Proibição de pesca não se aplica aos exemplares criados em cativeiro e à captura na modalidade “pesque e solte”.

A partir do próximo dia 5 de setembro estarão proibidas, a pesca, a comercialização e a industrialização de três espécies de peixes conhecidas como dourado ou tabarana (Salminus brasiliensis, Salminus franciscanus e Salminus hilarii). A informação é do comandante do pelotão da Polícia Ambiental de Pirassununga, tenente Ivo Moraes.

A proibição também se aplica a outras espécies igualmente chamadas de dourado conforme a região, como a Salminus cuvieri e a Salminus maxillosus. Todas estão presentes em rios brasileiros, como o Paraná, São Francisco e Tocantins.

Moraes explica que a proibição de pesca não se aplica aos exemplares criados em cativeiro, à captura na modalidade “pesque e solte” realizada por pescadores amadores licenciados, e ao consumo pelos pescadores profissionais.

O policial afirma que a pesca excessiva e a degradação dos rios reduziram as populações de dourados em toda sua área de distribuição natural. A moratória ajudará a recompor as populações. “O dourado está entre as espécies em extinção”, ressalta ele.

Ele lembra que alguns estados, como Mato Grosso e Paraná, já havia leis proibindo a captura do dourado, mas agora o país uma norma de abrangência nacional.

Moraes ressalta que antes de pescar, os interessados nesta prática esportiva ou profissional devem conhecer toda a legislação para saber quais espécies e de que tamanho ou peso podem ser pescados e também quais as armadilhas e petrechos que podem ser utilizados ou não durante a pescaria.

Ele comanda patrulhamentos na região do Rio Mogi Guaçu até Porto Ferreira. Segundo ele, mesmo com todas as orientações, muitos pescadores insistir em pescar em áreas proibidas, como em toda a região turística da Cachoeira de Emas, distrito e principal ponto turístico de Pirassununga.
 

RECUPERAÇAO DO MOGI GUAÇU
 

O ambientalista Paulo Gabrielli, de Descalvado, que participou das expedições que percorreram todo o Rio Mogi Guaçu, afirma que nos últimos dez anos o rio recuperou boa parte de sua mata ciliar devido às novas legislações vigentes e a implantação de tratamento de esgoto na maioria das cidades que o rio corta. Segundo ele, o problema é que com a redução das chuvas na última década, o volume de água do rio caiu de forma preocupante. “Vemos que de certa forma o rio vem se recuperando, tem mais vegetação e está mais piscoso. Por outro lado, é notável e motivo de preocupação a visível redução do volume de água”, comenta ele.

JAVALIS E JAVAPORCOS

A caça no Brasil é proibida. Porém, os chamados “controladores” são caçadores autorizados a abater javalis e javaporcos, que são animais exóticos e que não pertencem à fauna brasileira e que causam danos à fauna e também à agricultura. “Os controladores têm as autorizações oficiais. Porém, muitas vezes estes controladores abusam e começam a caçar animais da fauna brasileira, o que é proibido e aí temos que agir”, comentou ele.

ESGOTO E RESÍDUOS
 

Com relação a dejetos e resíduos tóxicos despejados nos rios, Moraes afirma que a fiscalização destes problemas atualmente está com a CETESB e não mais com a Polícia Ambiental. “No passado tínhamos esta incumbência também. Mas a legislação mudou e hoje é a CETESB que controla a poluição ambiental”, explica.
 

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