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A cidade
de Brotas é a que tem mais foco de queimadas no Estado de São
Paulo, segundo levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe). Um dos principais motivos é a queima de
pomares de laranja que estão sendo substituídos por lavouras de
cana-de-açúcar, mas também ocorrem incêndios criminosos, segundo
o Corpo de Bombeiros, que treina brigadistas para conter esse
problema.
Segundo o Inpe, Brotas já teve 105 focos neste ano monitorados
por satélites. Na mesma região, Boa Esperança do Sul teve 64
focos no período e está em 6º lugar no Estado. Araraquara está
em 17º lugar, com 34 ocorrências. Em Aguaí, foram 30 queimadas,
o que deixou a cidade em 23º lugar. Descalvado aparece em
27º, com 29 focos. |
O alto número de queimadas influencia na rotina dos moradores. A
bombinha para melhorar a respiração está sempre por perto da
dona de casa Maria Sgorlon, de 55 anos. Ela sofre de problemas
no pulmão e para dormir precisa da ajuda de um aparelho que
oferece mais oxigênio. “É a coisa mais difícil que tem, por
causa da poeira, da queimada, se vejo uma fico apavorada porque
passo mal”, disse.
Reflexos - O
que os moradores de Brotas sentem no ar é um reflexo de uma
realidade econômica no campo, já que o plantio de laranja deixou
de ser vantajoso para os produtores rurais e as lavouras são
queimadas para dar espaço a terrenos com plantio de cana. “Esse
é um dos pontos mais graves do que aconteceu da retirada da
laranja, por causa do greening, que só acaba sendo queimado”,
disse Lázaro Buzaranho, chefe da Guarda Municipal de Brotas.
Com o objetivo
de reduzir as estatísticas, a Prefeitura e o Corpo de Bombeiros
de Brotas preparam a população para ajudar. Ao todo, 45 pessoas
participaram de um curso de formação de brigadistas. “Em quatro
pontos do município trouxemos moradores para atender, se
acontecer alguma catástrofe próxima, tomando as primeiras
providências até todos os setores serem acionados, para evitar
um dano maior”, explicou Buzaranho.
No curso, os
bombeiros ensinam como agir em situações de emergência. A
funcionária pública Joselma Silva mora no bairro Lagoa Dourada,
que fica próximo a uma reserva ecológica. “Aprendi a mexer com
os extintores, que a gente vê no lugar, mas não sabe como usar”,
disse. A ideia é justamente ensinar as pessoas para que possam
saber como agir em casos de emergência.
*Fonte: G1/São Carlos |