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Exatamente um mês
após sua internação na Casa de Saúde de São Carlos, a jovem
Nayara Cristina Patracão, de 24 anos, permanece na UTI,
respirando com ajuda de aparelhos. Seu estado, apesar de
estável, ainda é considerado gravíssimo. A descalvadense teve
complicações seguidas de uma parada cardiorrespiratória quando
foi submetida a uma lipoaspiração no começo do ano na Santa Casa
de local. Em seguida, foi transferida para São Carlos.
A Casa de Saúde
divulgou nesta quinta-feira (7) um novo boletim médico. Confira
a íntegra do boletim:
A Casa de Saúde Hospital e Maternidade de São Carlos, vem por
meio desta, divulgar que após um mês de internação da paciente
Nayara Cristina Patracão, internada desde o dia 7 de janeiro
neste hospital, o quadro em que se encontra continua estável,
porém gravíssimo, visto que o edema ainda não cedeu.
Vale lembrar que Nayara Cristina Patracão passou por protocolo
de rotina e arteriografia cerebral, no dia 19 de janeiro último,
para detectar se estava ou não em morte cerebral e cujo
resultado mostrou que uma pequena artéria irrigava seu cérebro. |
Cirurgião plástico diz que cirurgia como a de Nayara é
‘arriscada’
Há cerca de um mês,
o caso de Nayara Cristina Patracão comove familiares, amigos e
também médicos. Em entrevista ao portal de notícias K3, o
cirurgião plástico Ruy Quintela, disse que o aconteceu com a
jovem descalvadense poderia ocorrer em qualquer cirurgia. "Foi
uma intercorrência", diz ele, que não costuma incentivar a
lipoaspiração.
"A lipo foi
banalizada. Agora com qualquer gordurinha todos querem ser
operados. E alguns médicos dizem que é uma cirurgia simples, mas
não é, eu não gosto", diz o médico, com 35 anos de carreira.
Além da complexidade do procedimento, Quintela lembrou também
que a gravidez da moça era recente.
De acordo com as
últimas informações fornecidas pela Casa de Saúde de São Carlos,
onde Nayara está internada desde o dia 07 de janeiro, o edema
cerebral ainda não cedeu e o estado da jovem é considerado
gravíssimo. “Qualquer tipo de trauma pode resultar em um edema
cerebral, não necessariamente por uma pancada. No caso dela, ela
teve uma parada cardiorrespiratória na cirurgia, o que também é
um trauma”, explica Quintela.
A parada
registrada na cirurgia de Nayara é apenas um dos riscos da
lipoaspiração. De acordo com informações da Sociedade Brasileira
de Cirurgia Plástica, a lipo pode provocar necrose da pele,
cicatrizes, despigmentação, danos em estruturas mais profundas,
como nervos, vasos sanguíneos, músculos e pulmões, além de
trombose, entre outros problemas.
Mesmo com todos
os possíveis riscos, uma pesquisa divulgada pela Sociedade
Internacional de Cirurgia Plástica mostra que a lipoaspiração
foi a cirurgia plástica mais realizada no Brasil em 2011,
superando a implantação de prótese de silicone. Ao todo, foram
211.108 procedimentos, o correspondente a 23,32% do total de
905.124 cirurgias estéticas feitas no país em 2011. No mundo,
foram 1.268.287 lipos, 19.9% do total. |