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02/02/2013
(14h47)

EXCLUSIVO:

O personagem do ano, Anderson Sposito, fala em entrevista ao Descalvado News

Anderson Aparecido Sposito. Esse foi o nome mais citado, mais comentado desde o dia 1º de janeiro em Descalvado. O homem, com porte físico de um menino, surpreendeu aos gigantes da política local ao decidir eleger-se Presidente da Câmara e, consequentemente Prefeito interino da cidade mediante a indefinição das eleições de 2012.  Mas, quem é Anderson Sposito, ou simplesmente o ‘Dê’? Quem é o estreante da política que, em questões de horas saiu do quase anonimato para se tornar a autoridade mais importante do município? Anderson Aparecido Sposito é, pelo menos até agora, o personagem do ano de nossa cidade e, o Jornal Descalvado News (assista ao lado a entrevista completa) traz, com exclusividade, a história do filho, chefe de família, empresário e agora político de  36 anos, eleito vereador em sua primeira candidatura, com 483 votos.

QUEM É ANDERSON SPOSITO?

Nascido no ano de 1976, é filho do meio do casal José Valentim Sposito e de Rosa Ruy Sposito. Irmão de Adão Donizete Sposito, 38,  e Elaine Cristina Sposito, de 33 anos, é casado com Camila Mota Dutra Sposito e tem uma filha, Júlia, de nove anos.

Empresário, é proprietário da firma que leva o seu sobrenome, a qual atua no ramo de usinagem e calderaria.

FAMÍLIA

Para Sposito, família é a base de tudo e ele agradece por ter tido ‘um ótimo pai e uma ótima mãe’. A família é de origem pobre, humilde, mas sempre estiveram juntos e unidos.

De acordo com relatos do pai, o Sr. José Valentim Sposito, ‘Dê’ desde muito cedo começou a acompanhá-lo nas tarefas diárias, ajudando-o na sacaria em que trabalhava.  Desde aquela época, se mostrava determinado e ‘teimoso’, insistindo nas coisas que queria e acreditava.

Sobre o fato do filho ser o novo prefeito da cidade, os pais parecem não acreditar. “Acordo a noite e penso, mas o Dê prefeito de Descalvado, é difícil de acreditar, mas é motivo de orgulho. Muita gente já me disse isso, que eu devo sentir orgulho por isso, de ter um filho que é prefeito hoje”, relata o pai.

Conhecendo ele melhor do que ninguém, o Sr. José Valentim diz ter esperança que o filho vá muito bem em sua nova função. “Política é complicada e não vai depender só dele. A verdade é essa, pode entrar quem for, mas, o prefeito sozinho não faz nada. Se não tiver uma equipe que ajuda, que colabora...”

“Pra mim ainda não caiu a ficha não; eu ainda não acredito. Pergunta para ele [o pai] como eu chorava. Mas pelo amor de Deus, o ‘Dê’ com essa cidade na mão, eu não acredito não. Eu passo perto da Prefeitura, vejo todos aqueles carros e penso, mas meu filho tomar conta de uns baita homens desses daí e ele tão pequeninho”, pondera a mãe, Dona Rosa.

Os pais desejam que ‘Dê’ faça um bom trabalho, um bom governo e que faça algo de bom para a cidade.

Segundo Sposito, eles não sabiam da sua decisão, pois não tinha intenção de ser o Presidente da Câmara e consequentemente ser o atual prefeito. “Foi uma decisão minha de última hora, em que eu resolvi votar em mim mesmo, não tinha nada em mente”, disse ao assistir ao depoimento de seus pais.

ÉPOCA DE ESCOLA  E AMIGOS

“Eu era um aluno inteligente mas eu fazia parte da turma do fundão. Tinha uma equipe nossa de escola que era eu, o Adão, o Moisés Prata, o Sílvio Rodrigues que hoje é um empresário bem sucedido e a gente sempre aprontava as nossas, sempre dando ibope na escola, éramos infernados mesmos”, contou.

De acordo com Adilson Antonio Pedroso, amigo da época de escola, o Sposito é um cara bacana, muito brincalhão e gostava de uma arte! Os professores se divertiam com ele, porque era um brincalhão, embora nunca tivesse deixado de lado as suas responsabilidades.

“Mas ele tinha um apelido, acho que de quando era moleque e até me contaram, porque não é da minha época, que a turma brincava com ele na rua, chamando ele de ‘Delegado’. Para você ver, como é o destino, hoje ele está como prefeito da cidade. E ele não gostava muito desse apelido não”, disse Pedroso.

