Com a ajuda do
segurança que trabalha no prédio do Fórum, que avistou três indivíduos
passando em frente ao imóvel que abriga o Poder Judiciário em atitudes
suspeitas, os policiais intensificaram as buscas e acabaram
localizando T.M.S. nas proximidades de um posto de combustíveis
localizado na esquina da Rua Cel. Rafael Tobias com a Avenida Guerino
Oswaldo.
Porém, antes da abordagem do suspeito, os policiais militares ainda
atenderam outra vítima do criminoso - uma mulher que trabalha
em um ponto de vendas de comida instalado no calçadão da Praça
da Matriz -, que relatou ter sido surpreendida ao avistar um
homem no interior do seu veículo estacionado na Rua Barão do
Descalvado. Ao perceber a invasão do seu automóvel, a vítima
gritou por socorro, o que mais uma vez frustrou a tentativa de
furto praticada pelo suspeito.
Durante a abordagem
do suspeito, a PM efetuou uma revista pessoal e acabou
localizando escondido embaixo da sua camisa, um simulacro de
arma de fogo. Indagado, o homem teria relatado não saber a
procedência da arma de brinquedo e qual seria a sua finalidade.
Conduzido ao Plantão Policial, constatou-se que o suspeito das
duas tentativas de furto possui duas passagens em sua ficha
criminal: uma por porte ilegal de entorpecentes e a outra por agressão,
onde foi enquadrado pela Lei Maria da Penha.
"NEGÓCIO ERRADO NA
HORA ERRADA"
- Durante a detenção policial para averiguação, a reportagem do
DESCALVADO
NEWS
conversou com o suspeito, que "chorando muito", relatou não saber
de quem era a arma de brinquedo encontrada com ele durante a
abordagem policial. "Eu estava andando na rua e vieram dois
moleques que me pediram para que eu guardasse um negócio deles comigo.
Eu nunca vi eles na minha vida, mas como sou uma pessoa boa,
resolvi ajudar. Quando os policiais me pararam, eu nem lembrava
que estava com esse negócio aí. Posso te afirmar que eu estava
com o negócio errado na hora errada" disse T.M.S.
Natural de Santo
André, o suspeito ainda contou que está residindo em Descalvado
ha apenas dois meses, vindo da cidade de Amparo para trabalhar
na Clínica Via Saúde, de onde segundo ele, acabou demitido ha
cerca de 30 dias. "Eu sou auxiliar administrativo e coordenador
de unidades. Estou recebendo meu seguro desemprego e jamais iria
fazer alguma coisa para prejudicar alguém, pelo amor de Deus!".
Para os policiais
militares que participaram da abordagem, apesar de não ser
conhecido dos meios, não há dúvidas de que ele estaria envolvido
nas duas tentativas de furto. Apresentado para a autoridade de
plantão, foi elaborado o boletim de ocorrência por porte de
simulacro de arma de fogo, e na sequencia o suspeito acabou liberado
em consequencia das vítimas não terem comparecido à Delegacia e
de não ter havido nenhuma queixa de que a arma de brinquedo fora
utilizada para coagir ou intimidar nenhuma delas.
EDITORIAL: NOVAMENTE A POLÊMICA ENVOLVENDO AS CLÍNICAS DE REABILITAÇÃO
Durante a ação
policial na noite deste sábado, em conversa com uma testemunha
que não quis se identificar, a mesma disse estar inconformada
com a situação que Descalvado se encontra, devido à enorme
quantidade de clínicas de reabilitação que estão instaladas no
município. "É um absurdo que ninguém está fazendo nada a
respeito dessa situação. Todo santo dia vemos que a polícia
atende ocorrências de furtos e roubos por todos os cantos da
cidade, e na maioria das vezes há o envolvimento de pessoas
ligadas de alguma forma à essas clínicas. Até quando a nossa
população terá que sofrer pela ganância de alguns empresários,
que estão trazendo pra cá pessoas perigosíssimas de todos os
cantos do país, destruindo a paz e a tranquilidade do nosso
povo?" desabafou a testemunha.
De fato, a
população têm notado e reclamado do aumento do número de
clínicas de reabilitação instaladas no município. Segundo
informações, somente nos três últimos meses foram mais cinco
clínicas abertas. Não existe hoje um único órgão sequer
responsável para regulamentação e fiscalização destes tipo de
empresa, que acolhem - e também contratam como é o caso da
ocorrência policial deste sábado - diversas pessoas vindas de
outras regiões do estado e também do país.
Outra questão que
implica em prejuízo para toda a população descalvadense, é
quanto à sobrecarga no atendimento dos postos de saúde e do
pronto socorro municipal, já que é sabido que os dependentes
químicos constantemente precisam de atendimento médico - seja
ele ambulatorial ou emergencial -, o que pode acarretar em
filas, falta de medicamentos ou insuficiência de profissionais
para o atendimento, visto que frequentemente os pacientes das
clínicas são vistos sendo atendidos pela rede pública municipal.
Talvez esteja na
hora do poder público - em suas três esferas municipais -
começarem a tratar do assunto com mais firmeza e atenção, já que
os assuntos 'saúde e segurança pública' são os que mais
preocupam a população descalvadense.
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