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Com
o tema “O papel da Mídia na Era da Pós-Verdade”, a Associação Nacional
dos Editores de Revistas (ANER) realiza, no próximo dia 4 de abril,
evento em São Paulo com a participação de comunicadores, e a missão de
discutir os desafios do jornalismo em um período marcado pelo
crescimento das chamadas “fake news” – notícias falsas, e dos fatos
alternativos que costumam ser propagados em larga escala, gerando danos
diversos à sociedade e aos processos éticos e democráticos da
informação.
Após a abertura do
presidente da ANER, Fábio Gallo, que abordará a importância da
credibilidade da informação na era da pós-verdade e o protagonismo da
entidade nesta discussão; o jornalista, colunista da rádio USP e
professor acadêmico, Carlos Eduardo Lins da Silva, falará sobre o
significado do tema para o jornalismo e mídia brasileira. O objetivo é
estabelecer um parâmetro à sociedade sobre fatos e boatos (ou mentiras).
Lins da Silva discutirá,
ainda, em um talk show, com a participação do diretor de redação da
Revista Época, João Gabriel de Lima, a chamada “bolha informativa” e
seus efeitos na comunicação. |
O secretário nacional de Previdência Social, Marcelo Caetano, é um dos
palestrantes e dará exemplos de noticias falsas divulgadas sobre a
reforma da previdência. No fórum, o filósofo, Luiz Felipe Pondé, proporá
uma reflexão sobre os males de uma sociedade que acredita em mentiras.
O que está por trás de uma
onda de ataques ao jornalismo e ao surgimento da indústria de falsas
notícias? Este será o tema da apresentação do professor e
jornalista, Eugênio Bucci, que estabelecerá uma crítica sobre o
descompromisso com a verdade factual e a ética, seja nas relações
políticas ou de imprensa.
No último módulo do evento,
a jornalista Mônica Waldvogel entrevista os presidentes da Associação
Nacional de Jornais (ANJ), Marcelo Rech; Associação Brasileira de
Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), Paulo Tonet; e ANER, Fábio
Gallo. O encerramento será realizado pelo diretor geral da editora Globo
e Infoglobo, Frederic Zoghaib Kachar.
Para o Diretor Geral de
Jornalismo do site
DESCALVADO NEWS,
o jornalista Mário Luiz Zambelli, o encontro não poderia ser realizado
em momento mais oportuno. Segundo Zambelli, o problema não fica
apenas restrito às “fake news”, mas sim às tentativas de manipulação da
opinião pública em veículos sem qualquer tipo de credibilidade. "O
problema da falta de ética, de profissionalismo e do princípio da
impessoalidade em parte da imprensa brasileira e principalmente em
municípios menores como é o caso de Descalvado, tem sido um dos grandes
problemas enfrentados por aqueles que se dedicam a informar com
responsabilidade, isenção e transparência. Quem não se recorda, por
exemplo, o que houve no ano de 2012 em Descalvado, quando um episódio
que parece ter sido 'armado' em detrimento à um certo candidato, que viu
sua candidatura naufragar por conta do episódio que ficou conhecido como
o caso da cesta básica, e que contou com a participação determinante de um site de
notícias? O episódio colaborou para que a cidade ficasse sem um prefeito municipal por
exatos 365 dias. Esta falta de responsabilidade com a noticia trouxe um
prejuízo irreparável para o nosso município", disse o Diretor de
Jornalismo que tambem estará presente no evento em São Paulo.
Credibilidade da mídia deve ser protagonista na era da pós-verdade
- O mundo passa por constantes transformações. Um fenômeno que vem
acompanhando o crescimento do volume de informações que recebemos e
compartilhamos foi consagrado pelo Dicionário Oxford como o termo do ano
de 2016: A pós-verdade. A nova palavra vem ganhando notoriedade,
principalmente – mas não só –, no universo político e jornalístico e se
resume a circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos influência
para a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças pessoais.
O crescimento das
ferramentas online de propagação das notícias como as redes sociais e a
quantidade de fontes alternativas, têm aumentado, expressivamente, o
consumo das chamadas fake news, produzindo, segundo o presidente da
Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER), Fábio Gallo, uma
maior tolerância e indiferença com a verdade dos fatos. “As fake
news sempre existiram, mas hoje, com o alcance e força da internet
ganharam proporções alarmantes. É difícil até mensurar e identificar”,
ressalta o executivo.
“É uma oportunidade de as
organizações que prestam um serviço ético, crível e essencial
despertarem na sociedade a consciência sobre a credibilidade da notícia
e os processos que envolvem a apuração com rigor editorial”.
Para se ter uma ideia da
ascensão do termo, a palavra pós-verdade teve um crescimento de buscas
realizadas por meio do Google, no último ano, de mais de 20,2 milhões de
citações em inglês, 11 milhões em espanhol e 9 milhões em português.
Muito deste “sucesso” é oriundo das polêmicas e reflexos gerados a
partir de declarações do então candidato e hoje presidente, Donald Trump
à época da eleição americana.
No Brasil, tivemos,
recentemente, episódios repletos de teorias sobre a causa da morte do
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavaski. “Em ambos os
casos citados, e em tantos outros, há uma predileção por versões de
boatos a fatos, com sérias consequências à sociedade”, explicita Gallo.
De acordo com o
representante da ANER, a realização do Fórum, que conta com o apoio da
ABERT, ABRACOM, ABRAJI, ANJ e Instituto Palavra Aberta, deverá trazer
luz ao debate sobre o protagonismo do processo jornalístico e, a exemplo
do que já vem ocorrendo no mercado de comunicação, pautará a imprensa
durante os próximos meses. “O momento de reflexão é bastante propício e
necessário, uma vez que no próximo ano teremos eleições no Brasil e as
pessoas deverão diferenciar as referências informativas”, conclui o
presidente da ANER.
SERVIÇO:
“O Papel da Mídia Brasileira na era da Pós-Verdade”.
Data: 4 de abril de 2017.
Horário: 8h15 às 12h30.
Local: Hotel Tivoli / Mofarrej - Alameda Santos, 1.437 – Cerqueira Cesar
– SP.
Informações e Inscrições: (11) 3030-9390 ou diretamente pelo site
do evento
Sobre a ANER
- A ANER – Associação Nacional de Editores de Revistas é uma entidade
nacional, sem fins lucrativos, que representa as editoras de revistas
periódicas de consumo. Foi fundada em 1986 com o objetivo de promover e
defender os interesses comuns do mercado de revistas, editorial e
comercial, nos seus mais diversos segmentos, tanto em impressão como por
mídia eletrônica. Mensalmente, são lançados cerca de 2.000 títulos de
revistas, distribuídos nos 30 mil pontos de vendas de bancas
brasileiras.
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