Sorte do time
de Luiz Felipe Scolari que contou mais uma vez com o talento
de Neymar e viu Fred marcar pela primeira vez no torneio
para manter os 100% de aproveitamento da Seleção e coroar,
de certa forma, a campanha irretocável na fase de
classificação.
Apesar da
vantagem do empate, Felipão não escalou apenas Paulinho,
lesionado, optando por Hernanes como substituto. O técnico,
por sua vez, perdeu David Luiz, que é dúvida para o
confronto de quarta-feira, no Mineirão, em Belo Horizonte.
PORRADAS, LESÕES E O BAIANO PREDESTINADO - Pela
primeira vez na Copa das Confederações, o Brasil terminaria
o primeiro tempo sem marcar. Nem mesmo a pressão nos três
minutos iniciais garantiram um gol antes dos dez minutos
como aconteceu anteriormente contra Japão e México. Dante,
porém, aos 45 minutos assegurou a vantagem parcial de um
desempenho, até então, diferente do Brasil no torneio.
Fato
atribuído, entre outras razões, à marcação eficiente e
ríspida dos italianos. O tal jogo truncado esperado pelo
volante Hernanes na véspera do confronto contaminou, em
parte, o padrão brasileiro. Com apenas 12 minutos, foram
nove faltas contra três dos italianos. Até o fim da etapa
inicial seriam 22 infrações no total, das quais 13 só dos
brasileiros.
Partida,
digamos, mais brutal que fez com que dois jogadores
deixassem o campo com lesões. O primeiro deles foi Abate. No
duelo particular contra Neymar, o lateral italiano derrubou
o 10 da Seleção duas vezes. Depois, quando o atacante
retribuiu, acertou de vez o camisa 20 da Azurra, que foi
diretamente para o vestiário com dores no braço direito
provocadas pela queda. Restou ainda um amarelo para Neymar e
uma fratura no braço para Abate.
Cinco
minutos depois, aos 32, seria a vez de David Luiz dar um
bico para a lateral, demonstrando frustração por não ter
suportado uma pancada na coxa direita recebida aos 13 após
lance mais ríspido com Candreva. Coincidência fatal para os
italianos porque Dante era quem entrava no lugar do camisa
4. Eles, porém, ainda não sabiam da tragédia parcial que
estava prestes a ser anunciada.
A única
certeza, porém, mostrada pelos rivais era uma: retranca para
bloquear a velocidade do ataque brasileiro. Sabedoria
aplicada e que derrubava a eficiente chegada em bloco do
time de Luiz Felipe Scolari. Até o apito do juiz, além do
gol, apenas um chute cruzado sem força de Neymar
representava a melhor oportunidade brasileira.
O filho da
terra Dante, então, intercedeu pelos companheiros, por
Felipão e pelos milhares de torcedores que aplaudiram o
zagueiro quando entrou em campo aos 33 minutos. O baiano,
como um verdadeiro predestinado, estava muito bem
posicionado para aproveitar o rebote de Buffon após desvio
de cabeça de Fred e saciar a Arena Fonte Nova e seu público.
CAMISAS 9
E 10 DECIDEM - Foram transcorridos 45 minutos, o segundo
tempo se iniciava, o Brasil vencia por 1 a 0 e nada de o
nome 'Balotelli' ser citado. Ainda mais por se tratar de um
jogo disputado, o preferido do camisa 9. Ledo engano. Bastou
um tiro de meta cobrado por Buffon cair nos pés do atacante.
Mesmo com Dante fazendo a carga por trás, Super Mario
conseguiu um passe de calcanhar para Giaccherini. Sem
marcação, ele avançou e chutou cruzado para empatar aos
cinco minutos.
Susto rápido
para o time de Felipão e para a torcida. Afinal, Neymar
assumiria novamente o papel de protagonista. Bastaram mais
quatro minutos para o camisa10 sofrer falta e cobrá-la de
maneira perfeita, recolocando o Brasil à frente.
Nesse
momento, ao considerar o gol marcado por Dante aos 45 ainda
do primeiro tempo, eram três em apenas nove minutos.
Disputa
acirrada para classificar em primeiro do Grupo A e fugir da
Espanha? Pretexto aceitável, mas dentro dos objetivos do
Brasil. Afinal, para ser campeã, a Seleção precisa superar a
Fúria.
Melhor,
então, deixar os espanhóis para uma eventual final, pensou
Fred, quando recebeu lançamento perfeito de Marcelo e
fuzilou o gol de Buffon, aos 21 minutos. Foi o primeiro do 9
na Copa das Confederações.
A Itália
esboçou sinais de reação após Chiellini diminuir aos 26
minutos em lance polêmico. Os jogadores do Brasil alegaram
que o árbitro Ravshan Irmatov teria assinalado pênalti antes
de o zagueiro da Azurra empurrar a bola contra as redes de
Julio Cesar.
Polêmicas à
parte, o gol deu uma sobrevida ao time do técnico Prandelli
e a cabeçada de Maggio oito minutos depois ensaiava uma
reação. Felipão, precavido, já havia colocado Fernando no
lugar de Hulk antes desse lance.
Fechado e só
com Fred no campo de defesa da Itália, o Brasil suportou a
pressão. E o único homem à frente naquele momento fez o
segundo dele no jogo e sacramentou a vitória inquestionável
sobre a Itália.
FICHA
TÉCNICA
ITÁLIA 2 X 4 BRASIL
Local: Arena Fonte Nova, em Salvador (BA)
Data/Hora: 22/6/2013 – 16h
Árbitro: Ravshan Irmatov (UZB)
Auxiliares: Abdukhamidullo Rasulov (UZB) e Bakhadyr
Kochakarov (KGZ)
Público: 48.874 pagantes
Cartões Amarelos: Machisio (ITA); David Luiz, Neymar,
Luiz Gustavo (BRA)
Cartões Vermelhos: -
GOLS: Dante, 45'/2ºT (0-1); Giaccherini, 6'/2ºT (1-1);
Neymar, 9'/2ºT (1-2); Fred, 20'/2ºT (1-3); Chiellini,
25'/2ºT (2-3); Fred, 42'/2ºT (2-4)
ITALIA: Buffon, Abate (Maggio - 29'/1ºT), Bonucci,
Chellini, Sciglio; Montolivo (Giaccherini - 26'/1ºT),
Aquilani, Machisio, Candreva, Diamanti (El Shaarawy -
27'/2ºT); Balotelli. Técnico: Cesare Prandelli.
BRASIL: Julio Cesar, Daniel Alves, Thiago Silva,
David Luiz (David Luiz - 33'/1ºT), Marcelo; Luiz Gustavo,
Hernanes, Oscar; Hulk (Fernando - 30'/2ºT), Neymar (Bernard
- 23'/2ºT) e Fred. Técnico: Luiz Felipe Scolari |