Sudmar
segura câmera para filmar segundo voo de parapente
(Foto: Glenda Almeida / G1) |
O descalvadense Sudmar Franzin,
que passou momentos de pânico
durante um voo com um instrutor no dia 17 de agosto, voltou a
realizar um voo de instrução na manhã deste sábado (31),
mostrando coragem e superação. Desta vez, no entanto, ele se
certificou que todos os procedimentos de voo seriam realizados
corretamente. "O voo foi muito bom, muito lindo", disse Sudmar
ao chegar na praia de São Conrado, na Zona Sul.
No primeiro
voo, Sudmar ficou "entubado" na nuvem durante aproximadamente 4
minutos. O vento era forte o parapente balançava. O instrutor
começa manobra, mas o parapente balança e o turista se
desequilibra. São momentos de tensão. O instrutor chega a pedir
pra desligar a câmera e rezam uma “Ave Maria”. |
Depois de ter sobrevivido ao acidente, no dia seguinte,
Sudmar ainda participou da Meia Maratona do Rio. "Passei por
aquele desespero e aí que eu corri os 21 quilômetros mesmo. Eu
tava vivo, né?".
Para os turistas que nunca voaram, Sudmar diz que a primeira
observação que deve ser feita é à mãe natureza. "Primeiro tem
que observar o clima, a mãe natureza", disse Dudmar, que saltou
da Pedra Bonita, na Gávea, Zona Sul do Rio, por volta das 11h30h
deste sábado.
Com a intenção de sugerir ao turista uma experiência totalmente diferente
daquela que vivenciou no dia 17 de agosto deste ano, quando o então instrutor
Luiz Gonzaga perdeu o controle do parapente e acabou entrando numa nuvem, o
vice-presidente do Clube doVoo, Augusto Prates, fez um convite inusitado: será
que depois de momentos tão desesperadores Sudmar voaria novamente? "Ele entrou
em contato comigo, me convidando, dizendo que aquele dia não tinha sido voo.
Como eu sou apaixonado pelo Rio, queria filmá-la de cima novamente". |
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De acordo com o instrutor Marinho, que trabalha fazendo voos
há 15 anos, uma decolagem em condições normais duram de 12 a 15
minutos. Quando o vento está muito bom, a duração pode ser
maior, por volta de 30 minutos.
O vice-presidente do Clube de Voo Livre, Augusto Prates,
afirmou que por dia são realizadas, em média, 60 a 80
decolagens. Segundo ele, nos últimos dias foram feitas reuniões
periódicas com os pilotos e voadores, para rediscutirem os
precedimentos de segurança e voo, como a melhora na explicação
para o aluno e o respeito às regras.
De acordo com a assessoria de imprensa do clube, a pista da
Pedra Bonita é a pista onde há o maior número de decolagem no
mundo.
Nuvens estavam baixas -
No dia do incidente as condições do vento eram boas. Mas as nuvens estavam muito
baixas. A orientação para os instrutores era que voassem direto para a praia,
onde o céu estava mais limpo.
No foi o que aconteceu. O instrutor deu voltas
em torno da Pedra Bonita. Numa delas, lá no alto, se vê outro
instrutor, também desobedecendo as orientações de voar baixo, em
direção à praia.
As nuvens baixas não preocupam o instrutor. Pelo contrário.
As imagens mostram que Gonzaga solta uma das mãos do comando do
parapente para ajustar o capacete. Em seguida, retira também a
outra mão para utilizar a câmera de vídeo.
De repente, um susto: os dois vão parar dentro de uma nuvem.
“Ele começou a rezar e eu fui ficando calmo ali. Tentando ficar
calmo, mas ao mesmo tempo, por dentro, eu estava apavorado,
porque eu sabia que ia acontecer o pior. Graças a Deus, não
aconteceu”, disse o turista Sudmar.
O instrutor que acompanhava o turista é considerado
experiente. Ele tem 15 anos de profissão. Luiz Gonzaga Pereira
de Souza foi suspenso temporariamente do clube, terá a licença
de voo reavaliada e deve passar por um curso de reciclagem.
Uma lei federal, de 1986, proíbe que os voos duplos sejam
vendidos como voos panorâmicos. O Clube São Conrado de Voo Livre
nega que cometa essa prática e diz que todos os voos fazem parte
de um curso e que cabe ao aluno seguir com o treinamento depois
do primeiro salto.
*Fonte:
G1/Rio de Janeiro
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