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16
/04/2013 (19h03)

Críticas ferrenhas e projetos rejeitados marcaram Sessão da Câmara
 
Provavelmente pelo momento pré-eleitoral que vivencia o município, o clima nas últimas sessões da Câmara têm sido tenso e na segunda-feira, 15, não foi diferente. Críticas ferrenhas e colocações no mínimo ‘constrangedoras’ deram o tom nos pronunciamentos no Plenário, além do governo interino de Anderson Sposito sofrer mais uma ‘derrota’ com a rejeição de dois projetos de lei de interesse do Poder Executivo.

Derrubado por unanimidade de votos, o Projeto de Lei nº 15/13, que prevê a abertura de crédito adicional suplementar ao orçamento público no valor de R$ 1.102.500,00 (um milhão, cento e dois mil e quinhentos reais), para o pagamento de serviços de recuperação de créditos junto ao INSS para a empresa Castelucci & Figueiredo, foi duramente criticado pelos Vereadores, além de ter ido para votação com pareceres contrários das comissões permanentes.


Na realidade esse contrato tem histórico datado de novembro do ano passado, quando o vereador Helton Antônio Venâncio (PSDB) apresentou denúncia junto à justiça local,  que por sua vez acabou acatando-a e formalizando uma Ação Popular contra a administração de Luís Antônio Panone (PPS) e Antonio Carlos Reschini (PTB). À época o vereador justificou a sua denúncia informando que a empresa estaria sendo contratada pela Prefeitura, sob um vultuoso valor sem o devido processo licitatório.

O Juiz da 2ª Vara, Dr. Rodrigo Octavio Tristão de Almeida concedeu liminar em meados de dezembro do ano passado, suspendendo o contrato e qualquer tipo de pagamento à empresa Castelucci Figueiredo e Advogados. A Prefeitura Municipal, através da Procuradoria Geral do Município recorreu da decisão junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo, tendo sida derrubada a liminar pelo juiz Dr. Marrey Uint.

O Tribunal de Justiça recebeu o recurso da Procuradoria Geral, determinando o efeito suspensivo da liminar, uma vez que foram apresentadas documentações que comprovaram a realização de licitação e que inclusive estão até hoje disponíveis no site institucional da Prefeitura (clique aqui para acessar). De acordo com informações obtidas junto ao processo licitatório, três empresas participaram do certame tendo duas delas habilitadas. A empresa que apresentou menor valor para a prestação de serviços foi a Ottoni & Ottoni Neto, porém não comprovou a notória especialização exigida no edital.

Na Sessão de segunda-feira, porém, o que vereadores como Edevaldo Benedito Guilherme Neves (PMDB), Luiz Carlos Vick Francisco (PPS) e José Augusto Cavalcante Navas (PTB), trouxeram em plenário é que, além deste contrato estar sendo discutido na justiça, a Prefeitura Municipal apesar de ter sido acionada para encaminhar informações, não comprovou resultados obtidos pela empresa advocatícia para os devidos pagamentos.

“O próprio contrato diz que, para se proceder com os pagamentos à empresa, ela deve comprovar os seus resultados. Até agora a Prefeitura, apesar de termos solicitado as informações, não encaminhou provas ou documentos que apresentem a recuperação de nenhum centavo; então como vamos autorizar um pagamento sem a comprovação do serviço?”, disse Vick Francisco.

“Eu não vou aqui discutir o mérito do contrato, porque não é o que está em discussão. Dizem que é uma herança da administração Panone, tudo bem, é uma herança da administração passada. Quero dizer que sou contra esse projeto porque opto pela lisura da administração e não por conchavos políticos. Nós solicitamos informações da Prefeitura que não foram entregues, o que inviabiliza a sua aprovação”, complementou Guto Cavalcante.

Já o vereador Edevaldo Guilherme, após proferir duras críticas à administração anterior, afirmou que este era um projeto com erro grave: “O próprio contrato diz, só pode receber comprovando os serviços. E até agora nada ficou comprovado. É mais uma tentativa de comprometer o Legislativo e pela independência entre os Poderes, peço aos meus pares que rejeitem esse projeto”, acrescentou.

