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A pandemia do novo coronavírus (Covid-19), acabou gerando um realinhamento nas
taxas de criminalidade, em toda a área do 38º BPM/I (Batalhão de Polícia Militar
do Interior) situado em São Carlos (SP), que é responsável pela atuação do
policiamento em outros seis municípios na região, sendo Ibaté, Dourado, Ribeirão
Bonito, Descalvado, Porto Ferreira e Santa Rita do Passa Quatro.
Nesta semana, a reportagem do Jornal Primeira Página, foi recepcionada
pelo Comandante Geral do 38º BPM/I, Tenente Coronel da PM, Otávio
Augusto de Lima Seminate, que em entrevista relatou os detalhes de como
vem sendo desenvolvida a atuação de toda a tropa, diante da realidade
vivida nos últimos tempos.
Segundo destacou o Comandante Geral, a Polícia Militar ela trabalha
encima de números e metas, cujos dados, são estabelecidos pela
Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), onde como
exemplo, o Tenente Coronel PM Seminate, se referiu aos crimes de
homicídio, podendo ser verificado que do início do ano até o presente
momento, haviam sido contabilizados 14 crimes contra vidas na área de
abrangência do 38º BPM/I, entre às suas sete cidades. Entre todas as
vítimas, 11 delas possuíam antecedentes criminais, sendo 8 com o
envolvimento com o tráfico de drogas, e 2 dos delitos foram crimes de
feminicídio.
“Julgo de importância estar apontando que apesar dos números serem
robustos, eles estão na média das metas estabelecidas pela Secretaria de
Segurança Pública de São Paulo, onde no mês de abril, o 38º BPM/I, ficou
abaixo do que é estabelecido no quesito homicídio, estando no mês de
maio com um crime acima da meta”, destacou o Comandante. “São números
que são sazonais, trafegam sobre uma faixa e particularmente nos casos
de crimes de homicídio, o policiamento está trabalhando dentro da meta
estabelecida” ressaltou.
Diante dos indicadores de criminalidade, o Tenente Coronel PM Seminate,
afirmou que cada crime gera um trauma para a vítima, onde não existe o
crime grave ou o não grave, todos os crimes são graves, e todos são
levados muito à sério pela Polícia Militar, seja através do atendimento
emergencial, ou mesmo das operações planejadas. Na questão dos crimes
contra o patrimônio, que são os furtos e roubos, houve na realidade um
realinhamento nas estatísticas em 2021, em relação aos registros
computados no último triênio. “Trabalhamos com metas estabelecidas
encima dos números registrados no ano anterior, por exemplo em 2021,
temos como meta os números do mesmo mês, registrados em 2020, que foi
quando se iniciou a pandemia da Covid-19”, disse.
Segundo destacou Seminate, no ano de 2020, os registros apresentaram uma
queda acentuada de todos os crimes contra o patrimônio, devido ao fato
da população, principalmente após o mês de março, estar na grande
maioria reclusa em suas casas, as atividades econômicas também terem se
reduzido de forma acentuada, fazendo assim com que os crimes contra o
patrimônio também reduzissem.
“Esses crimes reduzidos em 2020, trouxeram para o ano de 2021 uma meta,
estando está um pouco difícil de ser cumprida, porém, se forem
analisadas as estatísticas criminais dos delitos contra patrimônio ao
longo dos últimos três anos, é notado um realinhamento, tanto nos crimes
de furtos como os de roubos, onde na realidade, 2021 voltou para a média
de 2018 e 2019, o que gera uma sensação de aumento nos casos, o que não
é verdadeiro, ocorrendo na realidade, uma queda acentuada na
criminalidade, diante da fase de início da pandemia da Covid-19.
