Mais de 600 crianças estão sem estudar em Porto Ferreira e, por conta do
déficit, algumas mães têm de abrir mão de oportunidades de trabalho. Para tentar
resolver o problema, a prefeitura firmou um acordo com o Ministério Público (MP)
e está colocando em prática uma fila única de espera para vagas em creches.
Iole da Silva precisou
deixar o trabalho ao perceber que praticamente todo o salário era gasto
na mensalidade da escolinha particular da filha de 1 ano e 3 meses. "Nos
últimos sete meses, apareceram duas vagas de emprego e eu tive que
recusar por conta da falta de vaga na creche. Tem emprego e não tem a
creche", disse.
Tatiane Cristina Caldeira
Capler também decidiu abandonar o emprego. Sem ter com quem deixar o
filho de 1 ano e 2 meses, ela abriu mão do trabalho enquanto aguarda uma
vaga. "Tem muita criança na frente ainda, então falaram que tenho que
esperar até surgir uma vaga", contou.
SEM VAGAS
- Pouco mais de 700 crianças estão matriculadas em dez creches da
cidade, mas seriam necessárias outras dez para atender as cerca de 600
crianças que estão à espera.
A prefeitura deve abrir 45
vagas nas unidades existentes e firmou um acordo com o MP para criar 150
vagas por ano até 2019.
NOVA UNIDADE
- O município fez uma parceria com o governo estadual para a construção
de uma creche que geraria 100 vagas e cedeu uma área avaliada em R$ 900
mil para a nova unidade, mas até agora o projeto não foi concretizado.
"Nós já estivemos até em
contato com a promotoria deixando claro nossa realidade e intenção de
acolher essas crianças. Mas não vai ser fácil", explicou a secretaria de
educação, Cláudia Regina Lopes Aguiar.
FILA ÚNICA
- A prefeitura também propôs um projeto de lei para a criação de uma
lista de espera única. A proposta foi aprovada pela Câmara Municipal e
substitui as listas mantidas separadamente por cada unidade de ensino.
Com tudo unificado e
seguindo a ordem cronológica de procura, a secretária de Educação espera
mais transparência no processo.
"Muitas vezes ela deixa o
nome em uma unidade e em outra também. Por isso a lista única irá
favorecer essa família, que terá um cadastro único e será contemplada em
sua real necessidade", ressaltou Cláudia.
A lei prevê também que a
lista será atualizada todos os meses. As informações do banco de dados
deverão ser divulgadas e dados como idade e bairro das crianças serão
disponibilizados para outros órgãos para a elaboração de políticas
públicas.
*Fonte: G1/São Carlos (Fotos: Reginaldo dos Santos)
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