Isso porque, já há demonstrações esdrúxulas e escancaradas
de como será esse novo período pré-votação. E é claro,
protagonizadas pelas mesmas "ratazanas" da última vez. A
temporada de caça já começou!
Membros dos
dois grupos políticos que mais uma vez deverão disputar a
preferência dos eleitores descalvadenses, já se provocam nas
redes sociais e nas conversas pelos "botecos" da cidade.
Agressões verbais e acusações de todos os tipos já são
freqüentemente lidas e ouvidas.
De um lado, o
grupo de Calza, que mesmo vencendo nas urnas, não levou o
grande prêmio devido a aplicação da Lei da Ficha Limpa - uma
lei que foi criada não pela classe política, mas pela
assinatura de mais de um milhão e trezentos mil brasileiros
cansados de tanta corrupção e roubalheira. Reclamando de uma
decisão que tirou-lhe a vitória no "tapetão", segundo
descreveu o próprio ex-pretenso candidato, os simpatizantes
de Calza parecem se esquecer de que ele jamais teve a sua
candidatura aceita pela justiça eleitoral, desde o início da
campanha. Todo mundo sabia disso! Ou não?
Inegável é a
popularidade e o carisma de Calza, mas inegável também foi a
triste e infeliz forma e rumo com que a sua campanha
eleitoral foi conduzida. Desde o início do ano de 2012, bem
antes da campanha eleitoral, comentava-se que a vitória de
Calza dar-se-ia por uma enorme quantidade de votos. O
próprio Calza falava aos quatro cantos da cidade que não
haveria a necessidade de se fazer uma campanha grande e
cara, e que se "bobeasse", ele só iria colocar uma placa com
a sua foto e o número 45 na frente de sua residência,
podendo tranquilamente sair de viagem durante o período
eleitoral. Honestamente, acredito que se ele tivesse feito
isso, não teria torrado seu dinheiro a toa e certamente,
teria mais votos. Acolhendo (ou escolhendo?) algumas pessoas
sem escrúpulos e sem qualquer adjetivo que poderia somar (ao
invés de subtrair) para a sua campanha, o grupo de Calza
perdeu os rumos já no início da corrida eleitoral, apelando
e agindo de forma baixa e sorrateira, com o único propósito
de denegrir a imagem do seu adversário, ao invés de trazer e
debater suas propostas. Salvo algumas exceções, Calza não se
beneficiou do grupo que trabalhou por ele durante a sua
campanha. Ao contrário: perdeu muito mais do que ganhou!
Prova disso foi a pouca diferença de votos que ele teve
sobre Panone e do número de votos nulos e de abstenções
registrados no dia 7 de outubro, que demonstrou claramente o
descontentamento da população com os rumos que a coisa
tomou.
Teve gente da
coordenação de campanha de Calza que havia escrito em rede
social durante o período eleitoral, que não via a hora de
ver a lavada que Panone levaria nas urnas. Segundo me
contaram na época, no dia da eleição esse mesmo "profeta"
precisou visitar "a casinha" diversas vezes durante o dia,
visto que seu intestino parecia não estar tão confiante
quanto as suas postagens no Facebook. Se o fato ocorreu
mesmo, eu não posso garantir, mas seria de bom grado o amigo
repensar o que escreve tanto em sites quanto em redes
sociais durante a próxima eleição, já que tem um ditado que
diz "dor de barriga não dá uma vez só"!
Quem não
conhece alguém na cidade que já tinha como certo um emprego
prometido na Prefeitura Municipal, ainda durante a campanha
eleitoral? Somente para os cargos de secretários de esportes
e da agricultura, eu cheguei a ouvir de três pessoas (para
cada cargo) que eles eram os escolhidos. Era hilário,
mas ao mesmo tempo triste, pois eu podia enxergar nos olhos
dessas pessoas a crença naquilo que eles haviam acabado de
me contar.