O único momento de descontração no momento da votação do projeto acima foi a participação do vereador José Dias Bolcão (DEM), que havia dito minutos antes em seu discurso que era um vereador que não conseguia votar contra a nenhum projeto.

“Eu disse agora a pouco que não votava contra nenhum projeto, que eu não conseguia fazer isso, mas dessa vez, vou ter que me corrigir. Dessa vez eu vou votar contra, porque eu é que não vou me comprometer”, disse o parlamentar arrancando gargalhadas do público presente.

O segundo Projeto de Lei rejeitado na noite foi o de nº 16/13 (este por sete votos votos contra e três a favor), também de abertura de crédito adicional especial ao orçamento, no valor de R$ 321.074,54 (trezentos e vinte e um mil, setenta e quatro reais e cinquenta e quatro centavos), o qual visava custear despesas com pagamentos de estagiários, dívidas do exercício anterior, fatura do convênio com a empresa São Francisco Clínicas, serviços prestados pela empresa José Carlos Aparecido dos Santos Descalvado ME, transporte realizado pela empresa Realidade e consumo de serviços de telefonia.

O motivo, conforme os vereadores que se posicionaram contrários, também foi a falta de informações por parte da Prefeitura Municipal. Segundo os pronunciamentos, um pedido de esclarecimentos foi feito ao Prefeito Interino no dia 19 de março e, até a data da sessão, as informações não haviam sido encaminhadas.

“É um desrespeito do Poder Executivo para com o Poder Legislativo. Nossos questionamentos são respondidos pela metade, isso quando são respondidos. Trata-se de mais uma manobra para enganar essa Casa, porque se está tudo bem com o projeto, porque é que as informações não chegam?”, alertou Edevaldo Guilherme.

Apesar de não ter sido colocado em votação, o projeto de lei que concede aos servidores públicos além da cesta básica um cartão bônus no valor de R$ 100,00, foi abordado por todos os parlamentares. Os vereadores que se manifestaram (com exceção de Henrique Fernando do Nascimento), se posicionaram a favor, desde que a matéria apresente legalidade e constitucionalidade.

Para isso, a Procuradoria Jurídica da Câmara está fazendo consulta ao CEPAM – Centro de Estudos e Pesquisas da Administração Municipal, de onde aguarda receber um parecer técnico e jurídico que vai orientar a votação e o posicionamento dos edis.

PRONUNCIAMENTOS – “Eu estou me sentindo perseguido, tenho o desejo e o dever de fiscalizar, mas não consigo. Faço requerimentos e não recebo informações. O que eu não entendo. Será que o prefeito interino tem algo a esconder?”, indagou o vereador Edevaldo Guilherme ao citar a relação que tem se estabelecido entre ele e o Poder Executivo.

O parlamentar também falou a respeito do projeto de lei que concede benefício aos servidores públicos (cartão com bônus de R$ 100,00), dizendo que a matéria chegou agora, porque desafiou Anderson Sposito. “Mentir é fácil, quero ver praticar!”, acrescentou.

Já o jovem vereador Guto, restabeleceu o ‘Caso das Sucatas’, informando que esteve conversando com funcionários e autoridades na Prefeitura, até porque não só ele quer saber, mas as entidades que ficaram sem os recursos, também querem uma resposta.

“Eu fui saber quais foram as providências adotadas, o que de fato aconteceu e, muito me surpreendeu que nos 100 dias de governo, já foram instauradas três sindicâncias para apurar possíveis irregularidades e desvios de condutas nesse governo, dentre elas, o caso das Sucatas.  Mas sinceramente, na minha opinião acho que não vai dar em nada, porque não houve a pressa e a agilidade para se resolver essas questões. Infelizmente, vejo que em vários setores da Prefeitura há muito mais a preocupação com a eleição que está por acontecer, isto em decorrência do pleito vergonhoso que tivemos, do que com a nossa cidade. É uma obsessão escancarada pelo poder. O que será que tem de tão doce? Eu gostaria de saber”, indagou.

E dentre as críticas proferidas em plenário, o mais surpreendente pronunciamento veio do vereador Sebastião José Ricci (PP), que não poupou palavras duras e desafiou a quem fosse, que o desmentisse em suas palavras.

Você vai poder conferir isso e muito mais na próxima edição da coluna "Politicando".

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