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Do Uno emprestado ao negócio de sucesso na odontologia
Odontóloga descalvadense e seu marido contam por que, há 20 anos, |
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“Nosso destino foi traçado na universidade”, conta André Lombardi, antes de revelar como e por que os dois vieram parar em Marabá, cidade do sudeste do Pará, localizada a mais de 2.500 quilômetros de distância de suas cidades. Ele jamais saberia, só pelo mapa, onde fica o Pará. Mas tinha uma prima que o trouxe para conhecer Marabá e acabou se estabelecendo aqui, sem abandonar a cidade. Eles até que tentaram. André diz que foi conhecer Jacundá, onde ficou pouco tempo, mas viu que o seu objetivo mesmo era Marabá, uma cidade maior e com mais recursos capazes de satisfazê-lo. “O que eu buscava era uma cidade um pouco maior, que tivesse um pouco mais de agitação, vida e perspectiva de crescimento”, conta. Camila Traldi e André saíram de São Paulo a bordo de um Fiat Uno emprestado do sogro dele, logo depois do casamento. Vieram com o sonho de construir o futuro em um lugar próspero. No carro, traziam tudo que podiam, inclusive uma fita cassete com músicas para passar o tempo na longa viagem “Dormimos em Anápolis, Paraíso do Tocantins, e em outras cidades antes de chegar, de fato, a Marabá. Quando aqui colocamos os pés, ficamos muito tempo hospedados no Hotel Tibiriçá, na Cidade Nova, e fomos procurando lugar tanto para estabelecer moradia, quanto para começar a trabalhar”, recorda. Apesar do começo nada fácil, depois de quatro meses inauguraram o consultório, no dia 15 de maio de 2000. “Nós fomos crescendo junto com a cidade, foi um desenvolvimento contínuo e temos orgulho de tudo que conquistamos nesta cidade próspera”, lembra ele.
O casal chegou sem recursos financeiros, só com o velho Uno do pai de Camila e queriam começar a vida do zero. De Sampa, os pais ajudaram a comprar uma casa pela qual se interessaram, sendo que cada família ajudou com R$ 3 mil cada (naquele tempo essa grana valia muito), totalizando R$ 6 mil. Foi o suficiente para erguerem um pequeno apartamento na parte de cima do consultório. Foi um período difícil, porque o espaço não era muito grande e eles precisaram guardar o carro, à noite, na área reservada para sala de espera dos pacientes. Ao longo dos tempos, eles foram evoluindo. Começaram a contratar pessoas para trabalhar no consultório, como vários profissionais de odonto que, inclusive, fortaleceram laços de amizade com eles, os quais mantêm até os dias atuais. “Depois de um tempo, conseguimos comprar o nosso primeiro carro, devolvemos o que pegamos emprestado do meu sogro, mas a principal conquista foi ter cultivado o respeito, o carinho e a admiração dos clientes, que contribuíram para o nosso crescimento”, avalia. Antes da duplicação da Transamazônica, André lembra que as consultas de vários pacientes ficavam comprometidas porque ficavam presos no congestionamento que se formava entre os núcleos Nova Marabá e Cidade Nova. “Era apenas uma via para o escoamento de milhares de carros, pessoas transitando para todos os lados. Nós sentíamos que o próprio desenvolvimento e a economia da cidade ficavam abalados”, conta. André observa que, assim que chegou a Marabá, encontrou o Rio Tocantins no seu nível mais baixo. “Estava seco, seco”, expressa. Ele olhava o rio de cima da Orla e via aquela cena lamentável. Quando uma pessoa chegou até ele e falou que o rio subia e enchia o ponto turístico em que ele estava com muita água, mas ele rebatia: “Nunca que isso acontece. Só pode ser louco, é loucura. E, de repente, meses depois, o rio subiu. Eu fiquei sem reação”, rememora. Questionado como é a relação de 24 horas juntos, seja no consultório ou em casa, André suspirou (risos) e observa que são, acima de tudo, “profissionais”. Juntos, fazem os planejamentos e existe uma troca de conhecimento. “Camila faz a reabilitação oral na clínica (lentes de contato, estética) eu realizo a parte cirúrgica que envolve implantes, enxertos ósseos e toda parte de cirurgia oral menor. E muitas vezes essas partes se interagem”, observa. Quando chegam em casa, eles até tentam deixar o trabalho em segundo plano, mas muitas vezes as conversas redirecionam sobre os casos entregues e os planejamentos a serem executados. Camila e André não têm filhos e continuam com saudades de seus familiares, em São Paulo, mas estão decididos que Marabá é, definitivamente, sua morada. *Fonte: Correio de
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