(FOTO: Eduardo Viana) |
Antônio Carlos fez jus à fama de zagueiro-artilheiro com a qual chegou ao São
Paulo. Neste sábado, com dois gols dele, a equipe tricolor bateu o Vitória, por
3 a 2, numa partida bastante movimentada no Morumbi, pela 26ª rodada do
Brasileirão. O defensor abriu o placar, Juan empatou de pênalti, Luis Fabiano e
Dinei marcaram, e Antônio Carlos só foi definir o placar aos 41 minutos do
segundo tempo. Com o
resultado, o São Paulo volta a vencer após três derrotas
seguidas sob o comando de Muricy Ramalho. A equipe deixa
provisoriamente a zona de rebaixamento, com 30 pontos, dois
a mais do que o Vasco, que faz clássico contra o Flamengo,
neste domingo, em Brasília. Se o Vasco vencer seu maior
rival, volta a empurrar o São Paulo para a degola. |
O triunfo também é uma resposta a Ney Franco, que foi
demitido do São Paulo antes do meio do campeonato e que
estava há oito rodadas invicto com o Vitória. O time baiano,
que briga pelo G4, segue em sexto, com 37 pontos, a quatro
do Atlético Paranaense, o quarto.
O jogo
— Ney Franco foi embora, Paulo Autuori foi contratado e
demitido, Muricy Ramalho chegou, e Douglas continua
agradando treinadores e irritando torcedores. Neste sábado,
Muricy resolveu "inventar" a mesma "invenção" dos seus
antecessores. Colocou Douglas no meio-campo. Para isso, fez
de Paulo Miranda lateral, de Rodrigo Caio zagueiro e de
Maicon volante. Também resolveu dar chance de Ademilson
depois de Aloísio, Welliton e Osvaldo não agradarem ao lado
de Luis Fabiano.
As coisas
pareciam caminhar bem. Logo aos quatro minutos, Ganso bateu
escanteio, Antônio Carlos subiu bem, sozinho, e cabeceou
para abrir o placar. O problema é que o futebol do São Paulo
no primeiro tempo ficou nisso. Outro lance de perigo, só
chute isolado de Ganso, que Wilson espalmou para escanteio.
Rogério Ceni também trabalhou para evitar gol de falta de
Ayrton.
Vendo que o
São Paulo não oferecia muito perigo, o Vitória se arriscou
no ataque e empatou numa sequência de trapalhadas. De
Antônio Carlos que escorregou ao tentar afastar bola e de
Rogério Ceni, que chegou atropelando Dinei para corrigir a
falha do colega. Pênalti bem marcado. Juan foi para
cobrança, escorregou, mas conseguiu mandar para o gol.
Rogério reclamou muito com o árbitro Anderson Daronco
alegando que o ex-são-paulino tocou com os dois pés na bola.
Com razão.
"Já estamos
uma bosta. Aí vem o árbitro fazer isso", criticou o Ceni,
para as câmaras de televisão, na saída para o intervalo.
"Não sei se pegou nos dois pés. Foi muito rápido. Não dá
para saber", se defendeu Juan, que provocou a torcida
tricolor ao marcar.
O segundo
tempo começou ruim para o São Paulo, com o Vitória em cima.
Mas a pressão não durou muito e logo eram os donos da casa
que jogavam no ataque. Aos dezesseis minutos, Rodrigo Caio
quase fez de cabeça. O segundo gol viria aos vinte minutos.
Ademilson recebeu de Ganso e deu passe inteligente para Luis
Fabiano. O centroavante ficou cara a cara com Wilson e não
desperdiçou.
Quatro
minutos depois, porém, o Vitória empatou. E mais uma vez
graças a um erro. Vander tentou chutar, pegou torto na bola,
e acabou cruzando para Dinei. Marcado na área pelo meia
Maicon, o atacante teve espaço para cabecear e deixar tudo
igual. Quase no lance seguinte, Vander saiu na cara de
Rogério, mas mandou para fora a chance de virar.
Muricy
Ramalho então decidiu mexer. E como tem feito desde que
voltou ao São Paulo, só trocou seis por meia dúzia. Um
atacante (Ademilson) por outro (Aloísio). Depois, um meia
(Douglas) por outro (Lucas Evangelista).
Não que o
time tenha melhorado, mas o empate veio. Aos 42 minutos,
Ganso bateu falta na área, Paulo Miranda trombou com Wilson
na pequena área, o árbitro nada marcou, e a bola sobrou para
Antônio Carlos, sozinho.
*Com informações do Estadão Conteúdo
|