Recuperado de lesão, Guilherme mostrou entusiasmo para
celebrar o gol do estreante Cleber - Foto:
Fernando Dantas/Gazeta Press |
Ao final da goleada para a Portuguesa, Emerson afirmou que
os jogadores corintianos não precisavam “provar nada” por
causa da série de títulos. Quem não tem que provar nada, não
se concentra, não corre, não disputa cada bola, cada espaço.
E era assim que se comportavam os atletas do Corinthians
durante o jejum de sete jogos sem vitória.
Mas os quatro gols sofridos diante da Lusa e a revolta da
torcida parecem ter demonstrado ao time de Parque São Jorge
que, sim, no futebol, há sempre o que se provar. Contra o
Bahia, os corintianos dedicaram-se em campo: atacantes
marcaram, zagueiros atacaram. E, mesmo longe do brilho de
outros tempos, superaram o time baiano. |
Questionado, o técnico Tite optou pela sua tradicional
escalação com três atacantes, mas, desta vez, utilizou
Alexandre Pato como um dos jogadores pelo lado do campo. Deu
certo porque ele atendeu o treinador e suou para acompanhar
a marcação do lateral pelo seu setor, assim como Emerson fez
do outro lado.
Fazia tempo que o jogador de R$ 40 milhões não saia com a
camisa tão suja ao final do jogo. Apareceu tanto em
carrinhos para tirar bolas atrás, como em arrancadas para
puxar contra-ataques. Só não acertou o pé na conclusão.
Contribuiu ainda para o funcionamento do esquema a volta de
Guilherme, o que deu mais mobilidade ao meio de campo. A
dedicação e os acertos táticos não foram suficientes para
produzir um bom futebol. Mas foram, sim, o bastante para
recuperar a consistência da defesa, que quase não foi
ameaçada pelo rival.
As chances de gol continuaram a ser raras – foram só 11
conclusões. Desta vez, no entanto, houve acertos nas
conclusões em cruzamentos na área. Por duas vezes,
escanteios batidos por Emerson resultaram em gols, com
Guerrero, primeiro, e Cléber, depois. No segundo tempo, mais
cansado, o ataque do time de Parque São Jorge produziu ainda
menos.
De saldo, Tite encontrou em Cléber um zagueiro mais
consistente do que Paulo André nos últimos jogos, em
Guilherme um volante mais participativo do que os
antecessores, e em Pato, mais qualidade como atacante de
lado de campo. Há outros problemas que persistem, como a
falta de armação diante da lentidão de Danilo.
Sendo assim, o treinador não pode festejar ainda ter
encontrado a fórmula para sair da crise. Mas pode celebrar,
sim, o fato de que seus jogadores parecem ter recuperado a
vontade de provar alguma coisa. É um início.
*Texto: Rodrigo Mattos / Uol Esporte
|