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Pesquisadores
da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram em São Carlos um método
mais rápido e barato para o diagnóstico de cinomose, uma das doenças que
mais matam cães em todo o mundo.
A plataforma foi criada
durante o mestrado de Julia Pereira Postigo, sob orientação do professor
Emanuel Carrilho, do Instituto de Química de São Carlos (IQSC), e eles
acreditam que chegará ao mercado em dois anos, após os testes de
precisão, custando cerca de R$ 20.
COMO FUNCIONA
- O dispositivo foi elaborado em parceria com a empresa ParteCurae e
consiste em um papel de filtro com aditivos químicos que interagem com o
sangue do animal. Quando o anticorpo produzido pelo cachorro para
combater o vírus entra em contato com a |
área da linha teste,
tratada quimicamente, há a formação de um sinal vermelho nessa região,
indicando que ele está doente. Do contrário, apenas a linha de controle
fica vermelha.
Assim, se a cinomose for
detectada, duas linhas vermelhas ficam visíveis e, caso o animal não
esteja contaminado, o papel mostra somente uma linha. O processo demora
de 10 a 20 minutos e pode ser usado com qualquer cão, independentemente
da idade ou da raça.
Outra vantagem apontada
pelo grupo é que o teste indica a contaminação mesmo em estágios
iniciais. Com isso, é possível evitar diagnósticos imprecisos, um
problema comum, segundo o veterinário Paulo Henrique de Magalhães
Girardi, proprietário de uma clínica na cidade.
"O problema maior que vemos
é a falta de diagnóstico. É uma doença difícil, se mascara, e muitos
veterinários não sabem dar o diagnóstico correto. Tem animais
diagnosticados com cinomose, mas que não têm cinomose", comentou.
DESENVOLVIMENTO
- Julia explicou que o intuito era desenvolver um dispositivo nacional
mais barato do que os importados que já existem no mercado.
“A cinomose é uma doença
que mata muitos cães, e existem plataformas que não são nacionais. Vimos
a oportunidade de construir uma plataforma nacional e diminuir o custo
para conseguir ampliar a área, o acesso”, disse a pesquisadora.
Segundo Carrilho, a
contribuição da universidade foi mudar os materiais usados no exame. "O
teste que existe envolve várias membranas diferentes. O trabalho da
Julia foi tentar fazer o que se faz com vários materiais mais caros e
sofisticados em um pedaço de papel simples", afirmou. |
A cinomose é uma das doenças que
mais matam cães em todo o mundo. |
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Além do exame por
membranas, outro procedimento usado para identificação da doença é a
PCR, um método de análise de DNA que custa de R$ 100 a R$ 150, acima do
custo estimado para a plataforma desenvolvida pelo grupo.
*Fonte: G1/São
Carlos (Foto: Julia Postigo/Arquivo pessoal)
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