De acordo com testemunhas, o acidente aconteceu de forma muito
rápida e sem nenhuma chance da inspetora escapar dos destroços
que a atingiram. Segundo um dos alunos que estuda em uma sala de
aula que fica ao lado de onde ocorreu o desabamento, tudo
aconteceu muito rápido e não deu tempo para entender o que
estava acontecendo: "Eu ouvi um estrondo enorme e todo mundo
correu pra porta pra ver o que tinha acontecido. Quando eu vi a
Dona Márcia caída no chão ao lado da mesa dela, eu pensei que
ela tinha morrido!" contou uma estudante.
Um outro estudante
que também chegou a ver a inspetora caída ao lado dos destroços
disse que assim que os alunos e professores começaram a entender
o que tinha acontecido, começaram a correr em pânico e gritando
que a escola estava desabando: "Foi uma correria tremenda. Eu
puxei um amigo pelo braço e a gente começou a correr pelo
corredor em direção à saída. Muita gente estava chorando e
ninguém parava para ver se a Dona Márcia estava viva. Todo mundo
passou por cima dos destroços com medo que a escola estava
caindo" relatou o aluno.
Funcionários e
professores foram em socorro à inspetora e imediatamente acionaram a equipe
de resgate do Pronto Socorro, que se deslocou até a escola para
o atendimento à funcionária ferida. A inspetora - que no próximo ano
completa 30 anos de profissão - foi levada até o PS
inconsciente, segundo testemunhas. Já no PS, a vítima passou por
atendimento de urgência e após iniciada a medicação, foi
submetida à exames de Raio-X que comprovaram a fratura e as
lesões em seu braço direito.
Segundo
informações obtidas no PS, Márcia foi transferida para Ribeirão
Preto onde deverá passar por novos exames.
CAUSAS DO
ACIDENTE
- A Polícia Técnica da cidade de São Carlos foi acionada para
periciar o local do acidente, e até o momento não foi divulgada nenhuma
informação a respeito do que poderia ter causado o desabamento
de parte do teto da escola. Informações extra-oficiais dão conta de que
neste final de semana houve a execução de serviços na parte
hidráulica da escola, e durante uma manutenção teria ocorrido o
rompimento de um encanamento, acumulando no corredor do
pavimento superior uma grande quantidade de
água oriunda da caixa d'agua localizada no forro da escola.
Ainda de acordo
com as informações obtidas com exclusividade pelo DESCALVADO
NEWS, essa agua acumulada no piso superior do Ginásio pode ter uma infiltrado
na laje e consequentemente contribuído para que o reboco se
soltasse na manhã desta segunda-feira, atingindo a
funcionária que estava trabalhando em sua mesa.
OBRAS
PARALISADAS
- A escola José Ferreira da Silva vêm passando por reformas
desde o ano de 2011, e após problemas com a empresa responsável
pelas obras, teve os serviços paralisados devido à
irregularidades no processo licitatório e na documentação
apresentada, além da suspeita de desvio de material e na
maquiagem dos serviços que vinham sendo executados.
As obras estão
paralisadas ha cerca de quatro meses e o prazo para a contratação de
uma nova empresa pode se estender por mais seis meses.
Segundo
informações obtidas na escola, as obras podem não ter relação
direta com o acidente ocorrido na manhã de hoje, porém como
foram realizadas a abertura de paredes próximo ao local, as
vibrações causadas com o impacto no uso de ferramentas e
equipamentos de demolição, podem ter feito com que o
reboco tenha se desgrudado parcialmente da laje, e com a
infiltração ocorrida neste final de semana, pode ter sido
suficiente para causar o desmoronamento.
AULAS
- A direção do Ginásio Escola informou que por enquanto não
haverá interrupção das aulas, e que a escola possui outras salas
que podem receber os alunos enquanto a ala que sofreu o
desabamento passe por uma vistoria e seja liberada.
DELEGACIA DE
ENSINO -
Em contato com a Delegacia de Ensino de São Carlos, a
supervisora responsável pelas unidades estaduais em Descalvado,
Leila Leane Lopez Leal, disse que o assunto só poderia ser
tratado com a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de
Educação, em São Paulo.
Em nota, a
Assessoria de Comunicação e Imprensa da Secretaria Estadual de
Educação informou que após o acidente a funcionária foi
socorrida e posteriormente liberada logo após o atendimento
médico. A nota também informou que a área afetada foi isolada
para a realização de perícia técnica, que deverá avaliar as
causas do acidente. Ainda de acordo com a assessoria, o conserto
da parte afetada deverá ser realizado nos próximos dias e não
deverá haver a suspensão das aulas.
Quanto a
paralisação das obras, a nota traz a seguinte informação: "A
Fundação para o Desenvolvimento da Educação, órgão da Secretaria
responsável pelos contratos de obras, informa que está em fase
avançada o andamento do processo de reforma geral na escola, com
o intuito de aprimorar o ambiente escolar. Já foram realizadas
as adaptações de acessibilidade, renovação de instalações
elétricas e hidráulicas. A conclusão dos serviços está prevista
para o final do ano."
|