consequência da crise,
provavelmente são adultos jovens, de áreas urbanas, principalmente do
Sudeste, brancos, qualificados e que trabalhavam anteriormente no setor
de serviços. Para
evitar o aumento da pobreza extrema, o governo federal teria que
aumentar o orçamento do Bolsa Família neste ano para R$ 30,4 bilhões,
afirma o Banco Mundial.
Porém, a própria
instituição afirma que o ambiente desafiador de consolidação fiscal no
país dificulta o acréscimo do orçamento destinado à rede de proteção
social. Em 2017, o orçamento previsto para o programa de transferência
de renda é de R$ 29,8 bilhões.
A ampliação do programa
foi excepcionalmente rápida, com o número de beneficiários passando de
3,6 milhões em 2003 para 11,1 milhões de famílias em 2006. Em 2014, o
programa beneficiava cerca de 56 milhões de pessoas, ou 14 milhões de
domicílios, ou seja, um quarto da população do país. O gasto como
percentual do Produto Interno Bruto (PIB) cresceu de menos de 0,05% em
2003 para cerca de 0,5% em 2013.
BANCO MUNDIAL FEZ
SIMULAÇÕES - Em
análise de dois cenários – um menos e o outro mais pessimista –, o Banco
Mundial diz que o primeiro prevê um aumento em 2017 de 8,7% para 9,8% na
proporção de pessoas pobres (considerando uma linha de pobreza de 140
reais), representando um acréscimo de 2,5 milhões de pessoas. No cenário
mais pessimista, há um crescimento de 10,3% na proporção de pessoas
pobres neste ano, o que representa um acréscimo de 3,6 milhões de
pessoas à população que vive na pobreza.
Por meio de simulações,
o Banco Mundial analisou a taxa de pobreza extrema no país, calculada em
3,4% em 2015, levando em conta o incremento ou não no Bolsa Família. No
cenário menos pessimista, o número de pessoas extremamente pobres
crescerá 1,7 milhão – de 6,8 milhões em 2015 para 8,5 milhões em 2017,
elevando a proporção de pessoas extremamente pobres de 3,4% em 2015 para
4,2% neste ano. O número de pessoas moderadamente pobres aumentará em
2,5 milhões, de 17,3 milhões em 2015 para 19,8 milhões em 2017.
No segundo cenário –
mais pessimista –, a taxa de pobreza extrema continua crescendo,
alcançando 4,6% em 2017, representando um crescimento de 2,6 milhões no
número de pessoas extremamente pobres entre 2015 e 2017, passando de 6,8
milhões em 2015 para 9,4 milhões em 2017. O número de pessoas
moderadamente pobres aumentará em 3,6 milhões entre 2015 e 2017.
Se o governo federal
aumentar o orçamento real do Bolsa Família para cobrir os "novos
pobres", conforme recomendado pelo Banco Mundial, a taxa de pobreza
extrema seria mantida no mesmo patamar de 2015, sendo que, no cenário
menos pessimista, a taxa de pobreza extrema aumenta de 3,4% para 3,5% em
2016 e 2017, ao passo que, no panorama mais pessimista, a pobreza
extrema cresce para 3,6% em 2017.
13,6 MILHÕES DE
FAMÍLIAS RECEBEM BENEFÍCIO EM FEVEREIRO
- Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDS), mais
de 13,6 milhões de famílias receberão o benefício em fevereiro, sendo
que o valor médio dele é de 179,62 reais. O recurso repassado varia
conforme o número de membros da família, a idade de cada um deles e a
renda declarada ao Cadastro Único para Programas Sociais do governo.
O programa é direcionado
para famílias extremamente pobres – com renda per capita mensal de até
85 reais; e pobres – com renda per capita mensal entre 85,01 reais e 170
reais. O recebimento mensal do benefício pelas famílias está
condicionado à frequência escolar e ao uso de serviços de saúde
materno-infantil.
*Fonte: G1/Economia
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