O engenheiro agrônomo
Fernando Penteado Cardoso completou 106 anos de idade neste sábado, 19
de setembro. Depois de criar e dirigir a Manah por mais de 50 anos,
idealizou e implantou a Fundação Agrisus em 2001, única entidade privada
dirigida à pesquisa agronômica, que recebe projetos de todas as partes
do país.
Formado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz em 1936,
Fernando Penteado Cardoso se destacou em várias atividades, iniciando
como subinspetor agrícola da Secretaria da Agricultura do ESP (1937/41),
com estágio nos EUA (1939), trabalhando como sócio do Escritório Técnico
Agrícola – ETA (assistência técnica e serviços rurais) (1938/39),
como Administrador Rural (residente) da Fazenda Monte Alegre (familiar)
em Descalvado/SP (1941/50) e fundando a F. Cardoso & Cia.
Ltda.(fertilizantes) (1942/47). Desempenhou também várias atividades
classistas e públicas, inclusive como secretário de Agricultura do
Estado de São Paulo, em 1964.
Ele se tornaria conhecido e respeitado como fundador e presidente da
Manah S.A (fertilizantes e pecuária de corte) (1947/2000), além de ser
empresário rural em várias cidades do interior paulista, como Mogi Mirim
(SP), local onde ainda tem fazenda e está passando a quarentena devido
ao corona vírus.
Sua empresa Manah é lembrada até hoje pela contribuição que deu ao setor
e é estudada até em escolas de propaganda e marketing pelo slogan criado
por ele: “Com Manah, adubando dá”. Foi com a venda da empresa, em 2000,
que a família destinou uma parte do dinheiro auferido para constituir a
Fundação Agrisus, destinada a aprofundar uma de suas grandes
preocupações: a necessidade de pesquisa na área.
Procurando sempre uma agricultura sustentável, de respeito ao meio
ambiente, Cardoso orientou a Agrisus para apoiar projetos de pesquisa,
desenvolvimento e divulgação de novas tecnologias relacionadas à
conservação e melhoria da fertilidade do solo. Desde que conheceu o
plantio direto, ele se tornou um entusiasta e divulgador da prática,
enfatizando os estudos nesse sentido.Também incentiva a educação na
área, com apoio à realização de congressos, simpósios e dias de campo,
além de financiar viagens de estudos e formação de bibliotecas.
Uma vida dedicada ao estudo e à pesquisa. As recomendações aos formandos
da Esalq em 2005, quando foi paraninfo da turma, resumem seu pensamento
sobre a própria vida. “Arregacem as mangas e vão em frente. Não se
intimidem, nem se sintam diminuídos, se tiverem que começar pelo começo.
Estudem sempre, a vida toda, para manterem-se em dia com a ciência, com
a tecnologia e com a economia. Tenham sempre disposição para mudar. Não
se deixem fossilizar. Os vários patamares do sucesso se condicionam
sempre à dedicação ao trabalho, ao esforço, à honestidade de propósito,
ao estudo, e especialmente à pertinácia. A perseverança deve prevalecer
em todas as iniciativas, por mais modestas e primárias que sejam. A
sorte na vida, fator que não pode ser relegado, acontece geralmente para
quem está com a camisa molhada. Raramente ocorre em ambiente de sombra e
água fresca”.
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