O apelido [Sposito] recebeu de um pedreiro (Luís Almeida, in memorian) vizinho à construção de seu pai, que o ouvia chamando de ‘De’ e completava com todos os substantivos iniciados pela sílaba “Dê”: “Desgraçado”; “Derrotado”; “Delegado”... “Eu me sentia humilhado, ofendido, quando alguém me chamava deste apelido, por não saber o significado da palavra”, explicou.

Uma de suas professoras, Ludmila de Marco Zanelato contou que o atual prefeito interino, sempre teve um relacionamento pessoal perfeito; sempre foi repleto de amigos e uma das características destacadas por ela, foi a de ser um ‘garoto esforçado’. “As notas dele eram razoáveis mas, ele era sempre muito interessado e bem preocupado em estar se atualizando e se preparando para o mercado de trabalho”.

“Ele ‘encabulava’ bastante aula, mas dentro da sala era uma pessoa tranquila. O que eu acho interessante dizer é que o estudo realmente faz a diferença, agora ele já está galgando a posição de prefeito e sem a parte sistematizada do estudo, ele teria muito mais dificuldade do que está acontecendo agora. Ele está se saindo muito bem”, completou a Profª. Ludmila

CASAMENTO

Conforme o próprio Sposito, a esposa Camila não consegue o apoiar em tudo, isto porque na maioria das vezes ele toma as suas próprias decisões e somente depois lhe relata.

“Na maioria das minhas decisões – e até ela fica brava comigo por conta disso -, eu tomo por mim mesmo e só depois ela fica sabendo. Mas ela é uma ótima companheira”, disse.

A atual primeira-dama  relatou que o conheceu na festa de São Sebastião e iniciaram o namoro no dia 17 de janeiro.  Estão casados há 12 anos (a serem completados em maio deste ano), mas à convivência com ele  se acrescentam mais seis anos de namoro.

“Vai fazer 18 anos que estamos juntos. Mas a iniciativa de casar partiu de mim; fazia tempo que namorávamos, já existia a intenção de casar e ai eu falei para ele vamos marcar a data e vamos casar, sob pressão”, disse risonha Camila.

De acordo com a primeira-dama, o que mais marcou a relação dos dois foi o nascimento da filha, Julia. “Ele é um bom pai, tudo o que ela precisa ele está junto, não tem muito tempo devido ao trabalho, mas ele é um ótimo pai”.

Sobre o fato do marido ser o prefeito, Camila acredita que apesar do pouco tempo, ele ‘vai fazer uma mudança legal’, vai atender as necessidades e, embora Sposito tenha um curto espaço de tempo, ele vai se dedicar, porque ela o conhece  e o qualifica como ‘raçudo’.

PRIMEIRO EMPREGO

Antes de terminar os estudos, Sposito começou a trabalhar e o primeiro emprego foi numa oficina de caminhões.

O primeiro empregador, José Antônio Mazaro  relatou que “Dê” era pequeno [na idade mesmo,  porque não cresceu muito de tamanho] e então o procurou pedindo o trabalho.  Como a oficina estava precisando, ele foi contratado. “Ele trabalhou uns seis anos comigo, é um cara esforçado, teimoso...Se invocasse com uma coisa não adiantava querer mudar a cabeça dele que não ia conseguir. Ele saiu daqui para tentar conquistar as suas coisas, foi trabalhar em outras firmas. Hoje ele construiu uma firma para ele, tem os funcionários dele”, destacou Mazaro.

PRÓPRIA EMPRESA

A iniciativa de abrir o seu ‘próprio negócio’ partiu de uma necessidade do mercado de trabalho em que ele atuava.  “Todo começo é difícil, mas a decisão nem foi muito minha de abrir a empresa. Eu era prestador de serviços na [Socil] Evialis e eles optaram por não ter mais esse tipo de contrato, então fui obrigado a abrir uma empresa com CNPJ. Foi a partir daí que iniciei a minha empresa, explicou.

Alessandro Daniel S. Paulino, há três anos faz parte do quadro de colaboradores da empresa.  “Sai de uma firma que fazia 10 anos que eu trabalhava e ele me convidou não para ser funcionário dele, e sim para trabalhar como parceiro. Até então eu achei que não ia dar certo porque tinha que comprar maquinário, tinha muita ferramenta para ser comprada, mas mesmo assim ele quis investir, ele acreditou que  tínhamos capacidade de realizar esse serviço e hoje estamos aqui”.

