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A Santa Casa de São
Carlos realizou nesta quarta-feira
(17), o primeiro procedimento para retirada de coração destinado à um
transplante na história do município. O doador foi um homem de 31 anos
e o órgão foi destinado à uma mulher de 35 anos internada em São
Paulo. O procedimento de remoção foi o primeiro envolvendo o órgão na cidade e
contou com o apoio de equipes do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e do
Instituto do Coração (Incor), que também removeram fígado, pâncreas e rins do
doador. A primeira equipe
a chegar, por volta das 9h, foi a de Ribeirão Preto, que trouxe |
maletas próprias para o
transporte de órgãos. Logo depois chegaram os médicos do Incor, que
aterrissaram na cidade e foram acompanhados até o hospital por policiais
militares. A
cirurgia teve início às 10h e o procedimento de retirada do coração foi
finalizado sem intercorrências pouco depois, às 11h20. A partir daí,
teve início a luta contra o relógio. "A gente tem quatro horas a partir
do momento em que a gente tira do doador", explicou o cirurgião Ronaldo
Honorato.
Segundo o médico, a
receptora do coração é uma paciente de 35 anos que estava em estado
grave na fila de transplantes. "Ela tem uma doença tão grave que
necessita trocar por um coração novo e ela vai ter essa sorte".
"Mas o mais importante
de tudo: nada disso seria possível se nós não tivéssemos o
desprendimento da família. Se não tivesse havido esse gesto de amor ao
próximo que é a doação de órgãos. Apesar dessa infelicidade, dessa
pessoa ter morrido, algumas pessoas poderão ter uma segunda chance de
vida, um coração, um fígado, pâncreas e dois rins poderão ser
utilizados", reforçou o cirurgião do Incor.
DOAÇÃO - O doador era do
interior da Bahia e havia se mudado para São Carlos há dois meses. No
último sábado (13), ele deu entrada em coma na Santa Casa e, no domingo
(14), os médicos suspeitaram da morte cerebral.
Na segunda-feira (15), o
óbito foi confirmado após procedimentos específicos para o diagnóstico
da morte encefálica e, nesta terça-feira (16), a família optou pela
doação dos órgãos.
O Serviço de Verificação
de Óbito deverá apontar as causas da morte, mas, de acordo com Ivan
Linjardi, coordenador do Grupo de Transplantes e Captação de Órgãos da
Santa Casa, há a suspeita de falta de oxigênio que teria evoluído para
morte encefálica.
"Correu tudo bem, dentro
do que a gente planejou, e a gente deixa um recado de agradecimento a
toda a equipe da UTI da Santa Casa, equipe de enfermagem, equipe médica,
mas principalmente à família. Só a autorização familiar que torna
possível esse momento de doação", disse Linjardi.
*Fonte: G1/São Carlos
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