|
Na última
sexta-feira (8) foi realizada no Centro de Convenções da cidade
de Pirassununga, a Assembléia Geral de Credores do Grupo Baldin
(formado pelas Usinas Baldin e São Pedro). Na ocasião foi
aprovado por larga maioria o Plano de Recuperação montado a
quatro mãos por devedores e credores.
O "Plano de
Recuperação" é inédito devido a alguns aspectos. Primeiro: os
devedores cederam 80% das ações a um grupo de credores que se
habilitou a converter pelo menos R$120 milhões dos seus
créditos. Segundo: cortes dos créditos de até 65%, ajustado
tecnicamente de forma a deixar a empresa saudável
financeiramente. Terceiro: todos se |
Para se chegar
a este resultado, foram necessárias longas negociações e
originou-se da empresa que detinha a maior dívida por
tonelada de cana moída do setor (de R$575 milhões – moagem
da safra 2012/2013 de 1,7 milhões/ton/cana). Desta forma,
surge uma empresa saudável e passível de ser vendida dentro
de dois a três anos, de forma que os credores possam receber
seus créditos ou pelo menos parte deles.
Sem a aprovação
do Plano de Recuperação, a empresa iria à falência. De
acordo com o presidente da Assomogi – Associação dos
Produtores de Cana do Vale do Mogi, Dr. Antônio Sodré, os
objetivos foram alcançados. “O principal objetivo era salvar
a empresa e isso foi alcançado, após duras batalhas. Começou
com uma reunião com a CPFL que entendeu que seria possível
salvar. Depois com bancos, onde conseguimos vencer vários
obstáculos. Foi uma corrida de seis meses e uma batalha
muito árdua”, disse Dr. Sodré.
Atividades na Usina
De acordo
com o presidente da Assomogi, a usina continuará operando
normalmente. A família Baldin perde sua participação na
empresa ficando com apenas 15% de ações sem direito a voto.
Um novo grupo deve assumir a empresa após um período de
transição.
“As usinas
Baldin e São Pedro continuam operando e vão fazer essa
safra. Teremos um grupo controlador novo em poucas semanas,
que já se comprometeu a aportar recursos e finalmente a
empresa ficará saneada com esse plano”, afirmou Dr. Sodré.
Durante a
assembléia houve muita discussão com os credores, que por
vezes não aceitaram os planos de recuperação, propondo
diversas emendas. “Os credores sofreram, principalmente os
maiores, que sofreram cortes substanciais, mas a empresa
fica em ótima situação e aos poucos vai se ajustando. É
preciso ter um pouco de paciência porque é uma transição, a
família também cedeu, compreendeu e entendeu a situação, e
finalmente se conseguiu a aprovação de um plano para salvar
a empresa”, disse o presidente da Assomogi.
Para Dr.
Sodré, o novo grupo controlador deve respeitar grupos como
transportadores e fornecedores de cana. “Os fornecedores e
transportadores de cana perderam menos. Agora, o novo
controlador deverá respeitar o fornecedor de cana porque sem
a matéria prima não tem usina. É importantíssimo que haja
preocupação dos novos gestores com o relacionamento com os
fornecedores de cana”.
Impacto na região
Na região, a
mudança não deve causa impacto na indústria de cana de
açúcar. “A nova empresa deve moer nesta safra cerca de 2,1
milhões de toneladas, o que é um impacto bastante
importante. Vão estar moendo mais do que na safra anterior.
Será um resultado altamente positivo para região. Foi
importante salvar os empregos e a economia. Ela gera riqueza
a empresa rodando normalmente e acredito que essa tenha sido
a maior vitória de hoje”, finalizou.
*Com informações do site Difusora Pirassununga |