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Com a seca história do Rio Mogi Guaçu no distrito Cachoeira de Emas,
em Pirassununga, 90% dos pescadores que dependiam do rio tiveram que mudar
de profissão. Dos 100 que trabalhavam no local, apenas 10 continuam trabalhando
na área, segundo estimativas dos profissionais. A partir do dia 1º de novembro a
pesca será proibida devido ao início da piracema, período de reprodução dos
peixes. O Rio Mogi Guaçu
está no nível mais baixo já registrado em 50 anos. A vegetação
cresceu e, no local, é possível ver várias pedras que antes não
apareciam, impedindo a navegação. A busca por uma outra forma de
ganhar dinheiro tem sido |
a saída para a
maioria dos pescadores que trabalhavam na Cachoeira de Emas.
Como ela está com volume 20% abaixo do esperado pra esta época
do ano, pescar está tão difícil que deixou de ser um bom
negócio.
NOVA ATIVIDADE
- O pescador Reginaldo de Oliveira Ravelli teve que trocar a
vara e o anzol pela desempenadeira e a colher. Ele sempre foi
pescador, mas teve que buscar outra fonte de renda com a forte
estiagem que atinge a região sudeste. “Era muito bom, tinha
muito peixe. A gente trabalhava com passeio de barco domingo e
pesca de segunda a sábado. Era muita gente muito passeio e até
dava para ganhar um dinheirinho bom. Agora reduziu para a metade
do que ganhava antes”, afirmou.
O pai dele, o
pescador José Braz também deixou a pesca e agora trabalha na
mesma obra. “Por enquanto a gente não vai mais atrás de peixe,
vai atrás de obra”, disse. Diante das dificuldades, ele acredita
que a família teve sorte. “Ainda bem que eu ensinei ele a
trabalhar com pedreiro, porque senão o que ia fazer?”.
Além deles, os
poucos que ainda se arriscam na busca por um peixe fazem somente
por lazer. “Tem muito pouca água e nunca vi isso na minha vida.
Em 31 anos que frequento a Cachoeira de Emas, é a primeira vez
que eu piso nesse lugar e vejo assim”, afirmou o servidor
público Waldemir Rodrigues de Souza.
O pescador
Durval Penha Francisco sempre viveu da pesca e dos passeios de
barco, mas agora fica na calçada fazendo tarrafas pra vender.
“Demora 15 dias para fazer uma tarrafa e é duro de vender.
Vende, mas não é de uma hora para outra. Eu estou com três para
vender e não aparece ninguém para comprar”, disse. Como hoje não
consegue nem a metade do que do que ganhava antes, ele torce
para o rio voltar a encher. “Enquanto o rio não encher, não tem
opção para nada”, lamentou.
*Com informações do G1/São Carlos / Foto: Felipe
Lazzarotto
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