Prefeitura
de São Carlos busca internacionalização de aeroporto
(Foto: Reprodução/EPTV) |
Empresários de São Carlos e a
Prefeitura querem a internacionalização do aeroporto da cidade com o objetivo de
estimular o crescimento da indústria na região. A TAM, por exemplo, investiria
R$ 50 milhões em um hangar para manutenção de aviões de outros países. Apesar
disso, a Receita Federal afirma que o volume de cargas não justifica essa
mudança. Atualmente, a TAM
tem um hangar onde consegue dar manutenção em até 10 aeronaves
ao mesmo tempo. Por enquanto, são apenas aviões nacionais, mas a
empresa pretende ampliar a capacidade, já que uma companhia
aérea do Chile tem interesse em trazer as unidades para
manutenção em São Carlos. |
“Com a internacionalização, nós imaginamos que seja possível
aumentar em cinco linhas, ou seja, de 10 manutenções simultâneas
para 15 com novos hangares. Nós estamos falando em aumentar de
1,4 mil para dois mil funcionários em São Carlos”, afirmou o
diretor sênior da Unidade de Negócios MRO, Luiz Gustavo Pereira
da Silva.
O projeto de engenharia para a construção de outro
hangar já está pronto. O investimento é de R$ 50
milhões, mas, para isso, o aeroporto da cidade precisa
ser internacionalizado.
Para fazer manutenção, os aviões que vêm do exterior
precisam passar por um processo de admissão temporária
em um aeroporto internacional. Atualmente, as
alternativas são os aeroportos de Guarulhos, Campinas e
Galeão no Rio de Janeiro. O procedimento pode demorar de
dois a três dias e só depois eles seguem para a oficina
que fica no aeroporto de São Carlos.
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Depois da
manutenção, as aeronaves têm que voltar a um aeroporto
internacional e fazer todo o processo novamente, o que
representa mais demora, de dois a quatro dias. Só então podem
voltar ao país de origem.
O diretor do
centro de manutenção explicou que manter uma aeronave parada por
vários dias representa prejuízo. Se o aeroporto de São Carlos
fosse internacional, os aviões de fora poderiam pousar, o que
agilizaria o processo. “Levando em conta que o custo da diária
de um avião parado é de 30 mil, 40 mil dólares, nós estamos
falando em 200 mil dólares de custo que o operador do avião
tem”, afirmou Silva.
Ampliação
- De acordo com a Prefeitura, a pista tem um metro de espessura
e está preparada para receber os aviões estrangeiros. “Viracopos
e Garulhos têm um custo mais caro que São Carlos, além do custo
de transporte. Se nós tivermos a oferta do serviço em São
Carlos, isso vai tornar as nossas indústrias mais competitivas.
O governo do estado precisaria ampliar a pista de 500 a 800
metros para a descida dos aviões cargueiros. Mas o importante é
o entreposto alfandegado e a Receita Federal instalarem um posto
em São Carlos”, afirmou o prefeito de São Carlos, Paulo Altomani.
A Receita
Federal enviou para o Departamento Aeroviário do Estado de São
Paulo (Daesp), um estudo técnico contrário à
internacionalização. O volume de cargas da região não
justificaria essa mudança no aeroporto de São Carlos.
“A região, que é
composta de 22 cidades, é essencialmente exportadora e utiliza o
transporte terrestre e marítimo para escoamento da produção. O
volume do transporte aéreo corresponde a 2% e ela usa os
aeroportos de Garulhos e Viracopos. Esses dados não
justificariam a instalação de qualquer aeroporto oficial na
região, ser alfandegado”, afirmou o chefe de fiscalização
aduaneira Receita Federal, Wellington Tonello.
Para o diretor
regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp),
Ubiraci Corrêa, transformar o aeroporto de São Carlos em
internacional é um incentivo para que as exportações da região,
feitas por via marítima, sejam transportadas por aviões. “Com a
internacionalização, algumas cargas de importação e exportação
das empresas de São Carlos e região teriam um tratamento mais
rápido e ficariam mais baratas para chegar ao seu destino
final”, afirmou.
O Daesp informou
que diante da resposta negativa da Receita Federal, o processo
de internacionalização do aeroporto foi interrompido junto à
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A Prefeitura de São
Carlos informou que continua discutindo o assunto junto ao Daesp
para tentar reverter a situação.
*Fonte: G1/São Carlos
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