Uma pesquisa da Embrapa de São Carlos descobriu que manejos
simples, mudança de hábitos e qualificação da mão de obra podem
economizar até 30% de água em instalações de ordenha. O objetivo
foi quantificar o consumo para melhorar a eficiência do uso da
água no processo de ordenha, promovendo a gestão do recurso. O
investimento do produtor é baixo.
Uma fazenda
localizada em Descalvado possui 60 vacas e cada uma produz em
média 15 litros de leite por dia. Para garantir a produção, os
animais precisam beber bastante água. Lá, os bebedouros ficam
espalhados pela propriedade e a água para matar a sede dos
animais e para a limpeza do espaço saem de um posto artesiano.
HIGIENIZAÇÃO
- Para deixar a sala de ordenha limpa, são gastos por dia entre
1,2 mil a 1,3 mil litros de água. “Você tem que higienizar,
afinal a gente está produzindo alimentos. Se você não higieniza,
problemas surgirão mais na frente na cadeia”, disse o produtor
Mario Dotta e Silva.
A fazenda também
adotou a prática do reuso. A água utilizada na limpeza vai para
uma fossa e depois é usada para irrigação e adubação do pasto. A
sustentabilidade é regra na propriedade. “Essa água tem que ser
reutilizada de alguma forma para gerar eficiência”, afirmou
Silva.
REDUÇÃO DE 30%
- Toda essa mudança pode ter um impacto positivo no uso da água,
já que a economia nos locais onde são feitas as ordenhas pode
chegar a 30%. A Embrapa monitorou os três hidrômetros por 18
meses. O
pesquisador constatou que na limpeza da sala de ordenha onde se
gasta mais, em média 48% do total, 37% vão para o processo de
ordenha e limpeza dos equipamentos e apenas 10% para o consumo
dos animais. Medidas simples podem ajudar bastante na economia
como fazer a raspagem do solo para só depois lavar.
“Muitas vezes para
acontecer mudanças a gente precisa de dinheiro, precisa por a
mão no bolso. Isso não é totalmente verdade quando se fala em
meio ambiente. Se a gente fizer algumas mudanças culturais, ou
seja, se eu uso água sem pressão e passo a usar com pressão,
isso vai contribuir para a eficiência hídrica. Uma torneira
pingando, naquele segundo aquele pingo não é nada, mas em 24h do
dia, aquele pingo é uma grande quantidade”, explicou o
pesquisador da Embrapa Júlio Palhares.
CISTERNA
- O produtor também pode investir em uma alternativa
para garantir água de graça. Uma cisterna, por exemplo,
que capta água da chuva do telhado da sala de ordenha e
tudo fica armazenado em uma caixa d’água de 10 mil
litros. O sistema custou R$ 7 mil.
“Por exemplo, no
caso da cisterna que foi instalada em dezembro de 2015, até a
data de hoje nós já conseguimos economizar em torno de 75% da
água que nós utilizávamos para lavar o piso depois da ordenha”,
acrescentou Palhares.
Para ele, é preciso
cuidar bem dos recursos naturais, principalmente nos dias de
atuais. “Ver que as nossas |
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fontes
de água, os nossos solos, o nosso ar que hoje se
fala tanto, também precisam ser cuidados, também
precisam ser inseridos no dia-dia da nossa
produção”, concluiu Júlio Palhares. |
*Fonte: G1/São
Carlos (Fotos: Rodrigo Sargaço)
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