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10/03/2013
(22h03)

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Quando o tapa de amor dói
 

Ainda em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, o site Descalvado News publica hoje um texto enviado pela internauta Indyara Soares Rocha (https://www.facebook.com/iindyara), que diariamente acompanha as matérias e reportagens veiculadas em nosso site. Indyara é estudante de Direito no campus da Unicastelo em Descalvado e também trabalha no escritório de Advocacia Gonçalves, Biagi & Biachi. A pedido da estudante trazemos abaixo um texto de sua autoria, que retrata o problema da violência doméstica enfrentados pela mulher brasileira e que infelizmente ainda é muito frequente. Leia abaixo o texto de Indyara:


"No dia 8 de Março comemorou-se o dia internacional da mulher. Apesar desta data significativa e repleta de homenagens às guerreiras brasileiras, infelizmente o nosso País é detentor de números estatísticos graves e impressionantes: A violência doméstica é a maior causa de morte e invalidez de mulheres cuja faixa etária é dos 16 aos 45 anos; A cada 15 segundos uma mulher é agredida; 10 mulheres morrem por dia em decorrência de violência e em 70% dos casos os agressores são seus próprios maridos, companheiros ou ex-companheiros.

Configura-se Violência Doméstica qualquer ação ou omissão que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral, material ou patrimonial, gerada por indivíduo que são ou consideram-se aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa independendo da orientação sexual.

A Constituição Federal equiparou homens e mulheres em direitos e obrigações estabelecendo como paradigma o princípio da dignidade da pessoa humana e, portanto, é errôneo dizer que a lei 11.340/06 causa desequilíbrio entre ambos sexos uma vez que esta foi legislada com o intuito de assegurar os direitos fundamentais da mulher que possam vir a ser desrespeitados por aqueles que lhe acompanham.

Com o ditado popular “Em briga de marido e mulher não se mete a colher” a violência doméstica ficou tão comum na sociedade brasileira que acabou sendo aceita. 

Costumeiramente, as mulheres são criadas para viver em par e devido a esta educação muitas nem cogitam a ideia de viverem sozinhas e com isso, submetem-se a qualquer tipo de situação, sacrificando-se para salvar o casamento mesmo com uma vida violenta onde já não há amor, paciência e respeito. 

As motivações para as agressões são diversas de acordo com cada seio familiar - educação dos filhos, estado da casa, modo de fazer as refeições, preconceito da ascensão feminina. Embora variáveis, as razões se

assemelham em um único aspecto: todos são insuficientes para justificar um xingamento, um empurrão, um tapa, um chute, uma morte.

A principal razão das mulheres não denunciarem seus agressores é simples – medo: perder os filhos, a casa e, principalmente, medo de apanhar ainda mais.

Há medidas para que essa situação seja revertida, no entanto, são meios em que apenas a vítima pode fazê-lo.

A representação criminal e o pedido das medidas protetivas de urgência, tal instrumento que é previsto da lei 11.340/06, são as primeiras atitudes que a mulher violentada e que objetiva o fim desse sofrimento deve tomar. Separar-se definitivamente do agressor e não permitir a reincidência do fato devem ser condutas automáticas e paralelas ao procedimento judicial.

O trauma sofrido deve ser superado por meio de tratamentos psicológicos e programas de incentivo para que essa mulher seja produtora, se restabeleça emocionalmente para futuramente ser independente.

Esses incentivos são de suma importância, pois sabe-se também que na busca pelo fim do sofrimento, muitas mulheres caem na tentação do vício do álcool e de drogas. Apenas 30% das dependentes químicas conseguem livrarem-se do vício devido sua predisposição física, hormonal e psicológica.

O importante é que ao se tomar ciência de qualquer forma de violência contra a mulher, sejam feitas denúncias aos órgãos especializados para amparar as vítimas e mostrar ao agressor que ele não é tão poderoso quanto pensa, mas sim essencialmente covarde por só ter coragem de manifestar sua agressividade no lar, ambiente onde sua vítima é indefesa e que esse comportamento criminoso será devidamente penalizado proporcionalmente ao dano que vier causar.

A quebra do silêncio da vítima é apenas o começo. Quem ama, não xinga, não bate, não machuca, não mata."

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Violência doméstica: Quando o tapa de amor dói
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