disponibilizando um total de vinte e oito
agente de saúde para visitar os imóveis a cada quinze dias, sempre aos
sábados", disse o secretário.
O programa do governo
paulista "Todos Juntos Contra a Dengue" já percorreu simultaneamente 556
municípios, mobilizando 30,4 mil agentes de saúde e supervisores. Em média, 9,2
mil destes servidores atuam nas ações aos sábados. Cada profissional envolvido
recebe do governo do Estado, via prefeituras, uma remuneração extra no valor de
R$ 120,00. Até o momento, já foram investidos mais de R$ 4,3 milhões neste
trabalho de campo específico.
As prefeituras
interessadas em participar da campanha assinaram um Termo de Adesão,
indicando o número de agentes e de supervisores mobilizados em sua
jurisdição. As ações, programadas pela Sala de Comando e Controle
Estadual das Arboviroses, incluem a varredura de focos do mosquito em
imóveis públicos, privados e baldios, com eliminação de criadouros,
remoção mecânica, tratamento químico (quando necessário), bem como a
difusão de orientações à população.
ÍNDICE LIRAa EM 0,5
- De acordo com Silvio Donizete Franceschini, chefe do serviço de
Controle de Vetores, a situação em Descalvado, assim como em outros
municípios da região, é considerada tranquila. "O último levantamento do
IB [Indice de Breteau] realizado em outubro do ano passado, apontou que
Descalvado está com um índice de 0,5 pontos, metade do que é considerado
aceitável pela Organização Mundial de Saúde."
O Levantamento
Rápido de Índice para Aedes Aegypti (LIRAa) é realizado
pelo menos três vezes ao ano. Para 2017, a Superintendência de
Controle de Endemias (SUCEN) alterou o calendário dos meses em
que são realizados os levantamentos que apontam como anda a
situação dos
criadouros do mosquito. No ano passado, as equipes foram a campo
nos meses de janeiro, julho e outubro. Neste ano, o trabalho
será feito nos meses de março, junho e outubro.
Ainda segundo
Franceschini, neste ano ainda não houve o registro de nenhum
caso de dengue no município de Descalvado. "A nossa preocupação
é maior para o período do carnaval, já que temos parte da
população se deslocando até as regiões do país onde existe
grande probabilidade de ser picado pelo mosquito transmissor das
doenças. Até lá, não há muitos motivos para preocupação",
explicou. |
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Mesmo com a aparente
situação de tranquilidade, o chefe do controle de vetores disse que a
SUCEN já emitiu um alerta para o estado de São Paulo. No comunicado, os
especialistas do órgão estadual dizem que em breve poderá haver um surto de zika
e chikungunya em todo o estado de SP. "A nossa grande preocupação
fica por conta da população da nossa região, visto que ela está mais
suscetível à essas doenças por conta da baixa imunidade", disse.
Quanto a não definição
de uma data para a realização do arrastão de limpeza, Fransceshini
também disse que é preciso ter cautela e agir no momento certo.
"Infelizmente a população ainda não colabora. Em média, cerca de vinte
dias depois que a equipe do arrastão passa pela residência, já é
possível encontrar novos criadouros do Aedes, que também está ficando
cada vez mais resistente e tolerante, se adaptando e aclimando às
condições oferecidas pelo ambiente. É preciso agir no momento certo!",
finalizou.
DESAFIO
- Para o Ministro da Saúde, Ricardo Barros, o combate ao mosquito
Aedes aegypti é o maior desafio da saúde brasileira atualmente.
Barros reforçou as previsões do governo que apontam para um aumento de
casos de infecção pelo vírus causador da chikungunya agora em 2017,
transmitido pelo mesmo mosquito transmissor da dengue e do zika vírus,
dentre outras doenças.
“Temos que combater o
mosquito. Esse é o grande desafio da saúde até que a gente consiga um
controle adequado”, avaliou. Em 2016, no Brasil foram registrados 263
mil casos de febre chikungunya, contra 36 mil em 2015. “O mosquito pica,
recebe o vírus e passa para outra pessoa. Como cresceu muito o número de
pessoas que têm [o vírus], entendemos que haverá uma ampliação [de
casos].”
Em relação à dengue e ao
vírus Zika, também transmitidos pelo mosquito, Barros lembrou que o
ministério trabalha com um cenário de estabilidade de casos. No ano
passado, foram contabilizados 1,4 milhão infecções por dengue, contra
1,6 milhão no ano passado, além de 211 mil casos prováveis de infecção
por Zika em 2016 (nem todos os casos registrados foram confirmados em
laboratório).
“Cada cidadão é
responsável pelo combate ao mosquito. Não há força pública capaz de
estar em todos os lugares eliminando os focos”, concluiu o Ministro da
Saúde.
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