Estamos
chegando a mais um período de inverno e o frio já anuncia que, neste
ano, a estação poderá ser mais rigorosa. Com a temperatura mais baixa,
as pessoas começam a tomar banhos mais quentes, além de ligar os
aquecedores. Dias e mais curtos e com pouca incidência da luz solar
fazem também com que máquinas de secar roupa e ferros elétricos sejam
acionados um maior número de vezes e por mais tempo.
Essas ações podem aumentar
o consumo de energia elétrica, elevando o valor dos gastos e impactando
o orçamento doméstico – ainda mais em um período de bandeira vermelha
instituída pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). A cor da
bandeira, informada na conta de luz, indica o custo de energia, em
função das condições de geração. Ou seja: quando chove menos, os
reservatórios das hidrelétricas ficam mais vazios e é preciso acionar
mais termelétricas para garantir o suprimento de energia no País.
Atualmente, o custo adicional por bandeira vermelha é de R$3 para cada
100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
Para mudar esse círculo
vicioso é necessário pensar em uma mudança nos hábitos de consumo. É
possível gastar menos energia ou manter um nível de consumo que não pese
no bolso. Seguindo algumas regras básicas, é possível que o consumidor
não seja surpreendido por uma conta de luz muito alta. Uma das primeiras
medidas é o cuidado no banho.
No que diz respeito ao
consumo de energia elétrica, o chuveiro é responsável por 25% a 35% dos
gastos na conta de luz. Ao utilizá-lo no modo ‘inverno’, o acréscimo no
consumo é de cerca de 30% em relação ao modo ‘verão’. Então, tomar banho
quando a temperatura não é tão baixa pode ser uma boa forma de
economizar energia elétrica.
*Aquecedores de ambiente:
Consumo pode variar entre 120 kWh e 228 kWh por mês,
dependendo do tipo de aquecedor |
Eletrodomésticos: mocinhos ou vilões?
Nesta época de outono-inverno, a temperatura mais fria e a menor
incidência da luz solar fazem com que também aumente o uso das
secadoras, e do ferro elétrico. Uma secadora consome entre 120 a 150 kWh
por mês, quando utilizada apenas uma vez por dia. De todos os
eletrodomésticos, o ferro elétrico é o maior vilão, quando ligado a todo
o momento, pois ele transforma energia em calor. O ideal é acumular a
roupa no momento de lavar, secar ou passar, executando a tarefa de uma
única vez.
Outro aparelho muito
utilizado no frio é o aquecedor elétrico. O Instituto Brasileiro de
Defesa do Consumidor (Idec) avaliou aparelhos (irradiador, gabinete, a
óleo e split) de nove marcas diferentes, sendo 21 modelos no total, e
concluiu que, embora os preços sejam acessíveis, eles consomem muita
energia. Segundo a pesquisa do Idec, um aquecedor ligado por oito horas
ao dia, durante duas semanas, pode gerar um impacto entre R$ 50 e R$ 95
mensais na conta de energia, dependendo do modelo.
Por ficarem ligadas durante
o dia todo, as geladeiras são responsáveis por boa parte dos gastos com
energia em uma residência. Por isso, evite abrir e fechar o
eletrodoméstico desnecessariamente e não deixe o aparelho próximo a
equipamentos que produzam calor, como o fogão e o micro-ondas. Também é
importante não deixar acumular gelo e só ligar o freezer em ocasiões
especiais, como festas ou churrascos.
Durante o inverno, também é
possível reduzir as temperaturas, tanto da geladeira como do freezer.
Afinal, com o frio externo, eles não precisam gerar tanto gelo. Outra
forma de gastar menos energia é comprar aparelhos elétricos
identificados com o selo do Programa Nacional de Conservação de Energia
Elétrica (Procel). Produtos que apresentem notas A ou B possuem mais
eficiência energética, ou seja, consomem menos energia que as que
indicam notas D ou E.
As distribuidoras do Grupo
CPFL Energia têm dado especial destaque ao tema do consumo de
eletricidade, conscientizando a população para que utilize esse recurso
de forma adequada e racional. Para isso, utiliza o Programa de
Eficiência Energética, que investiu mais de R$ 98 milhões em projetos no
ano de 2016. Mais de 77 mil clientes, com baixo poder aquisitivo foram
beneficiados, com instalação de equipamentos mais eficientes, como
chuveiros, lâmpadas, geladeiras e aquecedores solares. Recursos também
foram aplicados em equipamentos para reduzir o consumo de indústrias,
clientes comerciais, prédios públicos e empresas de serviço público.
A conscientização das
empresas e da população para o consumo mais adequado da energia tem
crescido muito ultimamente. Medidas que remetem a uma prática mais
consciente no uso deste recurso também geram economia imediata na conta
de luz. Os benefícios alcançados ultrapassam a questão econômica,
passando a ser uma contribuição para a ”saúde” de todo o planeta.
Somente respeitando as limitações de recursos, sem abrir mão do
conforto, da qualidade de vida e do desenvolvimento socioeconômico é que
se pode conseguir uma vida melhor.
*Colaborou: Felipe
Henrique Zaia, Gerente de Eficiência Energética da CPFL Energia
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