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Ministro de Minas e Energia explica aumento de combustíveis em audiência na
Câmara Audiência atendeu ao pedido do Deputado Vanderlei Macris e de outros parlamentares. |
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A audiência com o ministro foi pedida pelo deputado federal Vanderlei Macris (PSDB-SP) e por outros quatro parlamentares. “O governo atual planeja, no apagar das luzes, privatizar a empresa, seja da forma convencional, seja ‘por dentro’, com a venda de seus ativos mais rentáveis e estratégicos, reduzindo seu papel a mera produtora e exportadora de petróleo bruto para garantir lucro aos acionistas”, reclamam os deputados no requerimento em que pediam a convocação do ministro.
O deputado Vanderlei Macris - que integra duas das três comissões envolvidas na convocação do Ministro de Minas e Energia - ressaltou que o impacto dos recorrentes aumentos dos combustíveis no transporte rodoviário de cargas causa impacto direto na vida dos brasileiros. "Oitenta por cento de tudo que é produzido no Brasil, mesmo viajando em navios e trens, precisa dos caminhões para alcançar o seu destino final", afirma. Para Macris (PSDB-SP), o preço da gasolina e do diesel é o que mais afeta o bolso dos brasileiros e influencia diretamente na inflação, e que é preciso cobrar ações mais efetivas do governo federal. “Nós precisamos enfrentar a realidade. E a realidade Ministro, é a que o senhor vai se deparar daqui pra frente: a realidade da fome, da caristia, da inflação, dos preços dos alimentos, do preço do gás, do preço do diesel", afirmou Macris.
Ao comentar sobre os últimos acontecimentos acerca dos temas relacionados ao aumento de combustíveis e as mudanças constantes na diretoria da Petrobrás, Macris destacou que o governo federal está deixando os assuntos virarem um verddeiro 'samba do crioulo doido', em analogia às confusões e ao nível em que o debate tem proporcionado. "Eu vejo que essa situação, do nível de debate que se faz sobre a política de preços da Petrobrás, está virando um 'samba do criolo doido', porque não há entendimento, não há diálogo entre a empresa e o governo, e não há diálogo entre a empresa e os setores importantes da sociedade. Com isso, cria-se cada vez mais uma gestão controvertida, sem comando, e é isso o que o senhor Ministro deverá enfrentar daqui pra frente: dar comando para esse processo", explicou Vanderlei Macris.
"Quando eu falo o 'samba do crioulo doido', é porque é exatamante como o
Presidente da República age hoje, como se fosse parte de uma oposição.
Pede uma CPI de uma emrpesa que ele controla, que ele tem presença por
maioria, indicando seu presidente, conselheiros e diretores da empresa",
concluiu o deputado federal.
FUNDO DE ESTABILIZAÇÃO Macris também questionou o Ministro de Minas e Energia sobre a possibildiade de criação de um fundo de estabilização para estabelecer alternativas e conter o crescente aumento de preços de combustíveis. Para o deputado federal, com a divulgação dos últimos balanços da Petrobrás, que apontam um aumento crescente nos lucros da empresa, a criaçaõ do fundo seria uma alternativa para dar mais agildiade nas decisões e na política de preços da estatal. "No ano passado foram R$ 38,9 bilhões de dividendos para a empresa. Com tamanho valor e burocracia para aprovar medidas aqui no Congresso, não foi possível pensar em estabalecer alternativas para amenizar o preço pago pelos brasileiros nas bombas? Pergunto isso porque já neste ano de 2022 foram mais R$ 70 bilhões [de dividendos], somente nos primeiros três meses do ano. Não há como o governo federal pensar em criar um fundo para estabilizar o preço do diesel e da gasolina, em função destes dividendos que a própria Petrobrás passa para o governo?", foi o questionamento feito a Adolfo Sachsida.
Nesta segunda-feira (20), a Petrobras informou que José Mauro Coelho pediu demissão da presidência e, também, do Conselho de Administração da companhia. O anúncio foi feito quase um mês após o executivo começar a ser pressionado pelo próprio governo diante do reajuste dos combustíveis, e é mais uma tentativa (a segunda deste ano) do governo federal para conter a alta de preços. Mauto Coelho foi o terceiro executivo a comandar a estatal no governo Jair Bolsonaro, e ficou no cargo por apenas 68 dias, sendo o segundo menor período de gestão da empresa desde o fim da ditadura militar. Para Vanderlei Macris, as constantes mudanças na direção da estatal também indicam que o governo de Jair Bolsonaro ainda não sabe como resolver as questões envolvendo a Petrobrás, mas que mesmo assim, o Congresso Nacional não tem medido esforços para buscar uma solução para os problemas enfrentados . "Os três últimos presidentes da Petrobrás foram indicados pelo senhor Presidente da República, Jair Bolsonaro, que creio eu, tinham uma boa relação com o governo. Agora teremos um quarto presidente. Mais uma vez um 'samba doido' praticado ao longo deste processo. Nessa lógica, por quê então estes mesmos que passaram pela estatal, e que eram próximos do Presidente da República, não demonstraram concordancia com a política de preços adotados pela empresa? Nós fizemos um esforço sobrenatural aqui, com uma dificuldade incrível para os entes federados, na questão da política de preços da Petrobrás", disse o deputado Vanderlei Macris.
Ainda durante sua participação na audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara, o Ministro Adolfo Sachsidaque disse que o governo não pode interferir nos preços dos combustíveis. “É difícil para a população entender por que o governo não interfere nos preços dos combustíveis. Não é possível interferir no preço dos combustíveis, não está no controle do governo. Preço é decisão da empresa, e não do governo. Temos marcos legais que impedem a interferência do governo, mesmo sendo acionista majoritário”, disse o ministro.
Sachsida defendeu que a Petrobras faça “sacrifícios” para conter
reajustes de combustíveis. Segundo ele, o governo e os estados já estão
dando sua contribuição ao reduzir a tributação sobre a gasolina e o
diesel. |
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