Prefeito diz que Santa Cruz não está preparada para demandas com
presídio (Foto: Pedro Santana/EPTV) |
Moradores de
Pirassununga e Leme (SP) são contra a construção de um presídio
em Santa Cruz da Conceição. A população das três cidades temem
que o local cause impactos nos serviços de saúde e segurança, já
que familiares de detentos devem se mudar para a região. Nesta
semana, manifestantes fizeram uma reunião na Câmara de
Pirassununga em busca de apoio. A Secretaria de Administração
Penitenciária (SAP) não se pronunciou sobre o assunto.
O presídio será
construído em uma área na zona rural de Santa Cruz da Conceição
e terá capacidade para 768 detentos. Contudo, 40 entidades da
cidade, de Leme e de Pirassununga tentam impedir a instalação.
“Nós vamos estar combatendo juridicamente, ambientalmente e
politicamente, em todas as frentes , para que esse presídio não
venha para a nossa região”, disse o representante do movimento
de repúdio do presídio Luiz Henrique Druziani. |
A preocupação é que muitas famílias de
detentos devem se mudar para as cidades e o aumento da população
pode causar reflexos nos serviços públicos, principalmente
segurança e saúde. “Teríamos que aumentar a complexidade do
nosso hospital, que não suportaria a vinda de cerca de 4 a 5 mil
pessoas. Ele teria uma sobrecarga de atendimento”, afirmou o
presidente do Conselho da Santa Casa de Pirassununga, Amador
Mistieri Júnior.
Paulo Tannús,
presidente do Conselho de Segurança de Pirassununga, acredita no
crescimento da violência. “Tendo um crescimento desordenado do
município, nós poderemos ter um aumento na criminalidade. Hoje
nós temos uma defasagem de 21% da Polícia Militar e 30% da
Polícia Civil. Logicamente o efetivo da Guarda Municipal teria
que ser reforçado para poder abrigar esse presídio na nossa
região”, disse.
Sem verbas para atender o aumento da
demanda pelos serviços públicos, a Prefeitura de Santa Cruz da
Conceição deve recorrer ao governo estadual. “Saneamento básico,
saúde, educação. Vai ter uma demanda maior e talvez o município
não esteja preparado para recebê-la”, destacou o prefeito de
Santa Cruz, Osvaldo Marchiori, o Vadinho (PSDB).
O promotor de Leme, Guilherme Gotardello, já entrou com uma ação pedindo uma liminar para
suspender o processo de licenciamento ambiental. Ele alega que o
documento não cita o risco de haver um aglomerado urbano em
volta do presídio. Argumenta também que no relatório a Companhia
de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) não considerou os
efeitos ambientais que podem ser causados por uma superlotação.
*Com informações do portal Leme News |