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Na madrugada deste
domingo (22), a Rodoviária Juvenal de Souza foi invadida por um
ou mais criminosos, que se aproveitaram da ausência do
funcionário municipal que deveria estar no local, porém no
momento do crime encontrava-se no aconchego de sua residência, e
que resultou no furto de uma loja e do guichê de atendimento da
empresa de transportes intermunicipais Via Sol.
Segundo uma
testemunha, por volta da 1h00 ele teria ouvido o barulho de
pedradas batendo no vidro da entrada principal da rodoviária, o
que lhe chamou a atenção. De acordo com a testemunha que se
encontrava a pouco mais de meio quarteirão de distância, foi
possível avistar uma pessoa vestindo roupas escuras lançando as
pedras na porta de vidro, que não estourou. Sem sucesso em sua
tentativa, o criminoso se evadiu do local. |
Já por volta das 3h45, o funcionário responsável em abrir a
rodoviária chegou no local e avistou diversas pedras no chão da
entrada principal, sendo possível também visualizar as marcas de
onde elas teriam atingido o vidro. Neles, também haviam as
marcas das mãos do (ou dos) criminoso(s), que também tentou
efetuar a abertura da porta usando da própria força. Ao entrar
na rodoviária, o funcionário encontrou a porta - também de vidro
-
de uma das lojas caída em cima de um expositor e do balcão do
estabelecimento, o vidro que divide o guichê de atendimento da
empresa Via Sol totalmente arrancado e uma porta que dá acesso
aos depósitos e aos guichês das empresas de ônibus arrombada.
Pedras usadas na tentativa de quebrar a porta de vidro da
Rodoviária Juvenal de Souza na madrugada deste domingo
Diante dos
fatos, o funcionário acionou a Polícia Militar que compareceu no
local para o registro da ocorrência. O proprietário da loja
invadida também compareceu na rodoviária e constatou o furto de
alguns objetos, principalmente de alguns óculos de sol e de
bonés. Quanto ao guichê de atendimento da empresa de ônibus que
foi arrombado, foi possível ver que o criminoso revirou o local
e teve acesso à algumas gavetas, provavelmente à procura de
dinheiro ou de objetos de valor.
Loja que teve produtos roubados, localizada
no interior da rodoviária
Uma questão que
chamou a atenção tanto do funcionário quanto dos policiais, é
por onde teria ocorrido o acesso no interior do prédio, já que a
tentativa de estourar ou arrombar a porta de vidro não surtiu
efeito. Há pelo menos duas hipóteses para isso: a primeira delas
é através de vitrôs localizados próximo às caixas que abrigam os
painéis elétricos da rodoviária, na parede de divisa com o
prédio dos Correios, ou então nos vidros instalados acima da
porta principal, que ao invés de serem fixos, são articuláveis.
Guichê de
atendimento da empresa Via Sol, que teve o vidro arrancado
(detalhe) e as gavetas reviradas
Um fato que
chamou a atenção foi a localização de um boné em cima do balcão
próximo ao expositor da loja invadida. Segundo o proprietário, o
boné seria do assaltante que provavelmente o retirou da sua
cabeça durante o assalto, para poder experimentar os modelos ali
expostos. Feita a escolha do modelo que mais agradou o gosto do
assaltante, ele teria deixado o local e abandonado (ou
esquecido) o boné que estava usando durante o crime. Em tom de
brincadeira, uma das testemunhas chegou a afirmar que seria essa
a principal prova do crime, já que no boné encontrado certamente
será encontrado alguns fios de cabelo do assaltante 'apaixonado'
por este tipo de artigo.
Ainda não foi possível precisar o local por onde o prédio foi
invadido. No detalhe, boné azul
e preto encontrado no interior da loja, abandonado (ou
esquecido) pelo assaltante
EDITORIAL -
A invasão da rodoviária na madrugada deste domingo pode ter
relação com outro crime cometido horas antes e a poucos metros
daquele local, aonde
vândalos atearam fogo no
prédio conhecido como 'casarão'
e que abriga diversos conselhos municipais. Em ambos os casos,
ainda não há suspeitos pelo crime. O clima de medo e
preocupação, que ha cerca de seis meses parecia ter dado uma
trégua, agora volta a assustar a população descalvadense. Diante
desses fatos lamentáveis, mais uma vez fica a pergunta do por
que de tanta demora para a instalação da Guarda Municipal, que
será a principal responsável pela vigilância das escolas e
logradouros públicos, alvos de inúmeros ataques nos últimos
meses.
É lamentável que
interesses pessoais e a falta de controle de gastos públicos,
que culminou em inacreditáveis gastos de cerca de um milhão de
reais nas festividades de setembro, e na qual ainda se comenta
que pode ter havido superfaturamento com a possibilidade de
desvio de dinheiro público, deixe de lado uma das questões mais
clamadas pela nossa população: a falta de segurança.
Já passou da hora
de cobrarmos os responsáveis pela inércia e incompetência na
resolução deste grave e alarmante problema.
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