O prefeito Rômulo Rippa nomeou o filho do vereador conhecido como 'Kiko Mecânico', Danilo Trevisan Pereira, para ocupar o cargo de Chefe da Seção de Habitação, vaga esta que é de provimento em comissão (cargo de confiança) da Prefeitura Municipal de Porto Ferreira. A informação consta na seção dos atos oficiais do Poder Público Municipal ferreirense, publicado na última sexta-feira (29/11), cujo efeito legal possui validade desde a última segunda-feira, dia 2 de dezembro.

Danilo é servidor público municipal de carreira, e com a nomeação passará a ter seus vencimentos duplicados, segundo divulgou o site de notícias Porto Ferreira Hoje. Ainda de acordo com a publicação, a atitude do prefeito pode refletir diretamente na atuação do vereador Kiko Mecânico, reforçando ainda mais o já estreito relacionamento entre o Chefe do Executivo e o parlamentar, que também compõe a bancada governista e teria votado favoravelmente em 100% dos projetos apresentados pelo prefeito.

A nomeação do filho do vereador para um cargo de confiança da Prefeitura de Porto Ferreira repercutiu negativamente em toda a populaçao ferreirense, especialmente por estarmos a menos de 30 dias para o início do ano em que ocorrerá uma nova eleição municipal. A atitude, segundo alguns comentários postados em redes sociais, é no mínimo imoral, e coloca em dúvida a credibilidade dos trabalhos do Poder Legislativo.

Alguns munícipes - indignados com a atitude do prefeito - também questionaram sobre o que mais poderia estar envolvido no episódio da nomeação do filho do vereador, reforçando que esta seria mais uma ação desastrosa de Rômulo Rippa.

Ainda de acordo com o site Porto Ferreira Hoje, em 2008, o Superior Tribunal Federal aprovou por unanimidade, a 13ª Súmula Vinculante da Corte, que veda o nepotismo nos Três Poderes, no âmbito da União, dos Estados e dos municípios. O dispositivo tem de ser seguido por todos os órgãos públicos, e na prática, proíbe a contratação de parentes de autoridades e de funcionários para cargos de confiança, de comissão e de função gratificada no serviço público.

A súmula também veda o nepotismo cruzado, que ocorre quando dois agentes públicos empregam familiares um do outro como troca de favor. Ficam de fora do alcance da súmula os cargos de caráter político, exercido por agentes políticos.

Assim, de acordo com a súmula, é possível contestar no próprio STF, por meio de reclamação, a contratação de parentes, de forma cruzada ou não, para cargos da administração pública direta e indireta no Judiciário, no Executivo e no Legislativo, em todos os níveis da Federação.