O
município de Descalvado, bem como as demais cidades da região, começaram
a receber as doses do primeiro lote da vacina contra a Covid-19
desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório
AstraZeneca. A caixa com o primeiro lote da vacina – com 310 doses do
imunizante - chegou ao município com escolta de equipes da 3ª e da 4ª
Cia da Polícia Militar.
Cerca de 11 mil doses foram destinadas para o Grupo de Vigilância
Epidemiológica de Araraquara, que inclui Descalvado e outras cidades da
região. O lote contendo as 310 doses da vacina foi entregue no final da
manhã desta quarta-feira (27), no Centro de Saúde Dr. Vital Brasil. A
distribuição das doses nos municípios paulistas está sob a
responsabilidade do Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) - órgão de
responsabilidade do governo estadual.
De acordo com a coordenadora do Centro de Saúde, Michele Fabiana Longo,
as vacinas desenvolvidas pela Universidade de Oxford devem reforçar o
trabalho de imunização dos profissionais da ‘linha de frente’ no combate
ao Covid-19, que desde a semana passada, começaram a ser imunizados por
meio da vacina Coronavac, desenvolvida pelo Laboratório Sinovac em
parceria com o Instituto Butantan. No dia 21 de janeiro, o município
recebeu as primeiras 400 doses da Coronavac.
O governo federal comprou 2 milhões de doses prontas da vacina de
Oxford produzidas na Índia, pelo Instituto Serum. Os imunizantes
chegaram ao Brasil na sexta-feira (22), e no sábado as caixas passaram
por um processo de rotulagem e posteriormente começaram a ser
distribuídas aos estados pelo Ministério da Saúde.
SOBRE A VACINA DE
OXFORD
Os testes iniciais em humanos da vacina contra a Covid-19 desenvolvida
pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca começaram em
abril do ano passado. A Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou a
falar que era a opção mais adiantada no mundo na época e, também, a mais
avançada em desenvolvimento. O desenvolvimento da tecnologia é da
Universidade de Oxford com a farmacêutica AstraZeneca, sendo que ambas
estão localizadas no Reino Unido.
O Ministério da Saúde anunciou a compra da tecnologia para
produção dentro da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em junho do ano
passado. Já no dia 8 de janeiro deste ano, o pedido emergencial para o
uso da vacina foi feito junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa).
O nome da vacina é ChAdOx1. Ela utiliza uma tecnologia conhecida
como vetor viral recombinante. Ela é produzida a partir de uma versão
enfraquecida de um adenovírus que causa resfriado em chimpanzés -- e que
não causa doença em humanos. A esse imunizante foi adicionado o material
genético usado na produção da proteína "spike" do Sars-CoV-2 (a que ele
usa para invadir células), induzindo os anticorpos.
A vacina mostrou eficácia média de 70,4%, com até 90% de eficácia no
grupo que tomou a dose menor. Os dados foram publicados na "The Lancet",
em dezembro. Na prática, se uma vacina tem 90% de eficácia, isso
significa dizer que 90% das pessoas que tomam a vacina ficam protegidas
contra aquela doença.
Assim como no caso da Coronavac, a farmacêutica AstraZeneca também diz
que é preciso tomar duas doses do imunizante. Entretanto, em dezembro do
ano passado, especialistas britânicos disseram que a vacina de Oxford
tem eficácia de 70% com 21 dias após a primeira dose. Quando a segunda
dose é aplicada 12 semanas após a primeira, esse número pode chegar a
100%, diz a AstraZeneca.
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