“A cautela das famílias em relação ao consumo, observada nos índices de
confiança e de intenção de consumo, faz com que mais consumidores quitem suas
dívidas”, afirmou o economista da CNC Bruno Fernandes. “Entre as famílias com
dívidas, o comprometimento da renda com o pagamento aumentou, acompanhando o
custo elevado do crédito”.
A elevação do
percentual de famílias endividadas foi acompanhada pelo
percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso, ou seja,
inadimplentes, na comparação mensal – passando de 18,0% para
18,5% do total. Entretanto, houve queda do número de famílias
inadimplentes em relação a dezembro de 2013, quando esse
indicador alcançou 20,8% do total.
O percentual de
famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas
ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam
inadimplentes, também apresentou leve alta na comparação mensal,
recuando, contudo, na comparação anual, alcançando 5,8% em
dezembro de 2014, ante 5,5% em novembro de 2014 e 6,5% em
dezembro de 2013.
A alta do número
de famílias endividadas na comparação com o mês anterior foi
observada pela faixa de renda acima de 10 salários mínimos. Na
comparação anual, ambas as faixas de renda apresentaram recuo.
Para as famílias que ganham até 10 salários mínimos, o
percentual daquelas com dívidas foi de 60,6% em dezembro, ante
60,7% em novembro e 63,9% em dezembro de 2013. Para o grupo com
renda acima de 10 salários mínimos, o percentual de famílias
endividadas passou de 52,1%, em novembro, para 52,2% em
dezembro. Em dezembro de 2013 o percentual de famílias com
dívidas nesse grupo de renda era de 53,9%.
Entre as
famílias com contas ou dívidas em atraso, o tempo médio de
atraso foi de 60 dias em dezembro – acima dos 59,4 dias de
dezembro de 2013. O tempo médio de comprometimento com dívidas
entre as famílias endividadas foi de 6,9 meses, sendo que 27,5%
estão comprometidas com dívidas até três meses, e 32,5%, por
mais de um ano. A parcela média da renda comprometida com
dívidas aumentou na comparação anual, passando de 30,2% para
30,6%, e 22% delas afirmaram ter mais da metade de sua renda
mensal comprometida com o pagamento de dívidas.
O cartão de
crédito foi apontado como um dos principais tipos de dívida por
74,6% das famílias endividadas, seguido por carnês (18%), e
financiamento de carro (14,5%). Para as famílias com renda até
10 salários mínimos, cartão de crédito (75,3%), carnês (19,1%) e
financiamento de carro (11,7%) são os principais tipos de dívida
apontados. Já para famílias com renda acima de 10 salários
mínimos, os principais tipos de dívida indicados em dezembro
foram cartão de crédito (71,1%), financiamento de carro (27,8%)
e financiamento de casa (17%).
*Fonte:
G1/Economia
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