomeçar uma nova vida. Ele descreveu que já planejava fugir para um
lugar onde não tivesse “medo de andar na rua”, e onde não haveria riscos
de ser reconhecido. Ele pediu para que os pais não se preocupem.
Em 2010,
Guilherme ficou internado em uma clínica de recuperação para
dependentes químicos de Descalvado por
45 dias. Em 2011, o período de internação durou seis meses,
porém desta vez, na cidade de Limeira.
OUTDOORS
- Ainda no final do ano passado, Arthur Paes disse que contou
com a ajuda de amigos para pagar e instalar seis outdoors, que
contém a foto de Longo e os telefones do “Disque Denúncia”. Três
painéis estão em Ribeirão Preto e outros três em São Carlos,
Barretos e Guará. “Ficar esperando a Justiça não dá. Já
soltaram, esperaram ele fugir, não dá para esperar mais. Em
Ribeirão, todo mundo conhece ele. Mas, na região, nem tanto.
Então, é uma coisa que eu posso fazer. Ficar esperando sentado
eu não posso”, afirmou o pai de Joaquim, que em entrevista disse
acreditar que Guilherme está escondido em alguma cidade próxima
à Ribeirão Preto. |
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A confissão
de Guilherme à TV Record
"Não
raciocinei direito e acabei fazendo besteira.
Nessa hora passou pela minha cabeça que se eu...
Se eu conseguisse fazer com que ele não fizesse parte
da nossa vida, acho que as coisas iam melhorar. Entendeu?"
"Eu ia
ter mais tempo pra me dedicar a mim, ao nosso relacionamento, porque
realmente a criança demanda muito esforço. Eu achava que isso ia
resolver, né? E aí eu peguei... na hora que ele pediu ‘mamá’ eu peguei
ele no colo, levei na cozinha e ali veio... ali, naquele exato momento,
uma ideia insana de dar um fim naquilo. Aí eu levei ele para fora e
pensei numa forma indolor de matar ele. Eu já tava com ele no colo, eu
já levei ele mais pra fora e matei ele."
- O que
você fez?
"Eu
estrangulei ele... sem... eu não apertei a traqueia dele, né? Pra não
machucar. Eu sabia que ia machucar. Simplesmente comprimi a lateral do
pescoço
dele pra que ele desmaiasse sem dor. Foi rápido. Foi coisa de três
segundos."
- E aí?
"E aí ele
desmaiou. Eu segurei ele por mais algum
período de tempo, até ele não esboçar mais reação.
Eu preciso dar um jeito de esconder. Choveu alguns dias e eu tinha
certeza que o rio tava cheio. Tava... pelo menos tinha um bom volume de
água. Foi na sorte, porque ele podia ter... Eu falei: ‘vou jogar’ e nem
pensei nas consequências, né? Ele podia ter parado em qualquer lugar.
Podia ter parado ali. Mas eu não sei porquê ele andou tanto, né?"
- E aí?
Você deixou ele no rio...
"Aí hora
que eu tava muito cansado, né, Ju? Hora que, sei lá! Hora que o sono vem
depois de tudo isso, eu acabei apagando, né? Acabei dormindo.
Eu deixei a porta aberta. A porta de casa. Porque imaginei que pudessem
pensar que alguém tinha entrado lá e pegado ele. Mas o portão ficou
fechado...
Tinhas marcas também. Ficou levantando muita dúvida."
*Com informações e
fotos do G1/Ribeirão Preto
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