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O Brasil vai às urnas dividido neste domingo
(26). Depois de 111 dias de campanha
eleitoral, marcada por reviravoltas nas pesquisas e a morte de Eduardo Campos
(PSB), Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) agora só podem esperar pela
escolha da maioria do eleitorado. Das 8h às 17h, cerca de 142,8 milhões de brasileiros
vão decidir quem será o próximo presidente da República.
No primeiro turno,
excluindo os votos brancos e nulos, a candidata petista teve
41,6% da preferência (43,2 milhões de votos), contra 33,6% do
tucano (34,8 milhões de votos). A votação surpreendeu, já que a
candidata do PSB, Marina Silva, |
que aparecia
empatada tecnicamente com Aécio, ficou em terceiro lugar, com
21,3% da preferência (22,1 milhões de votos).
Para o segundo
turno, as últimas pesquisas divulgadas ontem mostraram que o
brasileiro deverá ter que esperar até o último minuto para saber
quem assumirá o país em janeiro de 2015. Diante dos novos
números, aumentou ainda mais a dúvida na preferência entre a
petista Dilma Rousseff e o tucano Aécio Neves. Uma redução na
diferença das intenções de voto embolou novamente o cenário
eleitoral. No Ibope, a petista continua na liderança, mas a
vantagem, que era de oito pontos percentuais na quinta-feira
passada, caiu para seis. No Datafolha, que voltou a indicar
empate técnico, a distância entre os presidenciáveis passou de
seis para quatro pontos. Enquanto o Ibope registrou 49% para
Dilma e 43% para Aécio, no Datafolha a petista apareceu com 46%
e o tucano, 43% das intenções.
A expectativa é
que o resultado da eleição para presidente seja anunciado por
volta das 20h. O horário de verão vai atrasar o início da
divulgação da apuração dos votos. A previsão do Tribunal
Superior Eleitoral é que seja concluída às 19h30 do horário de
Brasília, mas a divulgação do resultado só vai acontecer depois
das 20h por causa da votação no Acre, que só acabará às 20h (17h
do horário local).
Aécio conseguiu
amplo arco de alianças para enfrentar Dilma no segundo turno e
comparou a união de candidatos derrotados no primeiro turno com
a frente liderada por seu avô, Tancredo Neves, durante a
redemocratização do país. Além dos nanicos, como Pastor Everaldo
(PSC), Eduardo Jorge (PV) e Levy Fidelix (PRTB), também ganhou o
apoio de Marina Silva (PSB).
A presidente
Dilma Rousseff manteve o apoio de nove partidos da coligação
feita antes do primeiro turno.
BAIXARIA E
REAÇÃO DO TSE
- Após ataques durante o horário eleitoral no rádio e na TV e a
troca de acusações em debate do SBT, com denúncias de nepotismo
entre Dilma e Aécio, o TSE proibiu a veiculação de gravações que
não fossem propositivas.
"O tribunal muda
sua jurisprudência para estabelecer que, em programas eleitorais
gratuitos, as propagandas devem ser programáticas e
propositivas, mesmo com embates duros, em relação às
candidaturas do segundo turno" disse o presidente da Corte, Dias
Toffoli, no dia 16 de outubro.
Embora o TSE
tenha levantado a questão e adiantado julgamentos para não
prejudicar a igualdade de condições entre as candidaturas, o
clima eleitoral não arrefeceu. Nas ruas, foram registrados
tumultos entre partidários de ambas as campanhas. Nas redes
sociais, a baixaria também teve vez. O Fla x Flu eleitoral
abalou amizades, e gerou discussões com troca de ofensas.
REVIRAVOLTAS
- A disputa mais acirrada desde 1989 teve a primeira reviravolta
no dia 13 de agosto, quando o jato que partiu do Rio de Janeiro
e levava o então candidato do PSB, Eduardo Campos, caiu em
Santos após arremeter ao tentar pousar no aeroporto.
Após a morte do
então candidato e a comoção causada pela tragédia, Marina Silva
assumiu a cabeça de chapa e passou a liderar as pesquisas de
intenção de voto. Desidratada após campanha de desconstrução do
PT e recuos em relação ao programa de governo, Marina entrou em
queda livre.
No primeiro turno, a decisão dos brasileiros contrariou as pesquisas eleitorais
das semanas anteriores ao dia 5 de outubro, que indicavam uma disputa entre a
candidata do PSB e Dilma Rousseff. No início do segundo turno, Aécio aparecia
numericamente à frente nos levantamentos de Ibope e Datafolha. Dilma, no
entanto, recuperou a dianteira e descolou-se do candidato do PSDB.
*Colaborou: Bruno Góes
(Jornal O Globo)
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