Jovem foi
encontrada com ferimentos e cabelo raspado em São Carlos
(Foto: Rodrigo Sargaço / EPTV) |
Uma jovem de 20
anos, que estava desaparecida desde segunda-feira (11), em São
Carlos, foi encontrada na tarde da última sexta-feira (15)
abandonada em um terreno baldio com ferimentos e a cabeça
raspada. Ela diz que recebeu uma proposta de trabalho em
Americana, mas depois se recusou ao descobrir que teria que se
prostituir. A vítima acusa dois homens e uma mulher de
sequestrá-la, amarrá-la, agredi-la e torturá-la por quatro dias.
A Polícia Civil está investigando o caso, mas ainda não tem
suspeitos do crime. |
A mulher foi encontrada pela família em um terreno baldio do
Jardim Tangará. Segundo ela, um homem de aproximadamente 50 anos
foi até a casa da família com uma promessa de trabalhar em uma
confecção de roupas em Americana. A jovem
aceitou e os dois viajaram. No caminho, ela viu placas que indicavam que estavam
em Campinas.
“Ele entrou em uma estrada de terra e comecei a ficar desconfiada. Ele me deu
uma coronhada e apaguei”, disse.
Prostituição - Em
um local ainda desconhecido ela disse que o homem explicou que
ela deveria se prostituir. Ele estava com outro homem e uma
mulher. “Ele falou que ia me vender para outro homem, que ia me
prostituir para ganhar dinheiro para eles. Eu neguei, tentei
fugir, entrei no meio do mato, mas não sabia onde eu estava.
Eles conseguiram me pegar, me amarraram e me bateram. Foram
quatro dias de terror, não desejo isso nem para o meu pior
inimigo”, disse.
A vítima ainda
contou que ficou sem tomar banho e sem se alimentar em um quarto
escuro. Ela disse que levou chutes, socos, tapas das três
pessoas. “Ela tinha o cabelo grande até o ombro e rasparam. No
meio passaram a máquina zero, porque ficou baixinho”, disse a
auxiliar de produção Terezinha Vieira Maia, vizinha da família.
A jovem explicou
que o homem que fez a proposta disse que já tinha intenção de
obrigar outras moças de São Carlos e de Barra Bonita a se
prostituir. “Ele já conversou com elas e vai atrás. Vai fazer a
mesma coisa com as outras meninas. Isso para ele é fichinha”,
afirmou.
Desaparecimento
- A família não conseguiu mais contato com a jovem e registrou
um boletim de ocorrência de desaparecimento. Os pais chegaram a
espalhar cartazes pela cidade com fotos da jovem.
Terezinha disse
que recebeu uma ligação dos suspeitos pedindo R$ 10 mil para
liberar a jovem. “Eu fui explicar para ele que ela era pobre,
mas ele desligou o telefone. Depois eu retornei, ele disse que
não tinha nada a perder. Ele me deixou falar com ela, que
chorava desesperada. Depois ele falou que ia liberar e recebemos
uma ligação que ela estava no Tangará. Trouxemos ela para casa e
chamamos o Samu”, disse.
A filha de
Terezinha também recebeu o convite do mesmo homem, que sempre
apresentava com um cartão e dizia ser dono de uma confecção.
“Também teve outras moças. Ele pagaria R$ 1,8 mil, levaria na
segunda e traria no sábado. Elas iriam dobrar camisetas e sair
entregando nas lojas da região de São Carlos, Campinas e
Limeira. Minha filha recusou porque tem uma filha de 3 anos e
não daria para ir”, explicou.
Investigação
- A
família registrou um boletim de ocorrência na sexta-feira (15) e
a jovem fez exame de corpo delito. O delegado de plantão,
Geraldo Souza Filho, informou que o caso deve ser apurado com
cuidado, pois considera suspeita a versão apresentada pela
vítima. Por enquanto ninguém foi preso.
*Fonte:
G1/São Carlos
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