sorotipos
existentes da doença. Ela poderá ser aplicada em pacientes de 9
anos a 45 anos, que deverão tomar três doses subcutâneas com
intervalo de seis meses entre elas.
Na própria bula da
vacina, o laboratório informa que a Dengvaxia não protege 100%
dos pacientes. Por isso, ela não substitui as recomendações
anteriores do Ministério da Saúde. A aprovação da vacina pelo
governo brasileiro ocorreu em dezembro de 2015. Os testes
apontaram uma redução de 81% das internações e 93% dos casos
graves. Em média, 66% dos pacientes com os quatro sorotipos
ficaram imunizados - 2 em cada 3 pessoas, segundo a Sanofi.
A vacina foi
produzida com um vírus vivo atenuado e possui em sua estrutura o
vírus vacinal da febre amarela, que lhe garante estabilidade. Os
testes envolveram 40 mil pessoas em 15 países, em uma pesquisa
clínica que resultou em 25 estudos. No Brasil, cerca de 3.500
pessoas de cinco cidades participaram das etapas de testes.
De acordo com o
médico epidemiologista João Bosco, professor da Universidade
Federal de Goiás (UFG) que participou dos estudos sobre a
vacina, “a forma como a gente vinha fazendo prevenção de dengue
era a mesma há anos. É a primeira vez que temos algo diferente”.
Os governos
estaduais e o federal combatem o vírus com campanhas de
prevenção nas residências, pedindo que os moradores evitem
deixar água parada. A dengue é transmitida pelo mosquito Aedes
aegypti, assim como a zika e a chikungunya.
Adoção pelo sistema público
- No mês passado, o governo do Paraná já anunciou que fará uma
campanha de vacinação contra dengue utilizando o produto da
Sanofi Pasteur. De acordo com o laboratório, o estado deverá
receber 500 mil doses -- 1 milhão de vacinas estão armazenadas
em São Paulo desde a aprovação.
Para a
presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm),
Isabella Ballalai, a vacina deve trazer benefícios do ponto de
vista individual, mas a possível adoção da vacina de dengue pelo
sistema público de saúde deve levar em conta fatores como a
incidência da dengue nas diferentes localidades, a capacidade de
se conquistar uma boa adesão e o custo da vacina.
“Com certeza, do
ponto de vista individual, a vacina tem benefícios e acredito
que para grande parte das regiões onde a doença é endêmica, ela
pode ter um impacto”, diz.
Um dos maiores
desafios em relação a uma possível vacinação em massa, segundo
Isabella, deve ser em relação à adesão. A vacina da Sanofi é
destinada a pessoas de 9 a 45 anos de idade. “Esta é uma
faixa-etária super difícil de vacinar. Seria preciso avaliar
qual a melhor estratégia para a campanha. Não seria um programa
de fácil implantação.”
De acordo com o
laboratório, a vacinação em adolescentes deve ser o maior
desafio. Ricardo Feijó, professor adjunto de Pediatria da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), diz que os
jovens não tem propensão a se vacinar, que as maiores taxas de
adesão ainda estão entre as crianças. "Ele [adolescente] tem a
sensação que é de baixo risco à doenças".
*Fonte:
Bem Estar/G1 (Foto: Foto: Sanofi Pasteur/Norbert Domy)
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