Um problema antigo e que há tempos incomoda tanto os moradores quanto aqueles que precisam passar pelo local: uma poça d’água enorme que impede o tráfego de veículos pequenos, motos, bicicletas e principalmente de pedestres pela única rua existente no loteamento.

Fotos: Mário Zambelli

Já o líder comunitário Plínio Timotheo do Amaral, morador daquele bairro há mais de 20 anos, disse estar perdendo a paciência com tanto descaso com os moradores da Chácara Pantanal. Plínio lembra que a população só é lembrada em época de eleição. “Agora com essa história de nova eleição, é só vocês ficarem aqui em casa pra ver quantos vão vir aqui e prometer uma solução pra este problema antigo. É uma pouca vergonha o que eles fazem com a gente!” desabafa o morador.

Segundo o líder comunitário, a poça d’água não desaparece, visto que um pouco acima existe uma mina que deveria ser canalizada e desviada para um córrego localizado poucos metros abaixo do loteamento. “Já veio aqui diversos secretários de obras, prefeitos, funcionários municipais e ninguém teve capacidade pra resolver isso!” afirmou Plínio do Amaral. “Há cerca de um mês mais ou menos, protocolamos um novo ofício com um abaixo assinado na Prefeitura. O Claudinho [Engº Cláudio Luiz Fuzaro - Secretário de Obras e Serviços Públicos] teve aqui com o Vancetto [José Carlos Vancetto – Chefe da Seção Municipal de Estradas Municipais] e só olharam. Depois sumiram e ninguém mais veio aqui.” finalizou.

De acordo com Plínio, a maior dificuldade enfrentada hoje pelos moradores é sem dúvida o problema da água acumulada no meio da rua. Plínio conta que serviços básicos e essenciais como, por exemplo, o atendimento de ambulâncias ou mesmo o policiamento, são extremamente prejudicados pela existência da poça d’água. Os moradores do bairro também reclamam do mau cheiro exalado pela água parada e que algumas crianças sempre ficam doentes por brincarem no local.

A luta dos moradores da Chácara Pantanal por uma solução definitiva do problema é antiga. Desde a administração do ex-prefeito Lito, a Prefeitura Municipal tenta regularizar a situação das famílias e do próprio bairro, que na época do seu surgimento, foi vendido de forma irregular e sem qualquer tipo de documentação que comprove a posse definitiva dos terrenos e imóveis ali existentes.

Hoje o bairro conta com cerca de 30 famílias residindo no local, o que representa algo em torno de 200 moradores que, diariamente dependem daquela rua para se deslocarem para a escola ou para o trabalho.

Plínio: "Do jeito que tá não dá mais pra agüentar! Ou fecha a rua e transforma o local em pesque-pague ou arruma isso e transforma em rua de verdade, que é o que a gente mais quer!" - Fotos: Mário Zambelli

Plínio lembra que quando o ex-prefeito Lito determinou a abertura da rua, os moradores chegaram a sugerir o nome de Rua Vitória, visto que para eles, a conquista representou de fato uma vitória, já que não dispunham do acesso até as suas casas. “Aqui era um ‘calipá’ medonho, aí o ‘Litão’ [Lito] veio aqui e obrigou os homens a cortar tudo e abrir a rua pra gente”, relembra Plínio.

Ainda segundo os moradores, logo no início da segunda administração do ex-prefeito Calza (2001) outras melhorias foram realizadas, beneficiando em muito a população do bairro. Obras de implantação dos sistemas de água e esgoto amenizaram alguns transtornos enfrentados desde o surgimento do loteamento, dando mais qualidade de vida para os moradores da Chácara Pantanal.

Já em relação à instalação da energia elétrica no bairro, Plínio contou que na época a Prefeitura comprou os postes e doou para a CPFL, o que permitiu a regularização e instalação nas residências de forma separada. “Reunimos os onze vereadores na Câmara e pedimos um postinho [padrão residencial] para cada um deles e em sessenta dias a luz tava ligada!” conta Plínio emocionado.