O irmão mais novo do adestrador, Marcos Vinícius da Graça, de 17 anos, disse à
reportagem do G1/São Carlos neste sábado (30) que a família ainda não tem
informações concretas do acidente. “Sabemos que ele caiu no lago e veio a
falecer. A mulher dele acompanhou tudo, mas ela está muito abalada, não consegue
falar o que realmente aconteceu”.
Gener viajou para o país no dia 19 de março deste ano para morar com a mulher.
Eles se conheceram em Descalvado dois anos atrás durante o estágio dela em um
haras da cidade. Formada em zootecnia, ela recebeu uma proposta de emprego no
Texas. Após um ano fora, ela retornou ao Brasil e ambos se casaram em dezembro
de 2012. A mulher do adestrador voltou para os Estados Unidos, mas ele ficou
porque não conseguia o visto. Após várias tentativas, a permissão foi liberada
no início deste mês.
Marcos disse que conversou com o irmão na quinta-feira na hora do almoço e que
ele estava muito feliz. “Ele contou que conversou com a minha mãe e que estava
com saudades. Falou ainda que se sentia muito feliz porque estava com a esposa e
realizando aquilo que queria. Disse a ele que poderia voltar quando quisesse.
Ele respondeu que se um dia isso acontecesse, voltaria como um vencedor. Eu não
esperava que ele viesse em um caixão”, relatou o irmão.
Traslado
-
A família da mulher do adestrador viajou para os Estados Unidos na sexta-feira
(29) para tentar trazer o corpo do jovem para ser sepultado em Descalvado. De
acordo com o irmão da vítima, os parentes buscam auxílio junto à Embaixada
Brasileira no país porque foram informados que o custo é muito elevado.
“Chegaram a dizer que sairia por volta de R$ 70 mil, além da burocracia. Estamos
abatidos e muito fragilizados”, relatou Marcos.
O Itamaraty
afirmou que não existe uma dotação orçamentária para o
traslado de corpos do exterior para o Brasil. Segundo a
assessoria de imprensa, quando a família não tem condições
de arcar com a despesa, o que se pode providenciar é um
enterro digno, em condições simples.
O Ministério
das Relações Exteriores não foi informado sobre a morte do
adestrador, mas afirmou que só há atuação consular se houver
ocorrência policial. Por fim, o Itamaraty orientou que a
família procure o Consulado de Houston, o mais próximo do
Texas, caso precise de ajuda para emissão de documentos ou
certidão de óbito.
Amor
por cavalos - Filho de uma dona de casa de 57
anos e de um aposentado de 63, Gener era o mais
velho de três irmãos. A paixão por cavalos começou
aos 7 anos quando já montava. “Ele falava para a
gente que era a única coisa que ele sabia fazer. Ele
cresceu em sítio, tinha muito contato os animais,
então esse gosto é um pouco por conta disso”, contou
Marcos.
Segundo
ele, Gener era uma pessoa querida por todas devido
ao seu jeito engraçado. Ele também era determinado e
muito trabalhador. “Não tem nada que conforta a
minha mãe, ainda não encontramos um meio para
amenizar a dor dela. O meu pai está em estado de
choque e não consegue acreditar no que aconteceu.
Enquanto a gente não vir o corpo, não tem como
acreditar. A ficha ainda não caiu”, disse. |
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Recém-casado, sonho de jovem era
morar nos EUA (Foto: Arquivo pessoal) |
*Fonte:
Fábio Rodrigues - G1/São Carlos |