Segundo ele, isso aconteceu devido à prioridade da Operadora
Nacional do Sistema Elétrico (ONS) em gerar energia,
prejudicando a navegação.
O diretor de
engenharia José Gheller trabalha na empresa em Araras há 40 anos
e contou que nunca passou por uma crise tão séria. "A gente já
atravessou algumas crises, mas com essa intensidade nunca. Essa
é a pior", disse.
A indústria é a
única do país que faz transporte por barcaças de longa distância
para outras empresas. Um comboio transporta seis mil toneladas
de produtos, o que equivale a 200 caminhões bi-trens. Mas, para
isso, é necessário um nível de água de pelo menos quatro metros
a mais do que está hoje.
Michielin afirmou
que a perda maior é para as exportações. Segundo ele, as
alternativas de transporte rodoviário e ferroviário são pelo
menos três vezes mais caras que a navegação. "Alguma coisa até
será deixada de ser exportada porque os revendedores não vão
querer assumir todo o custo. Eles ficam esperando aumentar o
preço e enquanto isso tudo fica estocado em armazéns. O Brasil
deixa de exportar ", explicou.
SUSPENSÃO
- Departamento Hidroviário proibiu as empresas que fazem
transporte pela hidrovia Tietê-Paraná de navegar com
embarcações que tenham mais de 2.29 metros de calado,
aquela parte que fica embaixo d'água.
A determinação
entrou em vigor no dia 10 de maio. Dos 21 comboios que faziam o
transporte, apenas sete estavam navegando. Mas de acordo com
Michielin, a navegação pela hidrovia foi totalmente suspensa.
Ele acredita que no
próximo ano será muito difícil haver navegação. "Sofre muito
mais que a gente os nossos clientes porque o volume deles são
grandes e a navegação é de 10 a 20% do total do custo do
produto. Então para nós o prejuízo é menor que para os demais",
disse. |
Nível do
Rio Tietê aproximadamente quatro
metros abaixo do normal (Foto: Reprodução/EPTV) |
A decisão do
departamento foi tomada porque o nível do Rio Tietê
aproximadamente quatro metros abaixo do normal. As barcaças têm
viajado com apenas dois terços da capacidade. O resto da carga
vai de caminhão.
*Fonte: G1/São
Carlos
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