"Acabo de assinar o ato que coloca em vigor, a partir de amanhã,
uma forte redução na conta de luz de todos os brasileiros. Além
de estarmos antecipando a entrada em vigor das novas tarifas,
estamos dando índice de redução maior do que o previsto e já
anunciado", disse Dilma no pronunciamento.
Os percentuais são
maiores do que os estimados anteriormente pelo governo. Em
setembro passado, quando anunciou o plano para baratear a tarifa
de energia, a presidente disse que o corte seria, em média, de
16% para residências e de até 28% para a indústria.
"Com essa
redução de tarifa, o Brasil, que já é uma potência energética,
passa a viver uma situação mais especial no setor elétrico.
Somos agora um dos poucos países que estão, ao mesmo tempo,
baixando o custo da energia e aumentando a sua produção
elétrica", disse Dilma. Ela assinou hoje um decreto e uma medida
provisória com os novos índices de redução das tarifas.
Segundo a
presidente, os consumidores que são atendidos pelas
concessionárias que não aderiram à prorrogação dos contratos
(Companhia Energética de São Paulo - Cesp, Companhia Energética
de Minas Gerais – Cemig e Companhia Paranaense de Energia -
Copel) também terão a conta de luz reduzida.
"Previsões sem fundamento"
A falta de chuva
em diversas regiões do país e os reservatórios das hidrelétricas
operando abaixo da capacidade provocaram dúvidas sobre o
cumprimento da medida prometida pelo governo. A presidente fez
duras críticas às previsões sobre a possibilidade de
racionamento de energia por causa do baixo nível dos
reservatórios.
No seu
pronunciamento, ela explicou que praticamente todos os anos as
usinas térmicas, movidas a gás natural, óleo diesel, carvão ou
biomassa, são acionadas com menor ou maior exigência para
garantir o suprimento de energia do país. Segundo Dilma, isso é
"usual, normal, seguro e correto".
"Surpreende que
algumas pessoas, por precipitação, desinformação ou outro
motivo, tenham feito previsões sem fundamento quando os níveis
dos reservatórios baixaram e as térmicas foram normalmente
acionadas. Como era de se esperar, essas previsões fracassaram.
O Brasil não deixou de produzir um único quilowatt que
precisava. E agora, com a volta das chuvas, as térmicas voltarão
a ser menos exigidas."
A presidente
disse ainda que o país irá dobrar em 15 anos a capacidade
instalada de energia elétrica, que hoje é 121 mil megawatts.
Segundo ela, no ano passado, o país colocou em operação 4.000
megawatts e 2.700 quilômetros de linhas de transmissão e, neste
ano, deve colocar mais 8.500 megawatts de energia e 7.500
quilômetros de novas linhas.
"Temos
contratada toda a energia que o Brasil precisa para crescer e,
bem, neste e nos próximos anos". A presidente acrescentou que o
sistema elétrico brasileiro é um dos mais seguros do mundo
porque trabalha com fontes diversas de produção de energia, o
que não ocorre na maioria dos países.
Ela criticou os
que, segundo ela, "são sempre do contra", e não acreditavam que
o governo conseguiria baixar os juros, aumentar o nível de
emprego e reduzir a pobreza.
"Do contra"
"Nesse novo
Brasil, aqueles que são sempre do contra estão ficando para
trás. Pois nosso país avança sem retrocesso em meio a um mundo
cheio de dificuldades. Hoje, podemos ver como erraram feio no
passado os que não acreditavam que era possível crescer e
distribuir renda, que pensavam ser impossível que dezenas de
milhões de pessoas saíssem da miséria e não acreditavam que o
Brasil virasse um país de classe média".
Dilma disse que
os que tentaram "amedrontar" os brasileiros com a queda do
emprego ou a perda do poder de compra do salário também erraram
e que "não faltou comida na mesa nem emprego". Também citou a
saída de 19,5 milhões de brasileiros da linha da extrema pobreza
nos últimos dois anos.
"O Brasil está
cada vez maior e imune a ser atingido por previsões alarmistas.
Nos últimos anos, o time vencedor tem sido os do que tem fé e
apostam no Brasil. Por termos vencido o pessimismo e os
pessimistas, estamos vivendo um dos melhores momentos da nossa
história".
Dilma aproveitou
ainda para propagandear que o seu governo, além de ter baixado o
custo da energia, diminuiu juros, reduziu impostos e também
ampliou investimentos em infraestrutura, saúde e educação.
Segundo ela, o
país vai alcançar uma situação ainda melhor quando todos os
brasileiros trabalharem para "unir e construir" e não para
"desunir ou destruir". "Somente construiremos um Brasil com a
grandeza dos nossos sonhos quando colocarmos a nossa fé no
Brasil acima dos nossos interesses políticos e pessoais",
concluiu.
*Com informações da Agência Brasil |