um impasse se
estabeleceu mediante o pedido de votação do projeto de lei nº
22/2013, o qual institui o ‘Cartão Alimentação’ a ser concedido
aos servidores públicos.
O vereador José Dias Bolcão (DEM), utilizando-se de uma das
prerrogativas do parlamentar, antes de se dar início à Ordem do
Dia (momento em que os projetos constantes da pauta seguem para
votação) solicitou, por questão de ordem, à Presidência da
Câmara, que colocasse o referido projeto para votação em regime
de urgência. A Presidente Ana Paula Peripato Guerra (PT),
colocou o pedido do vereador em votação e, por 6 a 4 o pedido
foi aprovado. Como a matéria não iria ser votada na noite, foi
necessário suspender a sessão por um prazo de 15 minutos, para
que as comissões permanentes da Casa pudessem finalizar os seus
pareceres.
O tempo não foi
suficiente e, no retorno dos Vereadores ao Plenário, houve um
certo bate boca porque, assim como Zé Dias, o vereador Helton
Antônio Venâncio (PSDB) também queria que o projeto fosse
colocado em votação.
O fato é que
segundo o que foi explanado no plenário pelos Vereadores
Edevaldo Benedito Guilherme Neves (PMDB), Luiz Carlos Vick
Francisco (MD) e José Augusto Cavalcante Navas (PTB), todos
estes membros da Comissão de Justiça e Redação, o projeto ainda
não estava em condições de votação porque foram identificadas
três irregularidades, dentre as quais, a inexistência da
informação sobre os recursos que serão utilizados para poder
pagar o beneficio aos servidores, já que o ‘Cartão Alimentação’
será incorporado ao salário, cujas despesas já devem ser
previstas em dotações orçamentárias, o que não constava do
projeto.
Mas antes disso,
é preciso dizer que a primeira dúvida dos Vereadores sobre o
projeto foi com relação ao fato de que 2013 é um ano atípico, em
que eleições complementares estão prestes a ser agendadas, o que
em tese, seguindo as legislações eleitorais vigentes, impediria
a concessão do benefício. Por isso, conforme explicações dos
próprios Vereadores, como por exemplo, Vick e Edevaldo, dois
órgãos de consultoria jurídica foram contatados (CEPAM e IBAM)
para que a Câmara pudesse ter um maior embasamento. Esses
pareceres chegaram divergentes.
Uma outra
alternativa foi consultar a Promotoria Pública, pois é o órgão
responsável pela fiscalização do cumprimento das leis, porém, a
Câmara obteve como resposta que este não seria um assunto de que
demandasse a sua manifestação.
Os Vereadores da
Comissão de Justiça e Redação chegaram a ser questionados por
Helton em razão do tempo para a votação do projeto, que foi
protocolado na casa no dia 10 de abril e que, na segunda-feira,
estava há 19 dias em tramitação. Para o Vereador, o tempo já era
suficiente para que todos pudessem ter se manifestado e o
projeto, ser votado.
Vick Francisco
então explicou que, mediante as dúvidas houve a necessidade das
consultas aos órgãos jurídicos, o que demandou um tempo para
terem acesso aos pareceres. Guto por sua vez destacou que não
está havendo politicagem, mas que os Vereadores estão tendo
responsabilidade na hora de analisar um projeto e que todo
cidadão poderia comprovar isso, já que está disponível no site
da Câmara,
um link
em que é possível acompanhar toda a tramitação do projeto.
Edevaldo
acrescentou dizendo que todos os projetos que adentram à Casa,
ficam à disposição dos Vereadores e que Helton, têm acesso a
eles e às informações que desejar. O parlamentar disse ainda que
era muito fácil, mediante a Casa cheia de servidores, ficar
fazendo demagogia, mas que o cuidado e o critério que estão
sendo utilizados para a análise do referido projeto, é também
para resguardar o servidor público, pois, caso aprovem um
projeto irregular (que segundo os Vereadores, apresenta falhas),
os funcionários poderiam até ter que devolver os valores do
cartão.
Todos os
Vereadores já se pronunciaram em plenário que são a favor do
Cartão Alimentação. A maioria apenas entende que as falhas
precisam ser corrigidas. Mediante o impasse, foi proposto que o
projeto fosse devolvido ao Poder Executivo para que as correções
fossem feitas. Nesse sentido, a Presidente Paula Peripato
suspendeu a sessão, remarcando-a para às 20h desta quinta-feira,
02 de maio, quando então o projeto do ‘Cartão Alimentação’, bem
como os demais em pauta, deverão ser encaminhados para a
votação. |