Paulino destacou que na relação patrão x empregado,  não dá para diferenciar “ porque no meio de nós ele fica de uniforme normal, trabalha do mesmo jeito e não faz nenhuma diferença, sendo ele o dono. Ele assume muito mais responsabilidade do que muitos funcionários que eram para estar fazendo o serviço”.

Sobre o fato de agora, além dos colaboradores de sua empresa particular, ser o chefe de quase 1.200 funcionários, Sposito acrescenta: “É possível manter, ser a mesma pessoa, desde que tenhamos o reconhecimento por parte do funcionário. Não adianta só eu ser bonzinho e o funcionário não ajudar. Vamos fazer o possível para o funcionário público, mas eu gostaria que eles ajudassem também a gerir a nossa cidade”.

CARREIRA POLÍTICA

A decisão de ingressar na carreira política se deu mediante a curiosidade que lhe é peculiar. “Na verdade saiu do nada, resolvi me candidatar a vereador porque queria conhecer novas áreas. Eu não sabia se ia entrar. Mas, me candidatei, deu certo, fui eleito vereador e consequentemente Presidente da Câmara e Prefeito”.

O padrinho político, Luís Antônio do Pinho – atual presidente do partido de Sposito, o DEM -, destacou que é amigo do prefeito interino e que  não quer ter título nenhum. “Estou satisfeito em tê-lo convidado para fazer parte do Democratas e eu tenho certeza que essa amizade vai se consolidar cada vez mais. Ele é determinado, eu acredito no potencial dele, é uma pessoa dinâmica e séria, gosta das coisas certas”, ressaltou.

Sobre a parceria política, uma vez que Pinho é hoje o conselheiro de Sposito dentro e fora da Prefeitura, o político respondeu: “Essa parceria vai chegar até onde ela tem que chegar, o povo vai decidir. Nós estamos pensando hoje em administrar a cidade da maneira mais correta. Política é conseqüência, não é a gente que decide. Se houver outra eleição, cada partido vai se articular de uma forma que achar melhor”, disse.

SESSÃO DE POSSE E VOTO EM SI

Em entrevista ao Descalvado News, Pinho relatou que Sposito já havia lhe comunicado sobre a sua intenção, ou seja, a de votar em si próprio.

“Mérito dele, fez o que tinha na cabeça. Realmente existem negociações, ele fez parte de várias negociações, mas, no final, ele estava determinado a votar nele mesmo e foi o que aconteceu”, disse o atual secretário de finanças.

Mas o prefeito interino confessou que tinha a intenção de apoiar o vereador Sebastião José Ricci para a Presidência da Câmara, como havia sido divulgado em um semanário local.

“Eu tinha o pensamento de apoiar o Ricci, isso eu não posso negar. Tivemos reuniões e eu realmente pensei em apoiar o Ricci. Mas de última hora tomei a decisão de votar em mim, não querendo ser o Presidente da Câmara, mas pela decisão poder ser minha, de eu escolher o Presidente da Câmara. Então votei em mim e deixei que a decisão acontecesse. Não foi uma traição porque eu votei em mim. Se por votar em mim eu for considerado um traíra, então todo mundo que vota em si mesmo também é traíra”, ressaltou.

Sobre o pedido de ajuda ao ex-prefeito Luís Antônio Panone, feito  em seu pronunciamento durante a solenidade de posse, Sposito disse que não foram palavras prontas. “O pronunciamento não estava preparado. Como o ex-prefeito Panone estava ali presente e eu iria precisar de ajuda para governar, eu o convidei. Tanto que no dia seguinte ele passou, passou tudo o que sabia e todas as orientações da Prefeitura”.

Sabe-se porém que, atualmente, Sposito e Panone já não mantém um contato direto.

30 DIAS DE PREFEITURA

Sobre os primeiros 30 dias à frente da Prefeitura, Sposito destacou os primeiros feitos enquanto ‘prefeito interino’, listando assinaturas de alguns convênios como o dos cursos do Senai; a vinda das viaturas para a Polícia Militar; o início da operação tapa-buracos; a licitação para o conserto do Ginásio de Esportes ‘Oswaldo Cardoso’; a intenção da recuperação da frota municipal; a programação do carnaval de rua; e a pretensão da entrega da escola estadual no bairro Morada do Sol bem como a conclusão da USF do mesmo bairro.

Questionado sobre seus planos frente ao Poder Executivo, Sposito foi categórico: “fazer o melhor possível, para o que denominou uma nova era”.

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