Tudo isso tem
deixado a população com medo. A dona de casa Estela Silva afirma
ter que cortar voltas pelo caminho para levar os filhos à
escola. “É perigoso e eu tenho medo, tanto que não deixo meus
filhos virem sozinhos para a escola”, disse.
Os estudantes
também se queixam da falta de estrutura. “Eu acho horrível e uma
falta de respeito com todos os alunos”, apontou Lana da Silva.
Perguntada se ela tem medo de transitar pelo local, a aluna foi
enfática e disse já ter presenciado um acidente. “Tenho muito
medo. Um dia o ônibus não viu um carro e bateu e naquele momento
tinha acabado de bater o sinal”.
A direção da
escola, além de orientar alunos e pais, já entrou em contato com
a Prefeitura pedindo solução, mas não foi atendida. “A escola
tem conhecimento do risco que é as crianças transitarem pela rua
e já foi solicitada à Secretaria de Obras a construção de
passeio no terreno aqui da frente, mas até agora nós não
obtivemos êxito. Então, o que conseguimos foi a limpeza do
terreno, que já era algo perigoso até por conta do aparecimento
de alguns animais peçonhentos, mas em relação à área de passeio
nós ainda não conseguimos”, afirmou a diretora Fernanda Stênico
Dias.
Sem resposta à
solicitação, coube à escola somente orientar os adolescentes
estudantes do local. “A orientação dada aos alunos é que eles
tomem cuidado e fiquem atentos ao atravessarem a rua, é sempre
na saída ou troca de período a gente fica no portão orientado os
alunos”, acrescentou Fernanda.
A Prefeitura,
responsável pelo terreno, ainda não se atentou para a gravidade
do problema, trazendo riscos de morte para os pedestres. Na
ponte que atravessa o rio também não existem grades de proteção,
além de buracos e a rede de esgoto que fica aberta trazendo mais
outro problema, uma questão de saúde. Vale lembrar que existe
uma lei municipal que pune os proprietários de terrenos e lotes
caso deixem o local sem muros e sem calçadas.
Uma aluna
disse já ter visto um colega escorregar no local. “Ali naquele
buraco um menino quase que cai, já tava para bater o sinal e ele
quase caiu”, disse Letícia Silva.
Tatiane
Pierobom fala como é conviver com esses percalços. “Não temos
calçada e é desse jeito que vocês estão vendo os carros passando
e os bueiros ficam direto vazando esgoto. Muitas vezes as
crianças têm que passar por cima porque não tem outro caminho
para passar. Até a gente que é adulto corre o risco do caminhão
pegar, o caminhão ou ônibus”, reclamou a atendente.
Em nota, o
departamento de Obras da Prefeitura de Descalvado disse ao
Descalvado News ter conhecimento do fato e das melhorias que
precisam ser feitas no local. Porém, devido à necessidade de
licença juntos aos órgãos de Proteção Permanente do Meio
Ambiente e a uma escala de prioridades nas obras do atual
governo, não há previsão para execução dessas obras. |