Segundo o ministro, a medida diminuirá o trabalho do comprador, 
				simplificará a operação e dará segurança jurídica. "Dá segurança 
				jurídica porque você vai ter um panorama de todas as transações 
				desse imóvel. Não tem possibilidade de furo. Vai simplificar a 
				vida", disse.
				Depois de quatro 
				anos de aumento de entraves e complicações tributárias para o 
				setor empresarial, decorrente das inúmeras medidas 
				protecionistas aplicadas pelo Ministério da Fazenda, a palavra 
				simplificar soa até estranha ao ser proferida pelo ministro, 
				justamente no fim do governo de Dilma Rousseff. "Essas medidas 
				vão no sentido de aumentar a segurança jurídica das transações, 
				de reduzir o custo dessas operações e no sentido de simplificar 
				essas operações. Então são medidas que vão contribuir para 
				aumentar a produtividade e competitividade do sistema 
				financeiro. É o que todos querem, aumentar competitividade, 
				reduzir custos e simplificar", afirmou. 
				Mantega negou o 
				óbvio: que as medidas anunciadas nesta quarta-feira sejam 
				tentativas desesperadas de tentar reaquecer a economia, ou que 
				tenham relação com o calendário eleitoral. Diz o ministro: 
				"Nosso ritmo não é o ritmo político. As medidas são feitas à 
				medida em que amadurecem. Mesmo durante a eleição soltamos 
				medidas e depois das eleições continuaremos soltando medidas 
				para aperfeiçoar o marco regulatório e dar competitividade à 
				economia". 
				
					
						| LETRA 
				IMOBILIÁRIA 
				— A medida foi anunciada juntamente com outras mudanças com o 
				objetivo de estimular o crédito imobiliário, como a criação de 
				um novo título de renda fixa cujos recursos aplicados servirão 
				para financiar a compra de imóveis: a letra imobiliária. O papel 
				terá isenção de Imposto de Renda se tiver um prazo de maturação 
				superior a dois anos, segundo o ministro. A diferença 
				entre esse novo título e a letra de crédito imobiliário que já 
				existe é que o primeiro terá como garantia o patrimônio da 
				instituição que tem carteira de financiamentos imobiliários. 
				"Esses títulos vão criar funding adicional para o mercado de 
				crédito imobiliário e atrair investidores estrangeiros que 
				gostam desse tipo de papel, os chamados ‘covered bonds’", disse 
				Mantega. 
						CRÉDITO 
				— O crédito imobiliário vem desacelerando ao longo do ano 
				e recuou 19% em junho, segundo o Banco Central. Banco do Brasil 
				e Caixa são os principais agentes para este tipo de 
				financiamento. No segundo trimestre, apesar de a carteira de 
				crédito da Caixa ter crescido 22%, o banco estatal assiste a uma 
				piora na qualidade de seus clientes. Nos três últimos meses 
				terminados em junho, as provisões da Caixa para perdas com 
				inadimplência dispararam 76,3%. Com isso, o lucro do banco 
				avançou apenas 2,7% no trimestre, ante mesmo período de 2013. O 
				índice de inadimplência no segundo trimestre subiu a 2,77%, o 
				pico em cinco anos.  | 
						
						 
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				Diante desse 
				cenário, o governo parece ter coordenado, junto com o BC, uma 
				série de medidas para melhorar os números do setor. Tanto que, 
				também nesta quarta, a autoridade monetária voltou a alterar as 
				regras dos depósitos compulsórios dos bancos, que são uma 
				espécie de contribuição obrigatória que as instituições fazem 
				junto ao BC como forma de proteção ao sistema financeiro. A 
				partir de agora, elas poderão usar, em empréstimos, 60% do 
				montante antes reservado exclusivamente para esse depósito. 
				É a segunda vez 
				em menos de um mês que o BC afrouxa as regras do compulsório 
				para que os bancos emprestem mais. Na medida anterior, anunciada 
				em julho, o BC já havia liberado 50% desse valor para 
				empréstimos aos consumidores, o que disponibilizou ao mercado 
				cerca de 30 bilhões de reais. Na prática, com a liberação desses 
				outros 10 pontos porcentuais do compulsório, as instituições 
				financeiras podem emprestar mais 10 bilhões de reais, somando 40 
				bilhões em dinheiro novo em circulação. 
				*Fonte: 
				Veja.com / Foto: Ueslei Marcelino 
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