De acordo com o Tenente Coronel, a grande locomotiva dos ilícitos penais
atualmente é o tráfico de entorpecentes, o que dá para perceber que o
‘reboque’ do tráfico, acarreta nas práticas de homicídios, os furtos, os
roubos, e o tráfico de drogas é um dos principais indicadores e também
um dos principais delitos que são combatidos e com frequência pela
Polícia Militar. Tendo como exemplo, o Comandante destacou que somente
no mês de maio de 2021, foram contabilizadas 29 pessoas presas em
flagrantes delitos, que estariam envolvidas com o tráfico de
entorpecentes, sendo ainda apreendidos mais de 16 quilos de drogas nas
atuações diversas realizadas pelo policiamento, o que acarreta em uma
média de uma prisão por dia de praticantes do referido crime. Portanto,
o tráfico de entorpecentes é um crime realmente combatido, não apenas
pela tropa especializada, mais também pelo serviço de inteligência da
corporação.
REESTRUTURAÇÃO DO
38º BPM/I
É muito importante ser frisado que, com a reestruturação do Batalhão,
ocorrida oficialmente no último mês, o 38º BPM/I, deixou de ter um
pelotão de Força Tática, que era subordinada à 1ª Cia do policiamento de
São Carlos (SP), e passou a ter a Companhia de Força Tática, que é
comandada por um Capitão especifico, sendo este, Paulo Roberto Nucci
Junior, vindo a abranger toda a área do Batalhão, atuando hoje de forma
estratégica, cumprindo estratégicas centralizadas e combatendo a
criminalidade nos sete municípios do 38º. Diante de tais adequações, a
prioridade e atenção é junto à nova área da 3ª Cia do policiamento, que
englobam os municípios de Descalvado, Porto Ferreira e Santa Rita do
Passa Quatro, que são as cidades mais afastadas do centro do batalhão,
onde estão sendo realizadas operações semanalmente, e os resultados
estão sendo colhidos.
Segundo destacou o Tenente Coronel PM Seminate, o município de Porto
Ferreira (SP), tem algumas características que impactam nos indicadores
criminais, pois além de ser uma cidade economicamente robusta, ela tem
uma população flutuante muito grande, e o fato de estar às margens da
Rodovia Anhanguera (SP-330), que serve como um corredor da Capital
Paulista para o estado de Minas Gerais, ela acaba sofrendo a influência
da rota de fuga e das rotas de acesso dos crimes que ligam a capital
paulista ao estado mineiro. “Então, justamente por isso, que além das
operações semanais e cotidianas estarem sendo incrementadas nesta
região, está sendo mantido também o grupamento de Força Tática,
especificamente para a área da 3ª Cia”, relatou.
Toda a reestruturação do 38º BPM/I na realidade, é um anseio de mais de
uma década, é um estudo que vem se incorporando e vem se incrementando
ao longo dos anos.
“Anteriormente, por exemplo, o Batalhão continha uma companhia
‘monstruosa’, que era à 1ª Cia de São Carlos (SP), cuja qual, tinha 210
policiais fixados em seus quadros, e com o quantitativo de indicadores
criminais muito altos, em relação as demais cidades, ao passo que as
outras 3 companhias territoriais, contavam com efetivo total com cerca
de 40 policiais militares”, destacou Seminate. “Nessa nova fase,
conseguimos equilibrar as 3 companhias territoriais, sendo que a 1ª Cia
do policiamento, atua hoje na região Norte de São Carlos (SP) e o
município de Ibaté (SP), enquanto a 2ª Cia do policiamento, integra a
região Sul de São Carlos (SP) e os municípios de Dourado (SP) e Ribeirão
Bonito (SP). Já a nova 3ª Cia do policiamento, além de Porto Ferreira
(SP), como foi mencionado, é integrada pelos municípios de Descalvado
(SP) e Santa Rita do Passa Quatro (SP), o que é muito importante, pois
com a reestruturação, além de trazer um equilíbrio ao efetivo, trouxe
equilíbrio para a população, além de possibilitar a criação da tão
esperada e almejada Companhia de Força Tática”, finalizou.
*Fonte: Jornal
Primeira Página (Foto: Jean Guilherme)
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