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A Lei Maria da Penha completa sete anos neste mês, mas apesar disso o número de
casos de violência doméstica cresceu 10% no Estado de São Paulo, no primeiro
semestre deste ano, em relação a 2012, segundo a Secretaria de Segurança Pública
(SSP). Para o psicólogo Sidnei Priolo Filho, do laboratório de análise e
prevenção da violência da Universidade Federal de São
Carlos (UFSCar), a medida ainda não é
suficiente e falta apoio psicológico ao casal.
“Quando a gente atende o casal, as coisas funcionam melhor, porque a gente
procura uma mudança na forma como eles se relacionam, mostrando as consequências
de cada comportamento, buscando o melhor para o homem, a esposa e para os
filhos”, explicou o psicólogo. |
Segundo Priolo Filho, na maioria dos casos, a ameaça está dentro de casa. “Os
dados do Ministério da Justiça mostram que os homens morrem na rua, por causa da
violência do trânsito ou urbana, e as mulheres morrem em casa, vítimas de
homicídios provocados pelo parceiro ou ex-parceiro”, disse.
O especialista também diz que é preciso ficar atento aos primeiros sinais de
violência. “Normalmente ela começa com um grau menor, com um empurrão, um tapa,
xingamento e isso vai avançando, e até chegar ao homicídio a mulher já passou
por várias instâncias, delegacias, serviços de saúde, por escola e em nenhum
momento obteve algum tipo de ajuda ou suporte para conseguir resolver essa
situação”.
Falta de apoio
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Na Delegacia da Mulher em São Carlos, a reportagem do Jornal da EPTV encontrou
uma recepcionista que é exemplo dessa falta de apoio à vítima. Ela, que prefere
não se identificar, já fez dez boletins de ocorrência durante um relacionamento
que durou 13 anos. Ela traz no corpo as marcas, já quebrou a clavícula e perdeu
o baço, além de ser sequestradas pelo ex-marido, que não aceita a separação.
Ela tenta recomeçar a vida, mas o medo é um obstáculo. “Penso em mudar de
cidade, deixar todo o meu passado, minha história e esperar que a Justiça seja
feita”, disse. Ela já possuía medida protetiva, que proibia o marido de se
aproximar dela, mas ele continua solto.
Ciúmes -
Fernanda Feracini tinha 31 anos quando
foi morta por estrangulamento dentro de
casa, em Descalvado. Ela foi morta pelo namorado, com quem morava e
mantinha planos para se casar. Ele foi preso. A mãe dela, Hilda Guiger, ainda
tenta entender o motivo para tanta violência. “Eles tinham um bom
relacionamento, nunca brigaram, se amavam o tempo todo e graças a ele perdi o
amor da minha vida”, contou emocionada.
Segundo Hilda, o ciúme pode ter motivado o crime. “Ele tinha muito ciúme dela e
ficava atrás dela pelo celular, onde ela estivesse ele ligava”, disse. Na
tentativa de diminuir a dor, a família se mudou para Pirassununga. “Não tínhamos
condições de ficar lá, não quero nem ver a cidade porque relembra muito e é
triste”, afirmou o padrasto de Fernanda, Válter Guiger.
A edição n.º
39 do Jornal Descalvado News trouxe uma reportagem sobre
o tema e constatou que também em nosso município houve o aumento
no registro dos casos de violência contra a mulher. Apenas de
janeiro à maio de 2013, foram registrados 69 casos de agressões
registradas na Delegacia local. A reportagem trouxe ainda um
depoimento emocionado de uma mulher que pasou pelo drama de ser
agredida pelo seu companheiro. Veja na reportagem abaixo:
Na terça-feira (30), em Américo Brasiliense, Liliane
Folador, de
29 anos, foi mais uma vítima da violência doméstica. Ela tinha dois filhos e foi
morta pelo marido, que foi preso. Segundo a Polícia Militar, ela foi morta a
marteladas e por estrangulamento. Os vizinhos relataram que o casal brigava com
frequência.
*Com
informações do G1/São Carlos
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