A receita registrada em
junho ficou em R$ 45
bilhões, 1,9% menor do que
no mesmo mês de 2013. Os
dados são da pesquisa de
conjuntura Indicadores
Sebrae-SP.
A desaceleração da atividade
econômica - com inflação
elevada, salários com
aumentos reais (já
descontada a inflação)
menores e piora na confiança
dos empresários e
consumidores - tem afetado
as receitas das MPEs.
“Sem dúvida, o desempenho
modesto da economia
prejudicou os resultados das
micro e pequenas empresas no
semestre”, afirma o diretor
técnico do Sebrae-SP, Ivan
Hussni. Ele ressalta também
os efeitos da Copa do Mundo
nos pequenos negócios. “Com
os jogos do Mundial, houve
uma diminuição do número de
dias úteis em junho e os
reflexos foram sentidos
principalmente na indústria
e no comércio”, diz.
Por setores, o faturamento
da indústria no semestre
caiu 2,9% ante os primeiros
seis meses de 2013 e a
receita do comércio recuou
1,9%. Serviços apresentaram
alta de 5,5% no faturamento
na mesma comparação.
Na análise por regiões, as
MPEs do interior do Estado
registraram elevação de 2,6%
no faturamento no primeiro
semestre em relação ao mesmo
período de 2013. O município
de São Paulo teve alta de
2,1%. Já o Grande ABC
apresentou queda de 10,2% na
receita e a Região
Metropolitana de São Paulo,
baixa de 0,9%.
“No Grande ABC, há uma
concentração relativa de
indústrias dos setores
automobilísticos e de
autopeças que movimentam
toda uma cadeia de
fornecedores com presença de
MPEs, porém o fraco
desempenho do setor afetou
diretamente os pequenos
negócios”, explica o
coordenador de pesquisas do
Sebrae-SP, Marcelo Moreira.
No semestre, o pessoal
ocupado nas MPEs, que inclui
sócios-proprietários,
familiares, empregados e
terceirizados, sofreu uma
variação de -0,2% no
confronto com igual período
do ano passado. Na mesma
base de comparação, o
rendimento real dos
empregados teve variação
positiva de 0,1%, ou seja,
ficaram praticamente
estáveis. O gasto total com
salários das MPEs paulistas
registrou elevação de 1,4%.
EXPECTATIVAS
- Em julho, a maior parte
dos donos de MPEs paulistas
(59%) disse esperar
estabilidade para o
faturamento da empresa nos
próximos seis meses. Nesse
aspecto houve um avanço ante
julho de 2013, quando 55%
tinham essa expectativa. A
parcela dos que esperam
melhora não mudou de julho
do ano passado para o mesmo
mês deste ano (26%). Já os
que aguardam piora eram 8%
em 2013 e agora caíram para
6%.
Com relação à economia
brasileira, 51% dos
empresários entrevistados
afirmaram em julho esperar
estabilidade, um aumento de
dois pontos porcentuais na
comparação com julho de
2013. O grupo dos que
aguardam piora permaneceu
praticamente estável: eram
21% no ano passado e um ano
depois são 22%. A parcela de
empresários que acredita em
melhora também se manteve
próxima: 19% em julho deste
ano e 21% em igual mês de
2013.
“A expectativa é que no
segundo semestre haja uma
melhora na economia do País,
impulsionada pelas vendas de
Natal e algum alívio na
inflação”, afirma Moreira.
“Mas não dá para alimentar
grandes esperanças de
recuperação dos setores de
bens duráveis, que inclui
eletrodomésticos e móveis,
automóveis e autopeças, o
que é ruim para as MPEs”,
destaca ele. “Com a economia
brasileira crescendo pouco,
as MPEs terão dificuldade de
obter resultados muito
melhores, já que o mercado
interno é o principal pilar
de sustentação delas”, diz.
A PESQUISA
- A pesquisa Indicadores
Sebrae-SP é realizada
mensalmente, com apoio da
Fundação Seade. São
entrevistados 2.716
proprietários de MPEs do
Estado de São Paulo por mês.
No levantamento, as MPEs são
definidas como empresas de
comércio e serviços com até
49 empregados e empresas da
indústria de transformação
com até 99 empregados, com
faturamento bruto anual até
R$ 3,6 milhões. Os dados
reais apresentados foram
deflacionados pelo
INPC-IBGE.
*Colaborou: Ana Laura Fiochi
/ Máquina da Notícia PR a
Serviço do Sebrae-SP