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A
determinação do Ministério Público do Meio Ambiente de proibir a pesca
na prainha de Cachoeira de Emas está causando polêmica em Pirassununga.
A partir desta segunda-feira (20), quem for pego pescando no local está
sujeito a multa de, no mínimo, R$ 700.
Uma promotora da cidade se
baseou em uma portaria do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama),
de 2009, que proíbe a pesca amadora e profissional no trecho de 1,5 mil
metros para cima ou para baixo de barragens e corredeiras. A medida
atinge justamente a área da prainha.
O local é um dos pontos
de maior movimento do distrito e a pesca no Rio Mogi-Guaçu faz parte do
passeio de turistas e moradores. Para alguns, a atividade é fonte de
renda, além de lazer. |
O aposentado Antônio Divino Vieira aprova a proibição. “Preserva mais o
peixe, porque não tem mais peixe como tinha de primeiro. Antes você
vinha essa hora e estava com a sacola cheia, hoje não pega nada”, disse.
Já o aposentado Davi
Rodrigues, que pesca no local há mais de 40 anos, não gostou da mudança.
“É o único lazer que tem aqui para a gente se divertir, passar um
momento pescando e distraindo depois de aposentado. Não vai poder mais”.
O filho dele também não
aprovou. “É ruim porque a quantidade de pessoas que vem aqui para poder
pescar, distrair, perder um pouco do tempo, e aí esse povo vai fazer o
que? Ir lá para depois da curva onde é um monte de mato? Não tem lugar
para pescar”, afirmou o servente de pedreiro Rafael Rodrigues.
Especialista
- O pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios
(Apta), Fábio Sussel, é contra a determinação. Segundo ele, a pesca
amadora não é a principal ameaça aos peixes e, por isso, deveria ser
liberada.
“Existem outros quatro
fatores mais importantes do que a pesca amadora de vara e anzol, que
são: o lançamento de esgoto não tratado, a construção de barramentos
para a geração de energia elétrica, a pesca comercial extrativista e a
pesca predatória. Estas sim são impactantes para as espécies e para a
quantidade de peixes no Rio Mogi”, afirmou.
Para o especialista,
dificilmente a proibição será cumprida sem uma fiscalização adequada.
“Infelizmente, a Polícia Ambiental tem um corpo reduzido, são poucos
policiais para cuidar de uma grande área. Acaba que não se consegue
fazer a fiscalização efetiva, especialmente no período da noite, que é
quando os pescadores predadores costumam atuar”, declarou Sussel.
Retorno
- A Polícia Ambiental informou que tem planejamento estratégico para
coibir a pesca predatória nas áreas que fiscaliza. A reportagem tentou
contato com a Promotoria do Meio Ambiente e com a assessoria do
Ministério Público do Meio Ambiente para comentar o caso, mas ambas não
foram encontradas.
*Fonte: G1/São Carlos (Foto:
Reginaldo dos Santos)
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