Para a sorte de
alguns (ou por manobras escusas que jamais saberemos)
algumas dessas promessas acabaram se concretizando, uma vez
que a atual administração interina têm "ajeitado a carga" de
muitas promessas da campanha de Calza. Têm até a contratação
de esposas no lugar dos maridos (no plural mesmo, pois não é
apenas um caso), já que os respectivos cônjuges também se
enquadram na Lei da Ficha Limpa Municipal, ficando
impossibilitados de faturar a boquinha de maneira oficial. E
pelo que ando ouvindo, ainda deverão ser "abençoados" mais
alguns companheiros da campanha do coração, para "quitar"
algumas promessas ainda pendentes. Tudo sob o mais rígido
controle de qualidade e competência, é claro!
Já do outro
lado, o grupo de Panone, que pecando também pela escolha de
alguns nomes para integrar sua equipe, deslizou feio no caso
da armação da cesta básica. Panone certamente irá se livrar
das pendengas judiciais provenientes da armação, limpando
assim o seu nome, mas quem pode dizer qual o tamanho do
prejuízo e do estrago causado no dia da eleição? Não sei se
foi pela empolgação (errada) ou pelo desejo de tripudiar
sobre o inimigo, imaginando talvez que iriam "tomar" uma
militante do adversário, que fez com que Panone e Becão
entrassem naquela residência do Jardim Albertina e caíssem
na arapuca que lhes aguardavam. Essa resposta só eles sabem.
Mas o que deveria ter feito a coordenação da campanha era
prever o óbvio, evitando assim o suicídio político.
Panone também
errou ao "dormir com o inimigo". Durante sua administração,
algumas pessoas que faziam parte do seu staff de confiança,
agiam sorrateiramente nos bastidores para boicotar uns aos
outros, e pior, sem perceber que alguns de seus
subordinados, colhiam e forneciam informações privilegiadas,
municiando perigosamente os seus inimigos. Pura falta de
tino ou excesso de confiança?
Mesmo
bombardeado pelo estigma que lhe conferiu a falsa impressão
de arrogância, Panone se manteve firme e seguiu em frente
com seus propósitos durante o tempo em que ocupou o cargo de
chefe do executivo. Aqueles que o acusam de não ter sido um
bom prefeito, com certeza nada entendem de administração
municipal. Panone têm sim os seus méritos, assim como Calza
têm os seus.
Também pesa
contra Panone o indigesto aumento do IPTU, que desagradou
quase toda a cidade, marcando para sempre essa sua gestão.
Mas, a meu ver, o pior erro do governo Panone foi ter
deixado a dívida herdada agora pela administração que se
seguiu. No desespero pós-eleição para equilibrar as contas e
não correr o risco infringir a Lei de Responsabilidade
Fiscal, a administração do governo Panone precisou cortar na
própria carne e congelar diversos programas e gastos, o que
transpareceu para muitos munícipes, um certo revanchismo
pela derrota nas urnas.
Assim, a
disputa entre estes dois grupos bem definidos, deixou a
cidade e a população em segundo plano, que agora colhe os
frutos (amargos é claro) desta briga. Seria esse o momento
oportuno da população, que visivelmente cansada deste
cenário onde somente os interesses particulares imperam, dar
um basta definitivo e virar esta página triste e dolorosa da
sua história, onde após uma eleição para prefeito municipal,
ninguém pôde assumir o posto.
Com um perfil
novo e participativo de eleitores, a cidade têm a chance de
realizar essa façanha. E com um papel fundamental e de
extrema importância nessa "virada de página", é essencial
que os veículos sérios de comunicação (rádios, jornais e
SITES) participem ao lado do povo, informando e
relatando os acontecimentos de forma isenta e imparcial
(princípios básicos do jornalismo), e principalmente, não
entregando sua linha editorial nas mãos de grupos ou
interesses particulares, por mais vantajo$o que lhe pareça! |