"Fernando entendia que seria o candidato eleito. No caso da Renata
Braga, o irmão dela, o André Braga, era a pessoa que arrecadava recursos
para a campanha. Antes mesmo de eu procurá-lo ele me procurou, disse a
ele que seria feita a contribuição de R$ 100 mil. Três ou quatro semanas
depois, chamei ele novamente no Starbucks do Shopping Eldorado e passei
as informações de endereço, senha, data e hora diretamente ao André
Braga. E só, e ele retirou o dinheiro”, afirmou.
Segundo o ex-executivo,
André Braga sabia que o dinheiro era de caixa 2. “Nessa primeira reunião
eu informei a ele que seria de caixa 2 e quando eu chamei ele na segunda
passei a senha e disse: ‘Olha, é caixa 2 de fato’. O doutor Saldanha,
que era o outro candidato, quem realmente tratava da coordenação da
campanha dele era o secretário de Obras vigente na época, o nome Edson
Prudente. Eu estive na secretaria de governo, já inclusive com a
informação completa de valor, de endereço, de senha, data e hora, e
entreguei para ele dentro da secretaria. Tenho certeza que foi entregue
porque não reclamaram”, disse Paschoal.
O QUE DIZEM OS CITADOS
- A ex-prefeita Renata Braga afirmou que ficou surpresa com a citação do
nome dela pelo delator. Disse que só depois de eleita, teve contato com
a equipe técnica da Odebrecht Ambiental de Porto Ferreira e afirmou que
vai tomar providências jurídicas assim que for notificada.
O irmão dela, André Braga,
disse que a delação do ex-executivo é falsa e que isso será demonstrado
ao longo do processo. Ele falou que também vai tomar providências
jurídicas.
Já o então candidato do PT
Saldanha Leivas Cougo disse que não participou de nenhuma atividade de
arrecadação de campanha e que nunca autorizou ninguém a negociar
qualquer tipo de ato ilegal em nome dele. Ele afirmou que está à
disposição da Justiça para apurar os responsáveis.
E o ex-secretário de Obras
de Porto Ferreira Edson Prudence falou que deixou a secretaria em
fevereiro 2012, quando os candidatos à eleição ainda não estavam
definidos. Ele afirmou ainda que nunca foi coordenador de campanha
política.
INVESTIGAÇÃO
- A decisão do ministro Fachin de pedir que os denunciados sejam
investigados não é uma condenação.
A medida transfere pro
Tribunal Regional Federal paulista a decisão sobre a abertura ou não de
investigação.
*Fonte: G1/São Carlos
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