Disparo
atingiu janelas de alojamento no campus da USP em São Carlos
(Foto: Maurício Duch) |
Um ex-aluno da
Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos invadiu o
alojamento do campus com uma arma, agrediu um estudante com
coronhadas e fez vários disparos na noite desta quarta-feira
(28). Ninguém foi atingido pelos tiros. O suspeito é o rapaz de
22 anos que denunciou ter sido vítima de abuso sexual durante um
trote com veteranos, em março deste ano. Ele fugiu do local. A
USP ainda não se pronunciou sobre o assunto.
De acordo com a Polícia Militar, o rapaz invadiu o alojamento armado e deu uma
coronhada na cabeça de um estudante que mora no local. A vítima, que teria
tentado conter o suspeito, foi socorrida e levada para a Santa Casa. O estado de
saúde dele não foi divulgado. |
Segundo
testemunhas, o ex-aluno ainda fez vários disparos que acertaram
as paredes e as janelas do alojamento, mas não atingiram
ninguém. Alguns alunos disseram que ele dizia que queria
vingança. Em seguida, o
rapaz fugiu e está sendo procurado pela Polícia Militar. Com
medo, os moradores do alojamento saíram do local para dormir na
casa de amigos. A Perícia Técnica foi ao local. A USP ainda não
se pronunciou sobre o ocorrido.
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O caso -
No dia 13 de março, o então estudante da USP procurou a
reitoria da universidade e a polícia, denunciando que havia sido
vítima de uma tentativa de estupro por parte de alguns
estudantes veteranos, em um trote realizado durante uma festa no
início daquele mesmo mês no interior do alojamento da
universidade.
Segundo o
estudante relatou na época, durante a festa um grupo foi até ele
e começou a gritar. “Eles falavam repetidamente ‘chupa bixo’ e
me cercaram, fizeram uma espécie de uma roda e não tive como
sair dali. Eles aparentavam estar muito embriagados e se faziam
de homossexuais, gritavam ‘bixo homofóbico’. Eu falava para não
encostarem, mas três deles começaram a se esfregar em mim e
chegaram a abaixar as calças. Um deles também abaixou a cueca.
Eles pareciam ter prazer”, disse.
Os envolvidos
disseram que tudo não passou de uma brincadeira durante um
trote. O caso, que chegou a ser registrado pela Polícia Civil
como estupro, foi alterado para injúria, e teve a primeira
audiência no dia 24 de abril no Fórum Criminal da cidade, mas
não houve acordo ente os estudantes envolvidos.
Uma sindicância
foi aberta pela USP, mas o resultado ainda não foi divulgado. Em
maio, a Justiça pediu que a Polícia Civil levantasse mais
testemunhas sobre caso, que ainda continua indefinido.
Com o registro
da ocorrência policial alterado para injúria, o rapaz, que
cursava o 1º ano de ciências exatas, tomou a decisão de desistir
do curso por estar sofrendo ameaças e discriminação. “Vou fazer
o meu desligamento. Após esse constrangimento todo, não existe
mais ambiente para estudar na USP. Vou ficar marcado e
desmoralizado”, afirmou ele na ocasião da desistência, no final
do mês de abril.
*Com
informações do G1/São Carlos
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